quinta-feira, fevereiro 07, 2013

“Fogo Contra Fogo”

Charles Bronson deve ter vibrado em seu caixão. “Fogo Contra Fogo”, direção de David Barett, segue a mesma linha da violenta e sangrenta cinesérie “Desejo de Matar”, protagonizada pelo próprio Bronson (1921/2003) nos anos 1970/80. Ou seja, se você é mal, tem de pagar com a vida.

Esqueça a coerência do roteiro. O pacato e heroico bombeiro Jeremy (Josh Dushamel, de Transformers: O Lado Oculto da Lua) testemunha o assassinato de um dono de uma mercearia e do filho deste por um neonazista (Vincent D’Onofrio, de Nascido Para Matar). Bom cidadão, decide testemunhar contra o assassino e jurado de morte, é obrigado a entrar no programa de proteção às testemunhas. Só que se livrar de Hagan não será fácil, tanto que começa a ver as pessoas próximas serem perseguidas, principalmente a sua namorada, a policial Talia (Rosario Dawson). Só resta uma opção para Jeremy: matar Hagan antes de ser morto pelo próprio. O bombeiro entra na clandestinidade, e começa a agir como um justiceiro, transformando-se de um dia para o outro um cruel assassino, que não vacila para decepar dedos de um nazista, ou tocar fogo em outro. É a velha história, olho por olho, dente por dente. Os furos de roteiro são tantos, a inverossímilidade é tremenda, que incomoda. “Fogo Contra Fogo” funciona, caso não queiramos pensar, caso queiramos ver um filme de ação, tiroteios, perseguições, segurando um pacote de pipoca e tomando coca-cola.

Bruce Willis está presente, mas como coadjuvante, no papel de um policial correto, totalmente contrário ao seu xxxx, consagrado em outra cinesérie que tem a vingança como matriz: “Duro de Matar”. E Vincent D’Onofrio, revelado no filme de Stanley Kubrick citado acima, nunca chegou a ser que esperava-se dele. Em “Fogo Contra Fogo”, seu neonazista, com direito à suástica tatuada no peito, é de um exagero gritante, com direito a diálogos canhestros.

Cotação: ruim
Chico Izidro

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