Wednesday, July 25, 2012

"Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge"




O diretor Christopher Nolan pegou muito bem o espírito do justiceiro mascarado na trilogia que agora se encerra no excepcional "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge".
Um dos heróis preferidos do mundo dos quadrinhos, Batman sofreu muito com suas versões na tela, principalmente a série dos anos 1960, onde virou comédia na pele do ator Adam West - apesar de o seriado ter embalado muito a infância de milhões de fãs pelo mundo, inclusive este que vos escreve. No final do século XX, Batman foi para a telona pelas mãos do diretor Tim Burton, ganhando um ar gótico, mais ainda distante do personagem atormentado que era mostrado nas HQ.

Nolan conseguiu capturar muito bem o tipo recluso, depressivo e violento ao extremo que é Bruce Wayne e também Batman. E isso fica mais expressivo nesta terceira parte, que se passa oito anos após os eventos em que Batman enfrentou o lunático Coringa (vivido por Heather Ledger, que morreria pouco depois das filmagens).

O vigilante mascarado está desaparecido e é visto como um criminoso. Até mesmo Bruce Wayne não aparece mais, vivendo como um ermitão em sua mansão, tal como o bilionário Howard Hugues, que no século passado trancafiou-se em seu palácio, onde passou os últimos anos urinando em garrafas de leite e cultivando unhas de quase 20 centímetros. Wayne não chegou a tal extremo, mas a os boatos em Gotham City fazem a população acreditar que sim.

A aposentadoria de Batman termina quando uma ameaça surge sobre Gotham City - a cidade é claramente uma reconstituição de Nova Iorque. O mercenário Bane, que usa uma máscara bizarra, que o ajuda a inalar incessantemente uma droga conhecida como Veneno, toma a cidade e planeja mandá-la pelos ares, junto com seus 12 mihões de habitantes.

"Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge" tem quase 3 horas de duração, exatas 2h44min, que não se vê passar. E todos os seus personagens são bem estruturados, cada um tendo o seu tempo para ser explorado na tela - o ator Christian Bale, que surgiu para o mundo no filme de guerra "Império do Sol", parece ter sido talhado para interpretar o mascarado, assim como Michael Caine, oscarizado em 1987 por "Hannah e Suas Irmãs", é o perfeito mordomo Alfred. E Gary Oldman está ótimo novamente como o Comissário Gordon. Também não dá para esquecer Joseph Gordon-Levitt (do seriado 30 Rock From the Sun e de A Origem) como o policial que consegue enxergar dentro de Wayne e que vai se transformar em personagem essencial para a mitologia de Batman.

O melhor de "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge", no entanto, é Bane, interpretado por Tom Hardy (de Rock'n'Rolla - A Grande Roubada e A Origem). Certamente um dos maiores vilões da história do cinema, próximo, muito próximo de Darth Vader. Assustador, violento e sem o mínimo escrúpulo, mata qualquer um que cruze seu caminho como se estivesse esmagando uma formiga. E as suas cenas combatendo Batman são memoráveis - na primeira do filme, Bane aplica uma surra homérica e horripilante no herói mascarado.

As mulheres também são destaque. A lindinha Anne Hathaway (de O Diabo Veste Prada) está sedutora como Selina Kyle, a Mulher-Gato, e sua ambiguidade. Ora vilã, ora mocinha, ela não sabe se fica ao lado de Batman ou o deixa para os tubarões. E a bela francesa Marion Cotillard (de Piaf, Um Hino ao Amor), tem um ar magnético como a milionária Miranda Tate, alvo romântico de Bruce Wayne.

Enfim, "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge" é um dos melhores, se não o melhor filme de super-heróis já feito. Fiel aos quadrinhos e onde até mesmo os furos de roteiro são perdoados, tal a magnitude do que se vê na tela.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

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