quinta-feira, janeiro 21, 2016

"A 5ª Onda" (The 5th Wave)



A Terra mais uma vez está sendo invadida por extraterrestres. Em "A 5ª Onda" (The 5th Wave), direção de J. Blakeson, o ataque vem em cinco fases, com o objetivo de exterminar os humanos. Na primeira onda, a eletricidade é desligada e nada mais funciona. Na segunda onda, 40% da população morre após um tsunami. A terceira onda chega através de um vírus transmitido pelas aves, que matam mais humanos. Na quarta onda, os extraterrestres descem à Terra e se infiltram na população restante.

O que seria a quinta onda? O extermínio total da raça humana. A adolescente Cassie (Chloe Grace Moretz), que perdeu os pais, tem de resgatar o irmão mais novo, que está com o exército, que está formando um grupo de crianças para tentar salvar a Terra. O problema é que os militares não são tão inocentes como se imagina.

O filme até começa bem, com o suspense permeando cada passo dos alienígenas e da jovem Cassie, que é obrigada a cair na clandestinidade para sobreviver. Detalhe é que não se sabe mais quem é humano ou ET, pois esses assumem a forma de seus subjugados. A trama, de repente, passa a se resumir a um romance mau-resolvido entre a garota e um jovem que a salvou da morte. E nada é convincente. A facilidade com que Cassie carrega uma metralhadora, apesar do corpo mirrado é absurda. Ou de como os humanos resistentes conseguem entrar no esconderijo alienígena de forma tão fácil. E vão se encontrando pelos corredores na maior tranquilidade. Será que conseguirão acertar nas próximas duas partes?

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=DxCntPIs38U

Duração: 1h57min

Cotação: regular
Chico Izidro

"Ausência"




O garoto Serginho (Matheus Fagundes) com seus 14 para 15 anos, não tem uma adolescência comum. Sua mãe é alcoólatra e mantém o apartamento fazendo bolos por encomenda, além de cuidar ainda do irmão menor. O jovem se vira na feira, onde ajuda um tio em sua barraca de vegetais, para ajudar em casa.

“Ausência”, direção de Chico Teixeira, não é um filme fácil. Pois mostra a vida de Serginho, que sofre, como diz o título, com a ausência do pai, que abandonou a família e encontra-se em lugar incerto e não sabido. E também com uma vida comum, própria para a sua idade.

Enquanto se vira para ajudar em casa com os trocados que ganha na feira – ele sonha que o tio assine a sua carteira -, Serginho começa a conhecer o amor com uma japonesinha que também trabalha na feira. E encontra no professor Ney (Irandhir Santos), um cliente para quem Serginho faz entregas, o substituto para seu pai. Ele é um homem paciente, solitário, que escuta as lamúrias do garoto, sempre com um conselho.

Porém tanta carência cobrará um preço para a amizade de Serginho e Ney, em cena tensa e angustiante. O garoto Matheus Fagundes é um achado, dando força a este filme, que mostra uma São Paulo melancólica, vazia. Gilda Nomacce, que vive a mãe de Serginho, também está muito bem, reforçando nas cenas em que aparece bêbada ou deprimida, o buraco que é a vida do garoto. Um ótimo filme realista.

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=SmoJh9bwtNY

Duração: 1h27min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Vai Que Dá Certo 2"




Já escrevi isso antes, mas ratifico. Uma comédia tem de fazer rir. Se não consegue, é porque fracassou redondamente. É o caso de "Vai Que Dá Certo 2", direção de Maurício Farias, que também tentou aumentar o leque, colocando momentos de ação e suspense no longa.

Ocorre um tropeço tremendo. Em cerca de 90 minutos, não existe nada que faça a gente dar uma mísera risada. Sem contar que as cenas de ação não funcionam. O filme é uma continuação de 2012, em que um grupo de amigos tentava enriquecer após a tentativa de aplicar um golpe. Agora, eles continuam quebrados, vivendo como adolescentes tardios.

E surge a chance de ganhar uma grana quando cai nas mãos de Rodrigo (Danton Mello), Tonico (Felipe Abib) e Amaral (Fábio Porchat) um vídeo com cenas de sexo de Elói (Vladimir Brichta) com uma garota. Detalhe: Elói iria dar o golpe do baú em uma milionária, e o vídeo destruiria seus planos. Só que, evidente, as coisas dão erradas e eles passam a ser perseguidos pelo vilão e também por dois policiais corruptos.


O resultado é um filme pobre, com diálogos forçados, muitos deles rebuscando o mundo pop, como por exemplo, citações a 007. Enfim, “Vai Que Dá Certo 2” não consegue ser engraçado, traz o pior de Fábio Porchat, histérico e repetitivo, enquanto que Danton Mello parece viver num drama, passando o tempo todo com cara triste e sofrida. O primeiro “Vai Que Dá Certo” cativava, com um humor ágil, boa história. Aqui fizeram tudo ao contrário.

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=9UoCQnaTQSE

Duração: 1h30min

Cotação: ruim
Chico Izidro

quinta-feira, janeiro 14, 2016

“Creed – Nascido Para Lutar” (Creed)



Em 1976, Sylvester Stallone criou o personagem que se tornaria um ícone pop, o boxeador Rocky Balboa. O americano saiu das sombras, ganhou fama e fortuna. Pois 40 anos depois, o pugilista segue sua trajetória, agora no sétimo filme da cinesérie, “Creed – Nascido Para Lutar” (Creed), direção de Ryan Coogler.
Porém agora Rocky, vivido pelo próprio Stallone, aos 69 anos, é um coadjuvante de luxo na história.

A peça principal é o jovem Adonis Johnson (Michael B. Jordan, que também viveu o novo Tocha Humana em Quarteto Fantástico). Ele é simplesmente o filho de Apollo Creed, no início adversário feroz e depois grande amigo de Rocky e que seria morto no filme número 4 pelo russo Drago (Dolph Lundgren). Pois Apollo morreu sem nunca reconhecer o filho, fruto de um relacionamento extraconjugal.

Agora, com seus quase 30 anos, Adonis trabalha no mercado financeiro em Los Angeles, tendo sido criado pela esposa oficial de Apollo, Mary Anne (Phyllicia Rashid, que vivia a esposa de Bill Cosby no famoso seriado dos anos 1980). Só que em suas veias corre o sangue de um lutador e não de um yuppie. Então ele larga tudo e parte para a Filadélfia, onde deseja ser treinado por Rocky e se tornar um pugilista profissional. Mas ele não quer ser reconhecido como o filho de Apollo, que era interpretado por Carl Weathers, de “Predador”, pois não deseja ter privilégio e fugir de comparações.

No meio disso tudo, ele se envolve com a cantora e compositora Bianca (Tessa Thompson). E apesar de sua prepotência e confiança, Adonis verá que não é tão fácil assim vencer no meio do boxe.
“Creed – Nascido Para Lutar” segue a escola americana de filmes sobre o esporte chamado nobre, com cenas muito bem filmadas. Note quando a câmera fica ao lado dos boxeadores no ringue, com closes espetaculares. Claro que, às vezes, o filme escorrega para o sentimentalismo e soltando umas frases de auto-ajuda. Mas nada que cause náuseas. E é bom ver que “Creed – Nascido Para Lutar” é repleto de ótimas piadas e auto-referências.


Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=8VTQPTu6AQU
Duração: 2h14min

Cotação: bom
Chico Izidro

"Carol" (Carol)



O filme é baseado em livro lançado por Patricia Highsmith em 1950 sob o pseudônimo de Claire Morgan. Claro, a trama é forte e para aquela época completamente contestatória. Em "Carol" (Carol), dirigido por Todd Haines, vemos um relacionamento lésbico entre a dona de casa Carol Aird (Cate Blanchett) e a vendedora de uma loja de departamentos em Nova Iorque Therese Belivet (Rooney Mara).

Tudo começa quando Carol vai comprar um presente de Natal para a filha pequena e conhece Therese. Aos poucos, as duas vão criando uma amizade - e Carol ainda está se separando do marido, Harge (Kyle Chandler). O problema é que Carol tem um passado onde já havia tido um relacionamento homossexual. E isso é motivo para que ela possa perder a guarda da filha. Ainda mais que estamos nos anos 1950, cuja reconstituição de época é primorosa, e em que a sociedade ainda não estava pronta para aceitar este tipo de amor.

Então assumir o relacionamento não era fácil. E sendo que tudo é novo para Therese, que se sente compelida a ir para os braços de Carol, mesmo que não se sinta lésbica. As cenas de amor entre as protagonistas não são agressivas para olhares mais conservadores. É tudo mostrado com delicadez.

Cate Blanchette está ótima no papel da mulher de sociedade que não consegue segurar seus impulsos, mesmo que isso custe perder tudo o que conquistou. E Rooney Mara vai ganhando fôlego ao longo do filme. Ah, não é spoiler, mas por ser um filme baseado em história de Patricia Highsmith, fica-se esperando que ocorra algum crime. Que não acontecerá.

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=EH3zcuRQXNo
Duração: 1h58min

Cotação: bom
Chico Izidro

"Boi Neon"



A vida nas lidas campeiras não é fácil. O vaqueiro de curral Iremar (Juliano Cazarré) tem como função preparar os bois para os rodeios. Seu dia a dia é passado ao lado do colega Zé (Carlos Pessoa),
a motorista de caminhão Galega (Maeve Jinkings) e a filha desta, Cacá (Alyne Santana). Eles moram no caminhão que também serve de transporte para os bois.

Em "Boi Neon", direção de Gabriel Mascaro, é mostrada a luta diária destes trabalhadores, que viajam pelo interior da Paraíba, sem as mínimas condições de conforto, para ajudar na realização das vaquejadas. Eles não têm muitas perspectivas de vida. Cacá, por exemplo, não quer estudar e sonha em conhecer o pai, mas não se desgruda daquele caminhão. Já Iremar tem um sonho que foge do estilo machão do meio em que vive: habilidoso com linhas e agulhas, ele quer ser estilista e passa as horas vagas desenhando vestidos para Galega, que à noite faz strip para ganhar uns trocos a mais.

Apesar deste clima rural mostrado em "Boi Neon", o diretor Mascaro não poupa em cenas de forte conteúdo sexual. Há um demorado momento em que Iremar transa com uma mulher grávida em uma fábrica de roupas. O personagem de Cazarré também é quase um fetiche, sendo seguido pelas câmeras no chuveiro, nu entre vários homens que se banham e urinando. Meio que desnecessário.

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=HNbqCsAwXgw
Duração: 1h41min

Cotação: bom
Chico Izidro

“Steve Jobs” (Steve Jobs)



Depois da mal-sucedida cinebiografia de Steve Jobs protagonizada por Ashton Kutcher, chega nova versão da vida do gênio da informática, batizada exatamente de “Steve Jobs” (Steve Jobs), direção de Danny Boyle, e com o alemão-irlandês Michael Fassbender no papel principal.

Ao contrário de “Jobs”, que focava a vida do personagem em ordem cronológica, desde o final da sua adolescência até a morte em 2011, “Steve Jobs” decidiu pela reprodução de três momentos importantes na vida do personagem. E de como ele era um homem de difícil trato.

A história começa em 1984, com o lançamento do Macintosh. Depois pula para 1988, com o surgimento do NeXT Computer e finaliza em 1998, com o surgimento do Ipod. Entre estes fatos, Boyle mostra o difícil relacionamento com a filha Lisa, que ele se recusava a reconhecer a paternidade. Mas o diretor também não esquece os parceiros de Jobs, como a diretora de marketing Joanna Hoffman (interpretada por Kate Winslet), e os parceiros Steve Wosniak (vivido por Seth Rogen) e o auxiliar Andy Hertzfeld, que ele maltratava impiedosamente.

Fassbender está longe de se assemelhar com Steve Jobs – neste quesito Ashton Kutcher levou de barbada, faltando um pouco de cuidado da produção. Porém a interpretação apresentada por Fassbender é tamanha que até conseguimos enxergar Jobs em sua pele. E o retrato mostrado de Jobs não é dos mais elogiosos, pois é mostrado como um homem cínico, egoísta e egocêntrico. A versão não agradou muito os seus familiares. Mas está lá na telona.

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?list=PL7SRsnf63welcMZcV0pL-pC55WlPzoRvF&v=DYCABywVKBw
Duração: 2h02min

Cotação: bom
Chico Izidro

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

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