Reese Witherspoon chegou à excelência como atriz no belo "Livre", direção de Jean-Marc Vallée. A atriz, 38 anos, que levou o Oscar por "Johnny & June", vive aqui Cheryl Strayed, que em meados dos anos 1990 realizou uma jornada de autoconhecimento na trilha conhecida por PCT (Pacific Crest Trail), saindo da Califórnia e indo a pé até o Oregon, em caminhada que levou três meses e na qual quase perdeu a vida. Vida esta, aliás, que havia ido para o buraco.
Cheryl era uma boa filha, boa esposa, boa estudante. Mas ao perder a mãe, morta precocemente aos 45 anos, vítima de câncer (ela é interpretada com paixão por Laura Dern, de Parque dos Dinossauros), larga tudo e cai no mundo das drogas, além de começar a transar com tudo e todos, estragando um ótimo casamento. Para se redimir, Cheryl decide fazer a jornada, sozinha, e com uma mochila com o dobro de seu tamanho - sem saber como se portar no trajeto, ela leva tudo o que imagina precisar, mas aos poucos vai aprendendo o que é realmente necessário.
Uma mulher percorrendo mais de mil quilômetros a pé também seria alvo de perigos constantes, mas tirando os percalços com baixas temperaturas ou a falta de água, ou o encontro com uma cascavel e um cara meio tarado, Cheryl teve a sorte de encontrar só boas pessoas pelo caminho, que lhe ajudaram e a motivaram a prosseguir até o final.
Reese Whiterspoon, conhecida por comédias como "Legalmente Loira" e "E Se Fosse Verdade" vai ao extremo, em cenas de uso de drogas e de sexo. Sua cena inicial, quando tenta levantar a tal mochila do dobro de seu tamanho e peso, é angustiante. A câmera foca a atriz, que ali no chão briga para levantar o trombolho, no que seria apenas uma das dificuldades vividas por Cheryl Strayed.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
quinta-feira, janeiro 15, 2015
"Invencível"
Louis Zamperoni, filho de imigrantes italianos, estava direcionando a vida para a marginalidade. Até que seu irmão mais velho descobriu seu potencial para ser corredor. E é como corredor que Zamp toma jeito e irá às Olimpíadas de 1936, na nazista Berlim, onde terá bom desempenho. A fama, porém, lhe trará problemas quando será feito prisioneiro dos japoneses na II Guerra Mundial. Sua vida é contada em "Invencível", o segundo filme dirigido por Angeline Jolie. O primeiro foi o irregular "Na Terra do Amor e do Ódio", sobre a Guerra da Bósnia. Aqui ela volta a errar a mão, que talvez no comando de um Clint Eastwood tivesse um melhor ritmo e não fosse, por vezes, meloso demais.
Zamp, no entanto, é vivido com extrema competência por Jack O'Connel (300 - A Ascenção do Império). Servindo no Oceano Pacífico na II Guerra, ele vê seu avião cair no mar. Junto com mais dois colegas, ele passa 47 dias à deriva, sobrevivendo a ataques de tubarões, fome, sede, tempestades, até ser resgatado pelo inimigo, no caso os japoneses. O seu destino seria um campo de prisioneiros, onde sofreria as agressões gratuitas do oficial nipônico Mutsushiro Watanabe, vivido pelo astro po Miyavi, que não consegue convencer no papel de sádico militar - seu jeito por demais andrógino estraga a caracterização. Faltou ele estudar a atuação de Ryuichi Sakamoto, que teve presença espetacular no clássico oitentista "Furyo - Em Nome da Honra", travando luta cruel com o oficial vivido por David Bowie.
Apesar do cuidado na reconstituição de época, Jolie é por demais sentimental e também arrasta o filme, propiciando cenas desnecessárias. Ela errou na mão, quem sabe na próxima?
Cotação: irregular
Chico Izidro
Zamp, no entanto, é vivido com extrema competência por Jack O'Connel (300 - A Ascenção do Império). Servindo no Oceano Pacífico na II Guerra, ele vê seu avião cair no mar. Junto com mais dois colegas, ele passa 47 dias à deriva, sobrevivendo a ataques de tubarões, fome, sede, tempestades, até ser resgatado pelo inimigo, no caso os japoneses. O seu destino seria um campo de prisioneiros, onde sofreria as agressões gratuitas do oficial nipônico Mutsushiro Watanabe, vivido pelo astro po Miyavi, que não consegue convencer no papel de sádico militar - seu jeito por demais andrógino estraga a caracterização. Faltou ele estudar a atuação de Ryuichi Sakamoto, que teve presença espetacular no clássico oitentista "Furyo - Em Nome da Honra", travando luta cruel com o oficial vivido por David Bowie.
Apesar do cuidado na reconstituição de época, Jolie é por demais sentimental e também arrasta o filme, propiciando cenas desnecessárias. Ela errou na mão, quem sabe na próxima?
Cotação: irregular
Chico Izidro
"Os Pinguins de Madagascar"
Os engraçados pinguins já haviam divertido a galera em outras três animações. Agora, com um filme só deles, arrasam. "Os Pinguins de Madagascar", direção de Simon J. Smith e Eric Darnell, traz Capitão, Rico, Kowalski e Recruta desde o começo de suas vidas, quando se perdem de seus iguais na Antártida, e acabam no zoológico. E lá é que irão, sem saber, provocar ciúmes no que virá a ser o vilão da história - o polvo Dr. Otavius Brine, que enciumado por perder o posto de queridinho dos visitantes, quer transformar os fofos pinguins em zumbis.
As quatro aves acabam sendo cooptadas por agentes secretos da organização Vento Norte - liderada por um lobo, e que conta ainda com um urso carinhoso, uma coruja e uma foca. Todos tentam derrotar o polvo, mas seus planos acabam sempre sendo estragados pelos desastrados pinguins, sem querer.
O filme tem ação, boas piadas e animação colorida. A história é até bem batidinha, sem novidades, mas vale pela patetice dos quatro heróis.
Cotação: bom
Chico Izidro
As quatro aves acabam sendo cooptadas por agentes secretos da organização Vento Norte - liderada por um lobo, e que conta ainda com um urso carinhoso, uma coruja e uma foca. Todos tentam derrotar o polvo, mas seus planos acabam sempre sendo estragados pelos desastrados pinguins, sem querer.
O filme tem ação, boas piadas e animação colorida. A história é até bem batidinha, sem novidades, mas vale pela patetice dos quatro heróis.
Cotação: bom
Chico Izidro
quinta-feira, janeiro 08, 2015
"Whiplash - Em Busca da Perfeição"
"Whiplash - Em Busca da Perfeição", direção de Damien Chazelle, como o título nacional entrega, trata até onde o homem pode ir em busca do melhor, do perfeito. O jovem Andrew (Milles Teller, de Namoro ou Liberdade e Divergente) entra para a escola de música nova-iorquina Shaffer, fictícia, mas baseada na famosa Juillard School. Seu objetivo é ser o melhor baterista de jazz desde o seu ídolo Buddy Rich. Ele é descoberto pelo professor e maestro Terence Fletcher (J.K. Simmons, o nazista Vern Schillinger, do seriado Oz, e J. Jonah Jameson, de Homem-Aranha), que é um homem completamente obsessivo com a perfeição com que os músicos de sua orquestra devam interpretar clássicos jazzisticos americanos, como "Whiplash" e Caravan".
O problema é que Terence não tem limites para lidar com seus músicos. Ele age como um oficial nazista, abusando da autoridade e até mesmo se utilizando de intimidades de seus comandados para levá-los à beira do desgaste físico e emocional. Andrew treina tanto que suas mãos sangram caudalosamente - e ele acaba abrindo mão da vida pessoal para tentar agradar o maestro, deixando a namorada para trás e outros prazeres.
J.K. Simmons está excelente como o maestro que beia a psicopatia, um nazista completo no modo de lidar com seus músicos-vítimas. E Teller mostra-se um ótimo ator, compondo um personagem angustiado, por vezes azarado, e também ótimo músico, ao aprender a tocar bateria para viver Andrew.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
O problema é que Terence não tem limites para lidar com seus músicos. Ele age como um oficial nazista, abusando da autoridade e até mesmo se utilizando de intimidades de seus comandados para levá-los à beira do desgaste físico e emocional. Andrew treina tanto que suas mãos sangram caudalosamente - e ele acaba abrindo mão da vida pessoal para tentar agradar o maestro, deixando a namorada para trás e outros prazeres.
J.K. Simmons está excelente como o maestro que beia a psicopatia, um nazista completo no modo de lidar com seus músicos-vítimas. E Teller mostra-se um ótimo ator, compondo um personagem angustiado, por vezes azarado, e também ótimo músico, ao aprender a tocar bateria para viver Andrew.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Loucas Para Casar"
Mais uma comédia denecessária para a cinebiografia brasileira é este "Loucas Para Casar", direção de Roberto Santucci. Na história, a corretora de imóveis quarentona Malu (Ingrid Guimarães) sonha em se casar com seu namorado com quem está há três anos, Samuel (Márcio Garcia), que também é seu chefe. Mas ele não parece nenhum pouco preparado para fazer o pedido. E ela acaba descobrindo que apesar das juras de amor por parte dele, o cara tem outras duas namoradas, Lúcia (Suzana Pires) e Maria (Tatá Werneck).
Lúcia é dançarina de pool dance e completamente perua, enquanto que Maria é uma jovem religiosa, que acha que mulher foi feita para servir ao namorado sem reclamar e ainda por cima é virgem! As três entram numa disputa para ver quem, no final, conseeguirá levar Samuel para o altar.
Mas fazendo juz as péssimas comédias nacionais, principalmente as encabeçadas pelo insuportável Leandro Hassum, "Loucas Para Casar" também é fraca, com piadas sem fracas, baseadas em caretas e histrionismo de seus atores. Salva-se uma sequência em que Malu confronta Maria, tentando descobrir o que Samuel viu numa jovem carola. E Tatá solta pérolas contrapondo sua idade e virgindade com a personagem de Ingrid Guimarães, cada dia mais feia.
Cotação: ruim
Chico Izidro
Lúcia é dançarina de pool dance e completamente perua, enquanto que Maria é uma jovem religiosa, que acha que mulher foi feita para servir ao namorado sem reclamar e ainda por cima é virgem! As três entram numa disputa para ver quem, no final, conseeguirá levar Samuel para o altar.
Mas fazendo juz as péssimas comédias nacionais, principalmente as encabeçadas pelo insuportável Leandro Hassum, "Loucas Para Casar" também é fraca, com piadas sem fracas, baseadas em caretas e histrionismo de seus atores. Salva-se uma sequência em que Malu confronta Maria, tentando descobrir o que Samuel viu numa jovem carola. E Tatá solta pérolas contrapondo sua idade e virgindade com a personagem de Ingrid Guimarães, cada dia mais feia.
Cotação: ruim
Chico Izidro
"O Último Amor de Mr. Morgan"
O veterano ator, que considero genial, Michael Caine, está simplesmente excepcional no melancólico "O Último Amor de Mr. Morgan", direção de Sandra Nettelbeck. Matthew Morgan é um viúvo solitário, que mora em Paris sem falar o francês, que nunca se preocupou em aprender, pois quem era sua intérprete era sua mulher, Joan (Jane Alexander). Só que já se passaram três anos desde a morte dela, e Matthew não consegue esquecê-la, após mais de 50 anos juntos. Seus dias são ocupados passeando pela cidade e dando aulas de inglês para uma amiga.
Mas Matthew terá um ânimo extra ao conhecer a jovem professora de dança Pauline (Clémence Poésy, de 117 Horas e Na Mira do Chefe). Os dois acabam, aos poucos, se tornando grandes amigos e Matthew começa a sentir algo mais profundo pela garota, que poderia ser sua neta. Em determinado momento, ela até comenta que se sente bem com ele, por ele olhá-la sem desejo. O que não é verdade, dirá depois Matthew para Pauline. Porém sem perspectivas de emendar um romance com ela, o velho professor de filosofia tenta o suicídio. O ato vai mexer com tudo na sua vida, pois os filhos dele, que moram nos Estados Unidos vão visitá-lo em Paris, e Miles (Justin Kirk, do seriado Tyrant) não será nenhum pouco receptivo ao envolvimento do pai com Pauline.
A história é envolvente, mostrando como uma pessoa pode mudar o jeito de outra ver a vida - no caso, a luz que Pauline traz para Matthew. E o filme ainda se passa na linda Paris, mostrada sempre ensolarada, com suas belas praças, prédios e o rio Sena. E ainda tem as atuações belas de Michael Caine e Clémence Poésy, e uma aparição completamente diferente de Gillian Anderson, sempre contida e aqui no papel de uma mulher um pouco excêntrica.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
Mas Matthew terá um ânimo extra ao conhecer a jovem professora de dança Pauline (Clémence Poésy, de 117 Horas e Na Mira do Chefe). Os dois acabam, aos poucos, se tornando grandes amigos e Matthew começa a sentir algo mais profundo pela garota, que poderia ser sua neta. Em determinado momento, ela até comenta que se sente bem com ele, por ele olhá-la sem desejo. O que não é verdade, dirá depois Matthew para Pauline. Porém sem perspectivas de emendar um romance com ela, o velho professor de filosofia tenta o suicídio. O ato vai mexer com tudo na sua vida, pois os filhos dele, que moram nos Estados Unidos vão visitá-lo em Paris, e Miles (Justin Kirk, do seriado Tyrant) não será nenhum pouco receptivo ao envolvimento do pai com Pauline.
A história é envolvente, mostrando como uma pessoa pode mudar o jeito de outra ver a vida - no caso, a luz que Pauline traz para Matthew. E o filme ainda se passa na linda Paris, mostrada sempre ensolarada, com suas belas praças, prédios e o rio Sena. E ainda tem as atuações belas de Michael Caine e Clémence Poésy, e uma aparição completamente diferente de Gillian Anderson, sempre contida e aqui no papel de uma mulher um pouco excêntrica.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"As Duas Faces de Janeiro"
Belo filme de suspense baseado em romance de Patricia Highsmith, "As Duas Faces de Janeiro", direção de Hossein Amini, e que tem como pano de fundo a idílica Grécia. A trama se passa no começo da década de 1960, quando um casal, Chester MacFarland (Viggo Mortensen) e Colette (Kirsten Dunst), ele bem mais velho do que ela, conhecem o guia turístico norte-americano Rydal (Oscar Isaac, de Inside Llewyn Davis: Balada de um Homem Comum). A empatia é imediata, talvez por Chester e Rydal serem dois vigaristas notórios, mas sem demonstrarem um para o outro.
Então acontece uma tragédia, com Chester matando um outro homem que estava seguindo-o. O assassinato é testemunhado por Rydal, que vendo a chance de embolsar uma boa grana e obcecado pela jovem e bela Colette, decide ajudar o casal. Para fugir da polícia, os três se embrenham pelo interior da Grécia. E a cada movimento, a tensão vai crescendo mais e mais. O medo da prisão vai deixando todos neuróticos e tensos, até um desenrolar mais trágico ainda.
Viggo Mortensen tem atuação superior a seus pares, mostrando um homem nervoso e ciumento e também frio, mas também destaca-se Oscar Isaac, com seu olhar quase de louco - um personagem que não mostra seu caráter, que não deixa transparecer o que realmente pretende fazer. E acabamos torcendo, por isso, contra ele.
Cotação: bom
Chico Izidro
Então acontece uma tragédia, com Chester matando um outro homem que estava seguindo-o. O assassinato é testemunhado por Rydal, que vendo a chance de embolsar uma boa grana e obcecado pela jovem e bela Colette, decide ajudar o casal. Para fugir da polícia, os três se embrenham pelo interior da Grécia. E a cada movimento, a tensão vai crescendo mais e mais. O medo da prisão vai deixando todos neuróticos e tensos, até um desenrolar mais trágico ainda.
Viggo Mortensen tem atuação superior a seus pares, mostrando um homem nervoso e ciumento e também frio, mas também destaca-se Oscar Isaac, com seu olhar quase de louco - um personagem que não mostra seu caráter, que não deixa transparecer o que realmente pretende fazer. E acabamos torcendo, por isso, contra ele.
Cotação: bom
Chico Izidro
Assinar:
Postagens (Atom)
“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)
Foto: Universal Pictures "Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale), direção de Simon Curtis, promete ser o últ...

-
O release da primeira animação brasileira a entrar para o catálogo da plataforma de streaming Disney+, “O Pergaminho Vermelho”, direção de...
-
Foto: Diamond Films “TERRIFIER 3”, direção de Damien Leone, marca volta do palhaço assassino Art (David Howard Thornton), que volta a assom...
-
Foto: Blumhouse A LENDA DO “LOBISOMEM” (WOLF MAN) É REVISITADA PELO DIRETOR AUSTRALIANO LEIGH WHANNELL. Mas como está sendo comum no cinema...