quinta-feira, agosto 06, 2009

TONY MANERO



O título enganou e espantou muita gente do cinema, que pensou TONY MANERO, de Pablo Larraín, tratar da infame época disco, imortalizada nas telas por John Travolta em Os Embalos de Sábado à Noite. Bem, TONY MANERO foca-se mesmo nos meados dos anos 1970, porém numa Santiago do Chile sufocada pela ditadura de Augusto Pinochet. Nela, vive o solitário Raúl (o ótimo Alfredo Castro), que tem como maior sonho ganhar um concurso de dança na televisão como melhor imitador do personagem de Travolta. Ele sabe todas as falas do filme americano, que vê seguidamente, num cinema vazio. Raúl veste-se como seu ídolo e quando perguntam a ele qual sua profissão, ele repete: "Sou ele, ele, Tony Manero". Só que neste mundo há um porém muito grave, tão grave quanto a ditadura, que matava os seus inimigos e os atirava no Rio Mapocho, que corta a capital chilena: Raúl é um serial killer, que mata suas vítimas friamente (tá, qual serial killer não mata suas vítimas friamente alguém vai perguntar...). Numa cena emblemática, ele assiste televisão calmamente com uma velhinha, quando passa a socá-la até a morte e depois volta a assistir o programa, como se nada tivesse acontecido. Em certo momento, TONY MANERO fica arrastado, deixando o espectador um pouco sonolento. Na parte final, no entanto, ele ganha novo fôlego e volta a prender a atenção do espectador. Certamente é um filme para ser revisto.
Chico Izidro

Nenhum comentário:

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...