quinta-feira, julho 15, 2010

Shrek Para Sempre



O adorável ogro Shrek definitivamente perdeu o fôlego no quarto filme da série, iniciada no começo do século XXI. Em Shrek Para Sempre, direção de Mike Mitchell, o herói está desanimado com a vida de casado - os dias se parecem iguais, ninguém mais o respeita. Enfim, ele sente saudade dos tempos de solteiro, quando costumava assustar os aldeões e tomar tranquilamente seu banho de lama.
Então tem a chance de mudar isso quando recebe uma oferta tentadora do duende Rumplestiltskin de recuperar sua antiga vida. Claro que aceita, mas cai num truque e vai parar numa realidade alternativa, onde os ogros são caçados, Rumplestiltskin é um ditador. E nenhum de seus amigos, o Burro ou o Gato de Botas e até mesmo sua amada Fiona (agora uma líder guerrilheira), o conhecem.
Para reverter o acordo, Shrek tem de conseguir um beijo de amor de Fiona.
Bem, infelizmente Shrek Para Sempre perdeu de vez aquele humor anárquico dos dois primeiros filmes, mostra-se uma história convencional e a trilha sonora, outro de seus pontos fortes, também está sem imaginação. Então melhor para todos que pare por aqui, antes que decepcione mais ainda os seus fãs.

Cotação: regular
Chico Izidro

sábado, julho 10, 2010

Eclipse



Sexta-feira à noite. Pego a Liana pela mão e vamos ao cinema encarar Eclipse, o terceiro filme de vampiros baseado nos romances da norte-americana Stephanie Meyer, junto com os fãs incondicionais da série cinematográfica. A expectativa é das piores possíveis, depois da decepção tremenda com Crepúsculo, o primeiro da cinessérie, e de Lua Nova. Em Crepúsculo, no entanto, apesar das fracas atuações e da terrível direção, havia para amenizar o frescor da novidade.
Agora, em Eclipse, direção de David Slade, Bella (Kristen Stewart) continua sendo disputada pelo lobisomem Jacob (Taylor Lautner) e pelo vampiro Edward (Robert Pattinson), enquanto que sua vida corre sério risco, pois uma vampira inimiga formou um exército para matá-la. Então temos a união dos vampiros com os lobisomens para protegê-la.
As atuações dos três atores principais continuam decepcionantes, principalmente Pattinson, que tem sempre as mesmas feições para qualquer momento. Sem contar que seu vampiro é totalmente assexuado, ao contrário do maior de todos, o Drácula interpretado por Christopher Lee, ou o Drácula vivido por Gary Oldman, ou os tarados da série True Blood. Lautner, por sua vez, entra em cena só para ficar sem camisa, para delírio das garotinhas.
Os diálogos também são de uma banalidade imensa, causando o bocejo dos espectadores, sem esquecer os efeitos especiais, beirando o tosco.
Eclipse, no entanto, torna-se pseudo-educativo, ao mostrar para a rapaziada de hoje, que às vezes vale a pena esperar pela primeira transa.
Cotação: ruim
Chico Izidro

A Jovem Rainha Vitória



A Jovem Rainha Vitória (Young Victoria) não esconde sua preferência: ah, como é boa uma monarquia. Com direção de Jean-Marc Vallée, o longa retrata a chegada de Vitória, com apenas 18 anos, ao trono britânico, em 1837, depois da morte de seu tio, o Rei Guilherme IV.
A garota tem de aprender aos trancos e barrancos como administrar o então vasto império, tendo de driblar as intrigas palacianas e até escolher um marido, que acaba sendo um primo, o principe alemão Alberto de Coburgo. Essa parte do filme se torna uma xaropada romântica, com direito a passeios na chuva e troca incessante de cartas.
A Rainha Vitória é interpretada pela bonita Emily Blunt, de O Diabo Veste Prada, e isso deu um up para a soberana, sabidamente feia, mas que realizou grandes transformações sociais na Inglaterra. E isso não dá para negar.
A Jovem Rainha Vitória impressiona pela bela reconstituição de época, as paisagens idílicas, mas não esconde o que pretende ser: uma simples história de amor entre nobres.
Cotação: regular
Chico Izidro

segunda-feira, junho 28, 2010

Kick-Ass - Quebrando Tudo



Kick-Ass - Quebrando Tudo é um filme violento, talvez o mais violento dos últimos tempos. Também por isso genial, por toda sua estética HQ e que invoca, a todo momento, Quentin Tarantino. A direção de Matthew Vaughn é completamente segura e imaginativa.
O adolescente Dave (o quase trágico Aaron Johnson) é um adolescente como os outros, ou seja, vive a idade com dificuldades, mas pelo menos não sofre o bullying na escola, e é gamado pela bela Katie (Lyndsy Fonseca), que acha que ele é gay. Apaixonado por quadrinhos, decide comprar uma fantasia pela internet e se transformar num super-herói, Kick-Ass. Sem experiência, mas com potencial, acaba virando pupilo da dupla Big Daddy, um maluco interpretado por Nicolas Cage, e sua filha de 11 anos, a psicopata Hit Girl (a excelente Chlöe Moretz, de 500 Dias com ela). O trio, então, vai combater um senhor do crime, Frank D'Amico (Mark Strong), que tem como aliado seu filho, que assume uma identidade secreta, o Red Mist (interpretação hilária de Christopher Mintz-Plasse, o McLovin de Superbad - É hoje).
As cenas são extremamente bem filmadas e coreografadas e não existe poupança de corpos explodidos, cortados ao meio, perfurados - uma das cenas é claramente inspirada na luta da Viúva (Uma Thurman) contra os 88, no clássico Kill Bill 1.
Kick-Ass - Quebrando Tudo não é de fácil assimilação e quem tem estômago fraco vai ter dificuldades de assistí-lo. Mas deveriam fazer uma forcinha...
Cotação: ótimo
Chico Izidro

Toy Story 3










A bela animação Toy Story 3 é uma história de passagem, do fim da adolescência e do que resta dela. Como direção de Lee Unkrich, vemos agora Andy preparando-se para deixar a casa da mãe e ir para a faculdade. E o que serão de seus bonecos Woody, Buzz Ligthyear e companhia? Não esqueça que eles ganham vida quando não observados pelos humanos.
Num descuido são jogados fora e acabam indo parar numa creche, onde acreditam que receberão a atenção que Andy já não lhes dava. Só que descobrem que o lugar é quase um campo de concentração controlado por um urso de pelúcia, Lotso, que é traumatizado por ter sido abandonado por sua dona. Então, Woody, Buzz Lightyear e os companheiros farão de tudo para voltar para casa, em sequências emocionantes e vibrantes.
As piadas são deliciosas e, por vezes, Toy Story 3 chegar a emocionar, sem ser apelativo - ouvi confissões de adultos que garantiram ter chorado. Afinal, sempre mantemos uma criança em nosso interior.
Cotação: ótimo
Chico Izidro

Cartas para Julieta









Você acredita no amor? Então vá assistir Cartas para Julieta. Caso contrário passe bem longe dos cinemas. A trama é quase, quase real. Nos anos 1960, a grande atriz inglesa Vanessa Redgrave foi casada com o ator italiano Franco Nero. Eles se separaram alguns anos depois. Pois não faz muito tempo, mais exatamente em 2006, Redgrave, hoje com 73 anos, procurou Nero, 68 anos, e disse que ele era o homem da vida dela. Voltaram a se casar e estão felizes juntos.
Pois bem, Cartas para Julieta, direção de Gary Winick, conta a busca de uma viúva, Claire (Redgrave), ao seu amor de adolescência, um italiano que conheceu aos 15 anos, mas o romance não prosperou. Cinquenta anos depois, ajudada pela meiga e aspirante a escritora Sophie (Amanda Seyfried, de Mamma Mia) e do neto, o ranzinza Charlie (Christopher Egan), eles partem pelo interior da Itália para tentar trazer a felicidade tardia para Claire. Lindo.
Porém, tirando a parte emocionante do romance de Redgrave e Nero, Cartas para Julieta é previsível e cai nas armadilhas fáceis das histórias românticas, como o noivo desatento de Sophie, Victor (Gael Garcia Bernal), que está mais preocupado com seu negócio do que dar atenção a sua garota. O que vai acontecer com ele? E Sophie e Charlie?
Cotação: regular
Chico Izidro

Caro Francis










Paulo Francis foi, talvez, o mais importante e polêmico jornalista brasileiro da história. Morto em fevereiro de 1997, em pleno carnaval, ele ainda mantém uma enorme gama de fãs e detratores. Em Caro Francis, Nelson Hoineff (que criou Documento Especial - quem não se lembra daquele programa jornalístico-sensacionalista da extinta Rede Manchete?), relembra a trajetória do jornalista, usando imagens de arquivo e também depoimentos de amigos e da esposa, Sonia Nolasco. E é aí que o documentário tropeça, pois é por demais concedente com Paulo Francis. Ele é mostrado quase como um santo, protetor dos fracos e desempregados e amante dos animais. Mas falta o outro lado. Mesmo a parte em que é lembrada a polêmica com o ombudsman da folha de S. Paulo, Caio Túlio Prado, em 1990, Francis é visto mais como vítima, enquanto que o ombudsman é taxado de lagartixa por Diogo Mainardi.
Francis começou a carreira como crítico de teatro e comunista. Depois da passagem pelo Pasquim, acabou preso pelo regime militar e em 1972 foi morar em Nova Iorque, sua base por mais de duas décadas e deu uma grande guinada para a direita. E também acabou transformando-se em correspondente da TV Globo, onde criou um personagem quase caricato, que lhe deu fama nacional. E dinheiro, pois no auge de sua carreira chegava a receber cerca de 20 mil dólares mensais...para os padrões brasileiros...
E foi pelo dinheiro que acabou morrendo, em virtude de um processo de 100 milhões de dólares movido pela Petrobras contra ele, que havia feito acusações infundadas contra a diretoria da estatal.
Caro Francis, no entanto, vale por resgatar trajetória tão impar da imprensa brasileira. Passados 13 anos de sua morte, ainda não apareceu jornalista que conseguisse superar o mestre das polêmicas no finado Diário da Corte (coluna que ele manteve na Folha de S. Paulo e depois n'O Estado de S. Paulo nas décadas de 1970, 80 e 90).

Cotação: regular
Chico Izidro

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

Foto: Universal Pictures "Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale), direção de Simon Curtis, promete ser o últ...