quinta-feira, junho 11, 2015

“Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros”




Os dinossauros são perfeitos, o terror é extremado, mas “Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros”, direção de Colin Trevorrow, não é um filme perfeito. A história é praticamente a mesma de 22 anos atrás, de “Jurassic Park”, com as coisas saindo do controle e os bichanos, trazidos à vida novamente, depois de extintos, através do uso de seu DNA encontrado em fósseis, devorando os humanos sem piedade.

O cenário é uma paradisíaca ilha na Costa Rica, onde foi criado um parque temático sobre os dinossauros e recebendo milhares de turistas. Entre eles os irmãos Zack (Nick Robinson) e Gray (Ty Simpkins), sobrinhos de Claire (Brice Dallas Howard), a gerente do local. E claro que quando um feroz e faminto dinossauro escapa, a dupla está lá no meio da mata, completamente alheio ao perigo e tendo de utilizar todos os meios para não virar comida. E Claire vai tentar salvar a dupla se aliando ao domador de animais Owen (Chris Pratt), idealista e que tem uma antipatia por ela, já que eles saíram uma vez e o encontro foi um desastre.

O filme é tenso, efeitos especiais nota dez, mas os personagens são um amontoado de clichês – a mulher que só pensa na carreira e esquece o lado afetivo, o empresário ganancioso, o militar que quer se apropriar do projeto, o cientista cínico e sem escrúpulos e os irmãos de características opostas e que parecem não se entender, até ter de unir forças para sobreviver.

A expectativa era enorme, mas meio que frustra em seu final.

Cotação: regular
Chico Izidro

“Sob o Mesmo Céu”



“Sob o Mesmo Céu”, direção de Cameron Crowe, é um doce romance, passado no paradisíaco Havaí. E ele toca o passado, o presente e o futuro. A trama gira em torno do militar Brian Gilcrest (Bradley Cooper), que após alguns anos é enviado para sua terra natal, o Havaí. Sua missão é supervisionar o lançamento de um satélite, bancado por um milionário, Carson Welch (Bill Murray). Mas retornar as suas origens vai lhe trazer sombras do passado, boas e más. Ele reencontra a bela Tracy (Rachel McAdams), antigo amor da época da adolescência e que ele não via há 13 anos. Agora ela está casada com o silencioso piloto John Woody (John Krasinski) e mãe de dois adolescentes.

Enquanto sente a velha atração por Tracy, ele se vê envolvido pela militar e sua cicerone Allison Ng (Emma Stone).

Cooper está muito bem como o militar que se defronta com o passado, tem momentos de depressão e quer consertar os erros. Rachel McAdams é doce e linda, mas não tem a aparência de uma mãe de dois adolescentes. John Krasinski, do seriado “The Office” rouba as cenas em que aparece, com poucas palavras, mas gestos que são autoexplicativos. E Emma Stone, não decepciona como a militar ¼ havaiana, mesmo não tendo traços nativos. Seu personagem começa sério, mas aos poucos vai se soltando, e trazendo charme a este filme delicioso.

Cotação: bom
Chico Izidro

quinta-feira, junho 04, 2015

"A Estrada 47"




Quatro soldados brasileiros se perdem no front na Itália durante a II Guerra Mundial. A eles se junta um repórter, um desertor italiano e um soldado alemão ferido. A história é fictícia, mas relembra a participação da FEB na campanha contra os nazistas quase no final do conflito. O filme é "A Estrada 47", direção de Vicente Ferraz.

O exército brasileiro, ao contrário do norte-americano, era misto, ou seja, não havia a segregação racial. Por isso, estavam lá em Monte Castelo os soldados brancos Guimarães (Daniel de Oliveira) e Tenente (Julio Andrade), o nordestino Piauí (Francisco Gaspar) e o negro Laurindo (Thogum), todos especialistas em desarmar bombas. Eles sofrem um ataque de pânico durante uma batalha, descem a montanha e se perdem do resto da companhia.

No meio da neve, desesperados, apavorados, os soldados decidem chegar até a Estrada 47, que está toda minada e bloqueando a entrada para a sitiada cidade de San Giuno. Eles imaginam que se liberarem a via, não serão acusados de desertores. Mas como chegar lá e ainda carregando um soldado alemão seriamente ferido, Mayer (Richard Sammel, de Bastardos Inglórios e do seriado The Strain) e do italiano Roberto(Sergio Rubini).

O filme é repleto de tensão, boas cenas de ação - a produção é esmerada, com legendas para as falas italiana e alemã. No final, temos aquele gostinho amargo do trabalho da FEB, que acabou relegado, quase coadjuvante. Muita gente nem sabe da participação brasileira no front, fazendo o serviço sujo e os americanos ficando com a glória e os louros da fama.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Qualquer Gato Vira-Lata 2"



A pergunta é: por que estas continuações: Ora, porque dão dinheiro e o público médio, nada exigente, adora. O que vale a pena em "Qualquer Gato Vira-Lata 2", direção de Roberto Santucci e Marcelo Antunez, é a beleza estonteante de Cleo Pires, revivendo o papel da confusa e romântica Tati.

Ela terminou o primeiro filme namorando o certinho professor e escritor Conrado (Malvino Salvador) e deixando para trás o bronco e conquistador barato Marcelo (Dudu Azevedo).

Agora Conrado está lançando seu livro, onde analisa os relacionamentos amorosos e fará uma palestra no Caribe. Palco perfeito para Tati pedir o namorado em casamento. E ela arma todo um circo para fazer o pedido. E Conrado pede um tempo para pensar. Momento terrível e constrangedor para Tati. E Marcelo vê que pode tentar reconquistar a ex-namorada, aparecendo no hotel caribenho e fazendo mil promessas.

O filme ainda traz um momento "mea-culpa", onde aparece Fábio Júnior no papel do pai distante de Tati. E na cena, ele se desculpa por ter sido tão distante da vida dela, exatamente como na vida real. E ainda com tempo para ele cantar um de seus clássicos oitentitas, "O Que Será?". Não precisava.

"Qualquer Gato Vira-Lata 2" derrapa num roteiro rasteiro, com diálogos infames. E atores parecendo não ter nenhum recurso dramático, apelando para caretas e gestuais histéricos. O que pode distrair um pouco é o visual de comercial, com cores vivas e berrantes, e um local paradisíaco.

Cotação: ruim
Chico Izidro

"A Espiã que Sabia de Menos"




"A Espiã que Sabia de Menos", direção de Paul Feig, tem como objetivo satirizar os filmes de espionagem, focando principalmente em 007. Tanto que utiliza a abertura de forma muito semelhante aos dos famoso agente secreto James Bond, quanto as locações em diversos países, aqui no caso França, Itália e leste europeu como cenários. A espiã, no caso, é a gordinha
Melissa McCarthy, que faz o papel de Susan Cooper, uma nerd que auxilia por computador os espiões que estão em campo, direto da sede da CIA nos Estados Unidos - lembra muito o personagem de Kirsten Vangsness, a Penelope Garcia, do seriado "Criminal Minds".

O seu preferido é o bonitão Bradley Fine (Jude Law), que aparentemente morre em uma missão quando tentava evitar a negociação de uma ogiva nuclear. Susan Cooper, então, se candidata para prosseguir a missão e mesmo sem experiência, é aceita, usando os mais variados disfarces.

Tudo muito bonitinho visualmente, mas a comediante Melissa McCarthy, do seriado "Mike & Molly" e de filmes como "As Bem Armadas" e "Missão Madrinha de Casamento" leva ao extremo o termo chatice, com seus exageros corporais, e não falo de sua obesidade, mas as caretas, tombos forçados, tudo aindatemperado por uma tagarelice insuportável. E ainda temos o incômodo de ver uma dublê com a metade do peso de Melissa
McCarthy nas cenas de ação.

Pelo menos Jude Law faz um ótimo espião, mascarado, arrogante. E Jason Statham também foge de seus papéis característicos, vivendo aqui um agente secreto sem noção, que acha estar arrasando, mas estragando todas as missões.

Cotação: ruim
Chico Izidro

"Tomorrowland - Um Lugar Onde Nada é Impossível"




Frank Walker (Thomas Robinson) é um pequeno inventor que criou a mochila-voadora. Na Feira Mundial de Nova Iorque, em 1964, o garoto conhece a menina Athena (Raffey Cassidy, a melhor presença no filme, com uma atuação marcante), que lhe apresenta um mundo mágico, repleto de invenções futuristas. "Tomorrowland - Um Lugar Onde Nada é Impossível", direção de Brad Bird, tem um início promissor, mas perde-se em seu decorrer, com uma reviravolta meio sem pé nem cabeça.

Quase 50 anos depois, a jovem Casey Newton (Britt Robertson), filha de um engenheiro da Nasa, é procurada por Athena através de um broche, e passa a ser perseguida por estranhos agentes, até encontrar um Frank Walker, já adulto e vivido agora por George Clooney. Ele é um homem recluso e cético.

Os dois, então, partem para Tomorrowland, onde descobrem que juntos podem salvar o mundo. Do quê? O diretor Brad Bird não se preocupa muito em explicar, transformando tudo numa trama absurda, onde Hugh Laurie, conhecido como o Dr. House, do seriado, é o vilão a ser derrotado.

Efeitos especiais, cenas de ação, tudo não é o suficiente para transformar o filme numa boa atração. Depois de tanta correria dos personagens principais, tudo fica chato e repetitivo, com um papo ecológico final desnecessário e apelativo.

Cotação: ruim
Chico Izidro

"Poltergeist"




Me pergunto qual a necessidade de se refilmar quase quadro a quadro um dos clássicos do cinema de terror? E pior, atores sem carisma e que não parecem a vontade em cena? Talvez a imagem do "Poltergeist" original, dirigido por Tobe Hooper em 1982, ainda seja muito presente.

Pois na nova versão de "Poltergeist", direção de Gil Kenan, a história é a mesma: uma família se muda para uma casa daqueles condomínios comuns nos Estados Unidos. E logo o local começa a dar sinais de vida, com objetos se movendo, palhaços assustando as crianças, a menininha doce conversando com "ninguém". E logo ela, não mais Caroline e agora Madison (Kennedi Clements) é abduzida pelas almas perdidas - o condomínio foi construído
sobre um antigo cemitério, mas quando da construção, só foram retiradas as lápides, mas os corpos permaneceram, e eles estão ofendidos e querem se libertar.

A família Bowen então, pede a ajuda de especialistas em espectros para tentar salvar a menina. E talvez de diferente na nova versão seja o uso de celulares, drones, computadores, elementos que ainda não existiam no começo dos anos 1980. E não existem sustos. Tudo é tão previsível, que dá para antever o final das cenas.

Cotação: ruim
Chico Izidro

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

Foto: Universal Pictures "Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale), direção de Simon Curtis, promete ser o últ...