quarta-feira, junho 02, 2010
Em Teu Nome
Em Teu Nome, de Paulo Nascimento, é baseado na vida do ex-estudante e hoje juiz Bona Garcia, que no começo dos anos 1970 decidiu entrar para a luta armada, mais exatamente o VPR. O grupo tinha como objetivo combater a ditadura militar. Preso pela repressão e torturado, Boni (Leonardo Machado, em boa interpretação), seria um do grupo dos 70, que seria trocado pelo embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher. A partir deste momento, ele passaria a viver no exílio, primeiro no Chile, depois Argélia e finalmente França, antes de voltar ao Brasil em 1979, graças a Lei da Anistia.
O tema ditadura militar já foi bem retratado nos cinemas brasileiros com o mediano O que é isso, Companheiro, e o excepcional Batismo de Sangue. Em Teu Nome peca e em demasia por seu amadorismo, apesar de contar com atores tarimbados. Cenas são cortadas abruptadamente, o número de figurantes chega a ser risível, a câmera treme, desnecessariamente, como se o diretor quisesse mostrar naquele momento o temor de os personagens serem presos. Aliás, notem as cenas em que Boni e seus companheiros caminham por ruas vazias e toca a sirene de carros de polícia. Os atores fazem caras e bocas e saem correndo constrangedoramente...
O filme acerta, no entanto, ao retratar momento tão trágico da história quase recente do Brasil. Os destaques ficam por conta de Silvia Buarque no papel de uma guerrilheira que entra em depressão após sofrer tortura sexual na prisão, Sirmar Antunes como um sindicalista que entra para a luta armada e que tem as partes engraçadas do filme. E finalmente Nélson Diniz como o padre - que lidera a célula guerrilheira em Porto Alegre.
O par romântico de Machado, a linda Fernanda Moro é o elo fraco. Suas falas são quase infantis e seu rosto delicado não convence como uma mulher que sofre a distância do lar.
Cotação: regular
Chico Izidro
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