quarta-feira, maio 29, 2013

"O Abismo Prateado"




Primeiro, sim, sou fã de carteirinha de Alessandra Negrini. Linda, ótima atriz, ela está soberba em "Abismo Prateado", de Karim Aïnouz. O filme toca fundo no tema abandono. E faz pensar e sofrer. "Abismo Prateado" começa mostrando o cotidiano de um casal normal, pais de um adolescente. Os diálogos são quase inexistentes - ouvimos apenas o som ambiente (lembra O Som Ao Redor) -, por vezes enervante, e que antecipa a agonia que virá.

Logo, a personagem de Alessandra, a dentista Violeta, entrará em pânico - e levaremos minutos até entender o que está ocorrendo. Ela foi, sem maiores explciações, abandonada pelo marido de uma vida toda. Extremamente abalada, Violeta sairá em busca da compreensão dos motivos pelo qual seu marido foi embora. A dentista vaga pelas ruas do Rio de Janeiro, sem saber o que fazer. E a interpretação de Alessandra destaca isso, em seus olhares perdidos, no silêncio pensativo dentro de um táxi. O momento mais poético acontece no encontro de Violeta com uma menininha que lamenta o abandono pela mãe na madrugada de Copacabana.

Ao término, saímos pensativos, pensando também em nossas vidas. Afinal, quem em algum momento de sua vida não foi abandonado por um ente querido, do nada?

Cotação: ótimo
Chico Izidro

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