Equivoca-se quem imagina ser “O Voo” um filme de ação. Dirigido por Robert Zemeckis, de “De Volta Para o Futuro” e “Náufrago”, e protagonizado por Denzel Washington, é na realidade um forte drama psicológico, com realistas cenas de consumo de bebidas e drogas. O oscarizado Denzel, para não perder o costume, está soberbo no papel do piloto alcoólatra e cocainômano Whip, que costuma trabalhar completamente turbinado.
O início do filme é impactante, com uma tensa viagem de avião onde tudo dá errado, principalmente porque Whip está no comando do voo completamente alucinado, para não perder o costume. Mas é aquela velha história, 50 vezes você faz a coisa errada, mas nada dá errado. Porém na 51ª a sorte não estará de seu lado. O avião se espatifa no chão, mas Whip consegue salvar 99% das pessoas que encontravam-se a bordo. Vira um herói nacional, porém no decorrer dos dias o incidente começa a ser investigado a fundo, e começam a suspeitar que o piloto não foi tão heroico como aparentava. O sindicato dos aeronautas e seu advogado começam uma estratégia sinistra por baixo dos panos para tentar eliminar as suspeitas que recaem sobre Whip. O problema é que o piloto é daqueles doentes que não reconhece a doença. E isso é comum. Muitas pessoas não aceitam estar com problemas e além de estragar suas vidas, estragam as pessoas próximas a elas.
“O Voo” tem momentos chocantes. Não gosto muito deste termo, mas é o adequado aqui. Em reunião dos AAs, levado pela linda namorada e, assim como ele, viciada, Whip mostra o tédio imenso por estar lá e a contrariedade por não considerar-se um doente como aqueles que lotam a sala e dão seus testemunhos. Em outros momentos, Zemeckis, conhecido por filmes mais família, não poupa os closes em consumo de drogas. Denzel Washington cheira cocaína, bebe compulsivamente, mesmo ao volante de um carro, e sua namorada Nicole (Kelly Reilly, de Sherlock Holmes) injeta heroína, enquanto “viaja” no chão do quarto imundo que aluga. No final, você jura que nunca mais vai colocar uma gota de álcool na boca.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
quinta-feira, fevereiro 07, 2013
“Fogo Contra Fogo”
Charles Bronson deve ter vibrado em seu caixão. “Fogo Contra Fogo”, direção de David Barett, segue a mesma linha da violenta e sangrenta cinesérie “Desejo de Matar”, protagonizada pelo próprio Bronson (1921/2003) nos anos 1970/80. Ou seja, se você é mal, tem de pagar com a vida.
Esqueça a coerência do roteiro. O pacato e heroico bombeiro Jeremy (Josh Dushamel, de Transformers: O Lado Oculto da Lua) testemunha o assassinato de um dono de uma mercearia e do filho deste por um neonazista (Vincent D’Onofrio, de Nascido Para Matar). Bom cidadão, decide testemunhar contra o assassino e jurado de morte, é obrigado a entrar no programa de proteção às testemunhas. Só que se livrar de Hagan não será fácil, tanto que começa a ver as pessoas próximas serem perseguidas, principalmente a sua namorada, a policial Talia (Rosario Dawson). Só resta uma opção para Jeremy: matar Hagan antes de ser morto pelo próprio. O bombeiro entra na clandestinidade, e começa a agir como um justiceiro, transformando-se de um dia para o outro um cruel assassino, que não vacila para decepar dedos de um nazista, ou tocar fogo em outro. É a velha história, olho por olho, dente por dente. Os furos de roteiro são tantos, a inverossímilidade é tremenda, que incomoda. “Fogo Contra Fogo” funciona, caso não queiramos pensar, caso queiramos ver um filme de ação, tiroteios, perseguições, segurando um pacote de pipoca e tomando coca-cola.
Bruce Willis está presente, mas como coadjuvante, no papel de um policial correto, totalmente contrário ao seu xxxx, consagrado em outra cinesérie que tem a vingança como matriz: “Duro de Matar”. E Vincent D’Onofrio, revelado no filme de Stanley Kubrick citado acima, nunca chegou a ser que esperava-se dele. Em “Fogo Contra Fogo”, seu neonazista, com direito à suástica tatuada no peito, é de um exagero gritante, com direito a diálogos canhestros.
Cotação: ruim
Chico Izidro
Esqueça a coerência do roteiro. O pacato e heroico bombeiro Jeremy (Josh Dushamel, de Transformers: O Lado Oculto da Lua) testemunha o assassinato de um dono de uma mercearia e do filho deste por um neonazista (Vincent D’Onofrio, de Nascido Para Matar). Bom cidadão, decide testemunhar contra o assassino e jurado de morte, é obrigado a entrar no programa de proteção às testemunhas. Só que se livrar de Hagan não será fácil, tanto que começa a ver as pessoas próximas serem perseguidas, principalmente a sua namorada, a policial Talia (Rosario Dawson). Só resta uma opção para Jeremy: matar Hagan antes de ser morto pelo próprio. O bombeiro entra na clandestinidade, e começa a agir como um justiceiro, transformando-se de um dia para o outro um cruel assassino, que não vacila para decepar dedos de um nazista, ou tocar fogo em outro. É a velha história, olho por olho, dente por dente. Os furos de roteiro são tantos, a inverossímilidade é tremenda, que incomoda. “Fogo Contra Fogo” funciona, caso não queiramos pensar, caso queiramos ver um filme de ação, tiroteios, perseguições, segurando um pacote de pipoca e tomando coca-cola.
Bruce Willis está presente, mas como coadjuvante, no papel de um policial correto, totalmente contrário ao seu xxxx, consagrado em outra cinesérie que tem a vingança como matriz: “Duro de Matar”. E Vincent D’Onofrio, revelado no filme de Stanley Kubrick citado acima, nunca chegou a ser que esperava-se dele. Em “Fogo Contra Fogo”, seu neonazista, com direito à suástica tatuada no peito, é de um exagero gritante, com direito a diálogos canhestros.
Cotação: ruim
Chico Izidro
“Os Miseráveis”
Obsessão. De um policial em se fazer cumprir a lei, mesmo sendo essa absurda. E de um ex-presidiário em viver em paz, esquecendo o passado. O escritor francês Victor Hugo foi certeiro em seu clássico “Os Miseráveis”, onde criticou severamente a França pós-revolução, onde a pobreza e a injustiça continuaram imperando. O romance já foi transposto para as telas diversas vezes, sendo a mais marcante a de 1952, com Charles Laughton no papel do severo guarda Javert. A versão musical também se fez presente na Broadway, e na tela grande é transformado num épico à sua altura, com direção de Tom Hooper.
Jean Valjean (Hugh Jackman) roubou um pão para matar a fome do sobrinho pequeno. Preso, é condenado a 20 anos nas galés. Libertado um ano antes sob condicional, se vê eternamente perseguido por Javert (Russel Crowe), que não acredita um homem poder mudar seu caráter. “Um ladrão, sempre um ladrão”, repete Javert. Valjean some no conturbado país, muda de identidade e se preocupa em criar Cosette (Amanda Seyfried), filha da desafortunada Fantine (Anne Hathaway). Mas sempre com o intransigente Javert em sua cola. Resumir um romance de mais de 3 mil páginas não é tarefa fácil, mas aqui o que importa é a exuberância do musical, onde destacam-se a bela Anne Hathaway e Jackman, mostrando versatilidade, para quem acredita só ser possível ele viver o super-herói Wolverine. Em sua primeira aparição está completamente irreconhecível, esquelético, cabelo cortado desordenadamente. O ator diz ter ficado mais de dois dias sem beber água para a cena.
Os dois mostram voz bonita e segurança – as músicas foram cantadas ao vivo, durante a gravação, ou seja, não ocorreram dublagens ou ajustes em estúdio. O mesmo nível foi alcançado pela novata Samantha Barks, interpretando a desafortunada Eponine, apaixonada secretamente pelo jovem Marius (Eddie Redmayne), par romântico de Seyfried. Essa fracassa em sua interpretação da jovem Cosette. Mas pior que Seyfried só mesmo o bronco Russell Crowe e sua voz de taquara rachada. Estes detalhes, porém, não estragam a majestade de “Os Miseráveis” e sua câmera portentosa. O diretor Tom Hooper não poupa os closes em solos musicais, por exemplo, quando Anne Hathaway interpreta a dolorosa On My Own. Ou em rasantes panorâmicos por uma Paris oitocentista e sua pobreza endêmica.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
Jean Valjean (Hugh Jackman) roubou um pão para matar a fome do sobrinho pequeno. Preso, é condenado a 20 anos nas galés. Libertado um ano antes sob condicional, se vê eternamente perseguido por Javert (Russel Crowe), que não acredita um homem poder mudar seu caráter. “Um ladrão, sempre um ladrão”, repete Javert. Valjean some no conturbado país, muda de identidade e se preocupa em criar Cosette (Amanda Seyfried), filha da desafortunada Fantine (Anne Hathaway). Mas sempre com o intransigente Javert em sua cola. Resumir um romance de mais de 3 mil páginas não é tarefa fácil, mas aqui o que importa é a exuberância do musical, onde destacam-se a bela Anne Hathaway e Jackman, mostrando versatilidade, para quem acredita só ser possível ele viver o super-herói Wolverine. Em sua primeira aparição está completamente irreconhecível, esquelético, cabelo cortado desordenadamente. O ator diz ter ficado mais de dois dias sem beber água para a cena.
Os dois mostram voz bonita e segurança – as músicas foram cantadas ao vivo, durante a gravação, ou seja, não ocorreram dublagens ou ajustes em estúdio. O mesmo nível foi alcançado pela novata Samantha Barks, interpretando a desafortunada Eponine, apaixonada secretamente pelo jovem Marius (Eddie Redmayne), par romântico de Seyfried. Essa fracassa em sua interpretação da jovem Cosette. Mas pior que Seyfried só mesmo o bronco Russell Crowe e sua voz de taquara rachada. Estes detalhes, porém, não estragam a majestade de “Os Miseráveis” e sua câmera portentosa. O diretor Tom Hooper não poupa os closes em solos musicais, por exemplo, quando Anne Hathaway interpreta a dolorosa On My Own. Ou em rasantes panorâmicos por uma Paris oitocentista e sua pobreza endêmica.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
“O Lado Bom da Vida”
Você pode ter uma vida normal, mas determinado evento forte pode disparar um gatilho. Bom, você se descobre doente. Depressão, bipolaridade. No caso de Pat foi flagrar a mulher, por quem era absurdamente apaixonado, na cama com outro homem. “O Lado Bom da Vida”, direção de David O. Russell, visita esta questão, mostrando a bipolaridade de dois personagens, vividos intensamente por Bradley Cooper (Se Beber Não Case) e Jennifer Lawrence (O Inverno da Alma).
A vida de Pat dá um giro de 180 graus com a traição, e ele passa vários anos internado. Mas na sua cabeça foram apenas nove meses. Ao sair, volta a morar com os pais. A família, porém, não é nada certa. Uma família disfuncional. O pai, Pat Sr. (Robert de Niro, em sua melhor atuação em anos e sem apelar para as caretas que já estavam tornando-se uma marca registrada), tem toc e é viciado) em jogatinas, enquanto que a mãe, Dolores (Jacki Weaver, de ) é completamente passiva e carente. Pat ainda acredita poder recuperar a esposa e salvar o casamento, mas não pode chegar perto dela, por determinação judicial. Ainda por cima, o cara perde o controle facilmente, tem atitudes intempestivas, que pioram sua situação. Até que surge em seu caminho a linda viuvinha Tiffany (Jennifer Lawrence, cativante e sexy como nunca), viciada em sexo, que interessa-se por ele. A garota, no entanto, não quer só um namorico, quer ainda um parceiro para um concurso de danças.
O envolvimento dos dois não é nada fácil. Duas pessoas problemáticas, sofridas. Que acabam atraindo-se. A história é previsível, mas contada de uma forma singela e honesta. Claro que as soluções fáceis surgem. Um exemplo que traumas, doenças, não são solucionados apenas com um novo amor. Mas pelo menos o amor dá esperança.
Cotação: bom
Chico Izidro
A vida de Pat dá um giro de 180 graus com a traição, e ele passa vários anos internado. Mas na sua cabeça foram apenas nove meses. Ao sair, volta a morar com os pais. A família, porém, não é nada certa. Uma família disfuncional. O pai, Pat Sr. (Robert de Niro, em sua melhor atuação em anos e sem apelar para as caretas que já estavam tornando-se uma marca registrada), tem toc e é viciado) em jogatinas, enquanto que a mãe, Dolores (Jacki Weaver, de ) é completamente passiva e carente. Pat ainda acredita poder recuperar a esposa e salvar o casamento, mas não pode chegar perto dela, por determinação judicial. Ainda por cima, o cara perde o controle facilmente, tem atitudes intempestivas, que pioram sua situação. Até que surge em seu caminho a linda viuvinha Tiffany (Jennifer Lawrence, cativante e sexy como nunca), viciada em sexo, que interessa-se por ele. A garota, no entanto, não quer só um namorico, quer ainda um parceiro para um concurso de danças.
O envolvimento dos dois não é nada fácil. Duas pessoas problemáticas, sofridas. Que acabam atraindo-se. A história é previsível, mas contada de uma forma singela e honesta. Claro que as soluções fáceis surgem. Um exemplo que traumas, doenças, não são solucionados apenas com um novo amor. Mas pelo menos o amor dá esperança.
Cotação: bom
Chico Izidro
"Amor"
Nunca a velhice foi retratada tão dolorosa e cruelmente quanto em "Amor", do diretor bávaro Michael Haneke. Em meados de janeiro, o ator brasileiro Walmor Chagas suicidou-se, dando um tiro na cabeça, pois aos 79 anos, estava quase cego, com dificuldades de andar, e impossibilitado de fazer as coisas mais simples e que amava, como ler. Optou pelo caminho mais curto para acabar com o sofrimento. Atitude que abre forte discussão. Afinal, ele deveria esperar a hora de sua partida dessa vida ou enfrentar até o minuto final o sofrimento que já permeiava seu ser?
Em "Amor", a bela história de um casal com seus 80 anos e mais de cinco décadas de relacionamento é colocado à prova quando Anne (Emmanuelle Riva, de Hiroshima, Mon Amour) sofre um derrame e fica com o lado direito do corpo paralisado. Seu marido, Georges (Jean-Louis Trintignant, de Paris Está em Chamas?), pacientemente passa a cuidar da esposa, demonstrando o amor intenso que tem por ela. Faz a comida, a leva para cima e para baixo dentro do apartamento, onde transcorre 99% da ação - somente o começo do filme é fora do ambiente, numa ópera. Tanta atenção e carinho chega a receber elogio do zelador do prédio, quando chega com as compras do casal. "Sua atitude é elogiável. Eu o admiro pelo modo como vem conduzindo a situação", diz o empregado.
Fragilizada, Anne vai sofrer outro derrame, que a colocará imóvel na cama. Quase um vegetal. A responsabilidade de Georges aumenta, sua angústia também. Ele vaga pelo enorme apartamento em Paris, o silêncio toma conta do ambiente, só quebrado pelos gemidos de Anne, ou por uma pomba que entra por uma janela aberta. Em flash-backs, Georges recorda sua amada esposa tocando piano. Georges também vê a mulher ser maltratada por uma enfermeira, discute com ela. Os minutos finais são de um silêncio angustiante, a câmera praticamente estática, mirando Georges, que prepara o ambiente para a decisão final. Que choca e faz pensar.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
Em "Amor", a bela história de um casal com seus 80 anos e mais de cinco décadas de relacionamento é colocado à prova quando Anne (Emmanuelle Riva, de Hiroshima, Mon Amour) sofre um derrame e fica com o lado direito do corpo paralisado. Seu marido, Georges (Jean-Louis Trintignant, de Paris Está em Chamas?), pacientemente passa a cuidar da esposa, demonstrando o amor intenso que tem por ela. Faz a comida, a leva para cima e para baixo dentro do apartamento, onde transcorre 99% da ação - somente o começo do filme é fora do ambiente, numa ópera. Tanta atenção e carinho chega a receber elogio do zelador do prédio, quando chega com as compras do casal. "Sua atitude é elogiável. Eu o admiro pelo modo como vem conduzindo a situação", diz o empregado.
Fragilizada, Anne vai sofrer outro derrame, que a colocará imóvel na cama. Quase um vegetal. A responsabilidade de Georges aumenta, sua angústia também. Ele vaga pelo enorme apartamento em Paris, o silêncio toma conta do ambiente, só quebrado pelos gemidos de Anne, ou por uma pomba que entra por uma janela aberta. Em flash-backs, Georges recorda sua amada esposa tocando piano. Georges também vê a mulher ser maltratada por uma enfermeira, discute com ela. Os minutos finais são de um silêncio angustiante, a câmera praticamente estática, mirando Georges, que prepara o ambiente para a decisão final. Que choca e faz pensar.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"O Mestre"
Contando com atuação impecável de um de seus atores favoritos, Phillipe Seymour Hoffman, e com outro grande intérprete, Joaquim Phoenix, o diretor Paul Anderson Thomas transforma "O Mestre" em um deleite de mais de duas horas e meia. A história gira em torno de uma religião surgida nos anos 1940 por um guru americano, Lancaster Dodd (Seymour Hoffman), O Culto, claramente retratando a polêmica Cientologia, criada por L. Ron Hubbard, e que tem como princípios de o homem ser espiritual e imortal, e com suas capacidades ilimitadas, ainda que não totalmente desenvolvidas. Além disso, a Cientologia permite que o seu seguidor não abandone suas crenças originais, ou seja, pode ser cristão, judeu, adventista, budista e aplicar os ensinamentos destas religiões para melhorar as diferentes áreas de sua vida.
Em "O Mestre", a figura central é Freddie Quell (Phoenix). Sua cena inicial numa praia do Pacífico ao final da II Guerra Mundial é um aperitivo das bizarrices que virão em seguida. Servindo na Marinha e sem ter muito o que fazer enquanto espera o armísticio, Freddie vaga pela praia e simula sexo com uma boneca esculpida na areia pelos colegas ociosos. De volta aos Estados Unidos, vai trabalhar numa loja de departamentos como fotógrafo, numa lavoura, onde envenena um outro trabalhador com uma bebida caseira que fabrica, e que leva até combustível de carro. E que vai ajudar a se aproximar do guru Lancaster Dodd, um misto de escritor, filósofo, reverendo, profeta, que consegue arregimentar um grande grupo de seguidores, meio que hipnotizados pelas suas teorias doidas. Freddie transforma-se em fiel e, com seu jeito rude e agressivo, uma espécie de guarda-costas de Dodd. Mas aos poucos, Freddie começará a questionar O Culto. E verá como tão difícil é livrar-se dos tentáculos de Dodd.
O trabalho corporal de Joaquim Phoenix é algo para se destacar. Curvado, quase corcunda, mãos colocadas na cintura, olhares arregalados. Sua explosão ao ser preso e colocado numa cela é quase antológica. Amy Adams, que interpreta Peggy Dodd, a esposa de Lancaster, assusta a cada aparição. Por vezes, pode-se imaginar que seu personagem será o verdadeiro "mestre" por detrás do Culto. A trilha sonora, baseada nos jazz dos anos 1950, é igualmente impactante e por vezes enervante.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
Em "O Mestre", a figura central é Freddie Quell (Phoenix). Sua cena inicial numa praia do Pacífico ao final da II Guerra Mundial é um aperitivo das bizarrices que virão em seguida. Servindo na Marinha e sem ter muito o que fazer enquanto espera o armísticio, Freddie vaga pela praia e simula sexo com uma boneca esculpida na areia pelos colegas ociosos. De volta aos Estados Unidos, vai trabalhar numa loja de departamentos como fotógrafo, numa lavoura, onde envenena um outro trabalhador com uma bebida caseira que fabrica, e que leva até combustível de carro. E que vai ajudar a se aproximar do guru Lancaster Dodd, um misto de escritor, filósofo, reverendo, profeta, que consegue arregimentar um grande grupo de seguidores, meio que hipnotizados pelas suas teorias doidas. Freddie transforma-se em fiel e, com seu jeito rude e agressivo, uma espécie de guarda-costas de Dodd. Mas aos poucos, Freddie começará a questionar O Culto. E verá como tão difícil é livrar-se dos tentáculos de Dodd.
O trabalho corporal de Joaquim Phoenix é algo para se destacar. Curvado, quase corcunda, mãos colocadas na cintura, olhares arregalados. Sua explosão ao ser preso e colocado numa cela é quase antológica. Amy Adams, que interpreta Peggy Dodd, a esposa de Lancaster, assusta a cada aparição. Por vezes, pode-se imaginar que seu personagem será o verdadeiro "mestre" por detrás do Culto. A trilha sonora, baseada nos jazz dos anos 1950, é igualmente impactante e por vezes enervante.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
“Caça Aos Gangstêres”
Como um filme reunindo um elenco de primeira consegue resultado final tão pífio? Pois “Caça Aos Gangstêres”, dirigido por Ruben Fleischer , consegue. Em cena Sean Penn, Josh Brolin, Ryan Gosling, Nick Nolte, Giovanni Ribisi, Emma Stone e Robert Patrick. No final, você jura que caiu numa pegadinha de mau-gosto. Para começar, o filme não esconde tentar copiar vários clássicos que destacam a máfia, como “Os Intocáveis”, “Uma Cilada Para Roger Rabbit”, “Dick Tracy”, ”Bugsy", filme de Warren Beatty sobre o mafioso judeu criador de Las Vegas.
A história transcorre no final dos anos 1940, em Los Angeles, onde o ex-boxeador e agora mafioso Mickey Cohen, que realmente existiu e no filme é vivido por Sean Penn, domina o mercado de drogas da cidade e pretende expandir seus negócios. Claro que ele tem no caderninho de pagamentos juízes, policiais, advogados. Sua influência nociva incomoda o incorruptível chefe de policia Bill Parker (Nick Nolte), que decide montar um esquadrão de tiras incorruptíveis para acabar com o mafioso. Os policiais, liderados pelo veterano de guerra John O’Mara (Josh Brolin) agirão à margem da lei, praticamente invisíveis, sabotando os negócios ilícitos de Cohen. A formação do grupo é igualzinha a de “Os Intocáveis”. O policial galã, o centrado, o nerd, o veterano. Chega a ser irritante.
Tudo é tão clichê. O galã tem no papel Gosling, que com carinha de anjo, consegue andar no submundo sem ser incomodado e ainda arranja tempo para engatar um romance proibido com a mulher de Cohen, a bonitinha Grace (Emma Stone, de Histórias Cruzadas) e com o visual à lá Jessica Rabit, mas sem a mesma sexualidade. É impressionante como um elenco tão expressivo conseguiu entregar atuações tão fracas e caricatas.
Cotação: ruim
Chico Izidro
A história transcorre no final dos anos 1940, em Los Angeles, onde o ex-boxeador e agora mafioso Mickey Cohen, que realmente existiu e no filme é vivido por Sean Penn, domina o mercado de drogas da cidade e pretende expandir seus negócios. Claro que ele tem no caderninho de pagamentos juízes, policiais, advogados. Sua influência nociva incomoda o incorruptível chefe de policia Bill Parker (Nick Nolte), que decide montar um esquadrão de tiras incorruptíveis para acabar com o mafioso. Os policiais, liderados pelo veterano de guerra John O’Mara (Josh Brolin) agirão à margem da lei, praticamente invisíveis, sabotando os negócios ilícitos de Cohen. A formação do grupo é igualzinha a de “Os Intocáveis”. O policial galã, o centrado, o nerd, o veterano. Chega a ser irritante.
Tudo é tão clichê. O galã tem no papel Gosling, que com carinha de anjo, consegue andar no submundo sem ser incomodado e ainda arranja tempo para engatar um romance proibido com a mulher de Cohen, a bonitinha Grace (Emma Stone, de Histórias Cruzadas) e com o visual à lá Jessica Rabit, mas sem a mesma sexualidade. É impressionante como um elenco tão expressivo conseguiu entregar atuações tão fracas e caricatas.
Cotação: ruim
Chico Izidro
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