sexta-feira, agosto 24, 2018
"Unicórnio"
O filme "Unicórnio" é livremente inspirado em dois textos da escritora Hilda Hilst (1930-2004): "Unicórnio" e "Matamoros", e tem direção de Eduardo Nunes. A trama é simples e sugere delicadeza, mostrando o cotidiano de mãe e filha que moram afastadas numa fazenda na montanha. O pai está distante, internado em uma instituição médica, e a paz das duas é afetada pela chegada de um criador de cabras às cercanias.
A mãe é vivida por Patricia Pillar. A filha Maria tem no papel a ótima revelação Bárbara Luz, já o pai tem como intérprete o excepcional Zé Carlos Machado e o criador tem no papel Lee Taylor.
O filme mostra um primor técnico de qualidade e com uma fotografia de cair o queixo. Porém isso é muito pouco. Simplesmente quase nada acontece em cena, levando o espectador à beira de um sono pesado. Eduardo Nunes tentou criar uma obra de arte, mas errou na mão, no jeito de vencer a história, que se perde em conversas filosóficas, e que não chega a lugar nenhum.
Duração: 1h58
Cotação: ruim
Chico Izidro
quinta-feira, agosto 16, 2018
"Protetor 2" (The Equalizer 2)
A parceria entre o ator Denzel Washington e o diretor Antoine Fuqua iniciada em 2002 com o premiado "Dia de Treinamento" foi retomada em 2015 com "O Protetor", e volta agora com o mais violento ainda "Protetor 2" (The Equalizer 2).
No longa, Washington interprete o vigilante Robert McCall, que costuma ajudar as pessoas desconhecidas. Agora trabalhando como motorista de aplicativo Lyft, Robert passa os dias escutando os problemas dos passageiros, e volta e meia decide ajudá-los. Mas agora oas vilões decidem mexer em seus calos, ao matar sua amiga Susan, interpretada por Melissa Leo, e que trabalhava para a CIA. Assim, Robert sai ao encalço dos assassinos de Susan.
Apesar de violento, o filme não se resume a cenas de ação e correria, dando espaço para longos momentos de reflexão. E também mostrando o passado do mocinho, um ex-soldado e agente, que decidiu se afastar do mundo e se manter incógnito. Até momentos de humor acham lugar, como em uma cena que Robert provoca o vilão em frente à família dele.
A narrativa de "O Protetor 2" não apresenta novidades - por exemplo dá para sacar logo quem é o vilão, e o herói leva uma vida dupla, atormentando pela perda da esposa e procurando ser o pai substituto para um rapaz envolvido com gangues. Mesmo assim é uma obra impactante, com um final muito bom, cheio de tensão, e com Denzel Washington entregando uma atuação impar. Não poderia se esperar menos dele, não?
Duração: 2h01
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Troca de Rainhas" (L’échange des Princesses)
"Troca de Rainhas" (L’échange des Princesses) é baseado na obra literária L´Echange de Princesses, de Chantal Thomas, publicado em 2013. A trama, dirigida por Marc Dugain, transcorre em 1721, onde um plano é arquitetado por Felipe de Orléans (Olivier Gourmet), regente da França, para acabar com problemas diplomáticos entre seu país e a Espanha. Ele pretende promover dois casamentos entre os herdeiros dos dois tronos, para consolidar a paz entre as nações, após anos de guerra.
Assim, Luís XV (Igor van Dessel), de 11 anos, tem prometida como esposa Anna Maria Victoria (Juliane Lepoureau), a Infanta da Espanha, de 4 anos; e Luísa Isabel (Anamaria Vartolomei), filha do próprio regente, de 12 anos, se tornou noiva do herdeiro do trono da Espanha, Dom Luís (Kacey Mottet Klein). Simples, não?
Pois o filme mostra os bastidores da corte, com diálogos profundos, e uma recriação de época portentosa. O problema é que a direção usou mão pesada, e o longa acaba beirando a monotonia.
O destaque acaba sendo o veterano ator Lambert Wilson, que vive vive Felipe V. Mas também dá para se destacar as garotas que vivem as protagonistas, mostrando carisma e muita presença em cena. Porém precisa-se estar bem acordado para seguir a trama.
Duração: 1h40
Cotação: bom
Chico Izidro
"Mentes Sombrias" (The Darkest Minds)
"Mentes Sombrias" (The Darkest Minds), dirigido por Jennifer Yuh Nelson, é mais uma adaptação de Hollywwod para um livro para adolescentes na mesma linha de "Divergente", "Maze Runner", "A 5ª Onda", entre outros. Ele é a primeira obra da trilogia da escritora Alexandra Bracken, e pode ser resumida como "X-Men" se mistura com "Jogos Vorazes".
Tendo a jovem Ruby (Amandla Stenberg) como protagonista, a história se passa em um Estados Unidos pós-apocalíptico, onde 98% das crianças morreram por causa de um vírus. As sobreviventes acabaram desenvolvendo poderes sobre-humanos, e acabam sendo caçadas pelo governo, que as coloca em uma espécie de campo de concentração.
As crianças são divididas em cores, que simbolizam seus superpoderes: o verde são para as que adquirem inteligência como poder; azul são as que possuem poderes de telecinese; amarelo para as crianças com poderes de eletricidade; as Laranja conseguem controlar as mentes e finalmente os vermelhos controlam quase tudo, principalmente o fogo.
Ruby é levada para um campo ainda bem pequena, mas ao chegar no começo da adolescência é ajudada por Cate uma médica, vivida por Mandy Moore, a fugir. E ela vai se unir a um grupo de jovens que anda pelas estradas a procura de um refúgio seguro.
"Mentes Sombrias", enfim, é uma reciclagem de tudo o que já foi feito - mas fica a pergunta, qual filme nos dias de hoje consegue ser original? Enfim, os fãs do gênero ficação científica deverão se agradar do longa, que até mostra personagens simpáticos.
Duração: 1h44
Cotação: bom
Chico Izidro
"Você Nunca Esteve Realmente Aqui" (You Were Never Really Here)
Lembrando de certa forma "Taxi Driver", "Você Nunca Esteve Realmente Aqui" (You Were Never Really Here), direção de Lynne Ramsay, traz muita violência, mas ela não chega de forma gratuita. E de bônus uma grande atuação de Joaquin Phoenix, que inclusive ganhou o prêmio de melhor ator em Cannes pelo seu papel de Joe, um veterano de guerra atormentado por suas lembranças de infância.
Joe traz no corpo as cicatrizes de seu sofrimento. É um homem de 40 e poucos anos, que ainda vive com a mãe - fã de filmes de terror. Ele trabalha resgatando mulheres presas em cativeiros trabalhando como escravas sexuais. Seu método de agir é implacável e ele praticamente não tem problemas em concluir suas tarefas. Até o dia em que é contratado por um senador, que teve uma filha menor de idade sequestrada e que se encontra presa em um prostíbulo. "Me disseram que você é brutal", questiona o político. "Eu posso ser", responde Joe, de forma fria. "Eu quero que você os machuque", pede o senador.
Logo depois, Joe para numa ferragem, compra fita adesiva, martelo, corda e vai estudar o local onde se encontra a garota. E a invasão do local é feita de forma brutal, e como disse no início do texto remete a Robert de Niro invadindo o bordel para salvar Jodie Foster. Mas a partir do salvamento da menina, as coisas começam a dar errado, e as pessoas próximas a Joe passam a ser assassinadas. A partir daí, ele vai começar a conectar os pontos para tentar escapar com vida e achar quem são os assassinos.
"Você Nunca Esteve Realmente Aqui" (You Were Never Really Here) é um filme de poucos diálogos, mas de muita expressão corporal, principalmente de Phoenix, mestre em apresentar personagens atormentados. Joe é mais um em sua galeria.
Duração: 1h29
Cotação: ótimo
Chico Izidro
quinta-feira, agosto 09, 2018
"Megatubarão" (The Meg)
Uma expedição em águas profundas no oceano é atacada por algo desconhecido. O mergulhador especializado em resgates Jonas Taylor (Jason Statham) é chamado para tentar salvar os cientistas que ficaram presos no submarino. Ele aceita a missão meio contrariado, pois anos antes acidente semelhante havia ocorrido e para salvar algumas pessoas, Jonas sacrificou outras, sendo visto como covarde. Ningém quer acreditar nele...mas algo muito perigoso se encontra lá fora!!!
"Megatubarão" (The Meg), dirigido por Jon Turteltaub, é baseado em um livro escrito por Steve Alten, e apresenta Jonas em nova missão e tentando provar não ser um covarde. Após sair de sua aposentadoria forçada, ele ase encontra em uma instalação em alto mar de tecnológica de ponta financiada pelo bilionário Morris (Rainn Wilson, do seriado The Office). Lá vai ajudar no resgate aos cientistas, mas verá também o aparecimento de uma fera pré-histórica que se achava extinta, o Megalodonte, um gigantesco tubarão que atinge 27 metros de comprimento e é extremamente voraz.
O embate entre homens e a criatura são simplesmente de tirar o fôlego, com efeitos especiais excelentes. E existe espaço para o herói, o inteligente, mas também aparecem os personagens clichês - o empresário, que se mostra inescrupuloso, o piadista, a criança em perigo, o expert em informática, o personagem que se sacrifica pelo grupo. E apesar de aparecer um clima de romance no ar entre Jonas e a cientista Suyin (Li Bangbang), ele nunca é concretizado.
"Megatubarão" poderia ser mais violento do que é mostrado na tela, mas o diretor, o mesmo de "A Lenda do Tesouro Perdido" decidiu cortar muiras cenas sangrentas por causa da censura!!! E depois de muito suspense em sua primeira parte - ele aprendeu muito com Steven Spielberg em não mostrar muito a criatura, que está ali, mas não é vista, em sua parte final, Turteltaub apela para a comédia, descaracterizando um pouco a sua obra. Enfim, "Megatubarão" é um filme de altos e baixos, mas não deixa de ser bom entretenimento.
Duração: 1h53
Cotação:bom
Chico Izidro
"Vidas à Deriva" (Adrift)
"Vidas à Deriva" (Adrift) é dirigido por Baltasar Kormákur (do também catastrófico Everest), e é baseado em livro homônimo escrito por Tami Oldham, que viveu a experiência, mas que navega até hoje e também produtora do filme. E o longa, com uma história que várias pessoas aventureiras já enfrentaram, ou seja, não é novidade, mas é envolvente, mostrando uma narrativa de sobrevivência.
Os eventos ocorridos no longa se passam em 1983, no Oceano Pacífico, e mostram uma viagem de barco feita pelo casal Tami Oldham (Shailene Woodley) e Richard Sharpp (Sam Claflin). Os dois, de espírito aventureiro, se conheceram e se apaixonaram no Taiti. Ela americana e ele inglês. E recebem uma oferta de um outro casal de levar u m barco para San Diego na Califórnia, recebendo 10 mil dólares pelo trabalho. Eles topam, mas no meio da viagem são surpreendidos por uma terrível tempestade, perdendo contato com o mundo, e o barco à beira de afundar.
A trama é apresentada em dois momentos - antes e durante os mais de 40 dias que eles ficaram perdidos no Oceano Pacífico, tentando sobreviver as intempéries, economizando água e comida, e tendo alucinações.
O resultado de "Vidas à Deriva" é excelente, com uma história envolvente, que faz o espectador prender a respiração - ainda mais se ele não tiver conhecimento prévio dos fatos reais. Destaque ainda para as atuações seguras de Shailene Woodley e Sam Claflin, que apresentam total química em cena, além de mostrarem parecer conhecer muito como é o trabalho naval.
Duração: 1h36
Cotação: ótimo
Chico Izidro
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