quarta-feira, julho 25, 2012

"Movimento Browniano"



A holandesa Nanouk Leopold conseguiu superar o mestre Jean-Luc Godard em seu reflexivo "Movimento Browniano". E isto não é um elogio. É ofensa mesmo.

O título refere-se a um termo da física, em que partículas se movem de modo aleatório, sem grandes explicações. E é mais ou menos o que faz a protagonista, que age de forma estranha e sem explicação.

O espectador deve ter muita paciência para assistir o filme em que é mostrado o cotidiano da médica Charlotte (Sandra Hüller) em Bruxelas. Ela é casada com o Max (Dragan Bakema) e tem um filho. O problema é que Charlotte mantém uma vida dupla. É viciada em jogos sexuais com pacientes que encontra no hospital em que trabalha. E todos eles são homens de tipos estranhos. São gordos, peludos, carecas, velhos, usam unhas compridas.

Para transar com eles, alugou um pequeno apartamento - uma garçoniere, como o faziam alguns homens casados em tempos passados. Algumas cenas beiram o pornô, mas sem apelação.

"Movimento Browniano" até tem um tema interessante. Só que é contado de forma cansativa. As tomadas são longas, com closes excessivos na protaganista, que não é uma mulher bonita. Quase não existem diálogos. E por vezes, se exige que o espectador tenha de adivinhar o que se passa na tela. Até um exercício interessante, mas deficiente.

Cotação: ruim
Chico Izidro

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