quarta-feira, novembro 25, 2015

"A Visita" (The Visit)




M. Night Shyamalan surgiu como um fenômeno no começo dos anos 2000 com o sensacional "Sexto Sentido". Mas no decorrer da carreira, o diretor americano de origem indiana foi tropeçando, tropeçando, até chegar agora ao fundo do poço com "A Visita" (The Visit).

A trama se utiliza da câmera subjetiva, ou seja, aquela que um personagem fica carregando durante todo o tempo, mostrando o que acontece ao seu redor. No caso, aqui ela fica nas mãos dos irmãos os Tyler (Ed Oxenbould) e sua irmã Becca (Olivia DeJonge), que sonha em se tornar documentarista. Por isso, os dois decidem registrar a visita que fazem aos avós, que eles não conhecem porque romperam com sua mãe antes de nascerem.

Os avós são vividos por Deanna Dunagan e Peter McRobbie. E desde a chegada dos irmãos na fazenda do casal, este age de forma estranha. A avó se arrasta pela casa durante a noite, bate a cabeça na parede, vomita nas escadas, enquanto o avô usa fraldas pois costuma defecar nas calças. Aos poucos, os irmãos começam a notar que algo de estranho acontece naquela casa. E claro que tem a pegadinha do diretor. Mas nada mais sustenta esta história fraca, que era para ser de terror, mas não mete medo em ninguém e muito menos dá sustos. E um final forçado.

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=N152Ki1fzYM

Duração: 1h 34m

Cotação: ruim

Chico Izidro

"American Ultra: Armados e Alucinados" (American Ultra)



Nada funciona em "American Ultra: Armados e Alucinados" (American Ultra), direção de Nima Nourizadeh. O filme mostra Mike (Jesse Eisenberg), que é um caixa numa loja de conveniências e fumador compulsivo de maconha. Ele vive com a namorada Phoebe (Kristen Stewart) e planeja casar com ela, pretendendo fazer o pedido em uma viagem ao Havaí.

Só que antes do embarque Mike sofre um ataque de pânico e a viagem é cancelada. Só que o rapaz não sabe que é um agente secreto em estado inanimado e não poderia sair da cidadezinha onde morava. O governo controlava seus passos e tão logo ele retorna para casa, a sua ex-agência começa uma caçada para eliminá-lo. Sem entender nada, Mike vai matando os assassinos que surgem para tirá-lo de circulação. Ele é ágil com armas, em lutas e não é, de forma alguma, presa fácil.

O problema que Jesse Eisenberg faz seu personagem no piloto automático, chegando a ser irritante seu andar e falas. E não existe química entre ele e seu par romântico, a ex-Crepúsculo Kristen Stewart. Pior que eles só mesmo Topher Grace como o vilão. Deve ser a milésima vez que o astro de That's 70 Show vive um carinha sem escrúpulos e careteiro. Além do que
"American Ultra: Armados e Alucinados" (American Ultra) não foge do esquema correrias, tiroteios e explosões.

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=nz02akqCZr0

Duração: 1h36min

Cotação: ruim
Chico Izidro

"Papéis ao Vento" (Papeles en el Viento)



"Papéis ao Vento" (Papeles en el Viento), direção de Juan Taratuto, fala de amizade e tem o futebol como pano de fundo. El Mono (Diego Torres) era um fanático pelo Independiente de Avellaneda e ex-jogador de futebol. Ele compra o passe de uma promessa, mas acaba morrendo de câncer, e seus três amigos Fernando (Diego Peretti), Mauricio (Pablo Echarri) e El Ruso (Pablo Rago) decidem recuperar o investimento do camarada, 300 mil dólares, tentando vender a promessa e garantir o futuro da filha de El Mono, a pequena Guadalupe.

O problema é que o jogador é um perna de pau, enterrado num time da terceira divisão argentina. A trama, então, mostra o mundo podre do futebol, com corrupção, suborno e outras falcatruas, como pagar propina a um jornalista esportivo, para este elogiar o jogador. Os três amigos têm de se passar por empresários, sendo que Fernando é professor, Mauricio é um advogado e Ruso é dono de um lava-rápido falido, e ele passa os dias jogando video-game com seus funcionários.

O diretor Juan Taratuto se vale, também, de muitos flash-backs, mostrando o passado de El Mono como jogador, o avanço de sua doença, e a preocupação dele em relação ao futuro de Guadalupe. Mas mais do que ela não ter problemas financeiros, preocupa mais a El Mono que a pequena seja uma torcedora do vermelho, ou seja, de seu amado Independiente.

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=H5GcU0EMrEk

Duração: 1h38min

Cotação: bom
Chico Izidro

"Misstres America"





A amizade entre duas garotas é mostrada em "Mistress America", direção de Noah Baumbach. Tracy (Lola Kirke, excelente) tem 18 anos e está no primeiro semestre da faculdade em Nova Iorque, mas é solitária e tem como objetivo tornar-se escritora. Sua mãe vai se casar novamente e insiste que ela ligue para a filha do noivo, Brooke (Greta Gerwig), para tentar se adaptar a nova cidade e já ir se ambientando com a futura irmã.

Logo as duas estão juntas, andando pela noite nova-iorquina. Tracy fica encantada pela energia e alto astral de Brooke, que está tentando abrir um restaurante e procura investidores. Tracy sonha ainda em entrar em um exclusivo clube de escritores da faculdade e vê na figura da irmã postiça ótimo assunto para seu conto. O problema é que a jovem enxerga em Brooke alguém que chegou aos 30 anos e ainda não encontrou seu caminho, mostrando-se perdida, apesar de toda a vivacidade que aparenta ter.

O conto, claro, vai fazer rachaduras na recente amizade entre elas. "Misstres America" tem diálogos bons e inteligentes, coadjuvantes que mostram-se importantes para a trama - não são apenas figuras decorativas, mas têm algo a dizer, como por exemplo Matthew Shearm, que vive Tony, o interesse romântico de Tracy, e Heather Lind, no papel de Mamie-Claire, uma dondoca mimada e interesseira, que se põe contra Brooke. O filme também traz uma trilha sonora interessante, remetendo aos anos 1980, como Toto, OMD e Hot Chocolate.

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=Zv6T8e7sWDk

Duração: 1h26m

Cotação: bom
Chico Izidro

quarta-feira, novembro 18, 2015

"Malala" (He Named Me Malala)




A paquistanesa Malala foi batizada pelo pai em homenagem a uma heroína do tradicionalismo afegão. Pois em 2012, a garota criada numa família de pensamento liberal em uma sociedade presa aos rígidos costumes muçulmanos, foi vítima de uma tentativa de assassinato pelos talibãs. Eles não aceitavam, em suas mentalidades pequenas, que mulheres pudessem ou queressem estudar. Malala sobreviveu aos tiros, que acertaram seu rosto. E foi viver em Birmigham, na Inglaterra.

Sua trajetória é contada no documentário "Malala" (He Named Me Malala), dirigido por Davis Guggenheim. O diretor inglês acompanhou o dia a dia da menina, que devido ao atentado, ficou surdo do lado esquerdo, que também permanece paralisado. Malala é uma adolescente comum, tímida, e apesar de seus quase 18 anos, nunca namorou, e enrubece quando perguntada sobre isso. Seu pai, Ziauddin Yousafzai, criou a garota com liberdade, coisa incomum no rígido Vale do Swat, no Paquistão, onde os talibãs chegaram em 2008, no princípio deixando todos à vontade, mas aos poucos foram impondo a sua equivocada leitura do Alcorão.

O documentário, que utiliza ainda animação, não é muito inovador, é mesmo burocrático. Mas como fazer diferente? Malala é uma jovem famosa, que viaja o mundo para ajudar outras pessoas e mostrar sua experiência de vida, ao mesmo tempo que sendo uma Nobel - ela ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2014 -, tem de se preocupar com as provas na escola. E ela sabe seu papel na sociedade e de como escapou do destino de muitas de suas conterrâneas. Tanto que ao ser questionada de como seria sua vida seria caso seus pais fossem de acordo com a cultura muçulmana, ela responde que já estaria casada e com dois filhos. E analfabeta. Uma grande lição de vida.

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=WsF1SeO-pN0

Duração: 1h27min

Cotação: bom
Chico Izidro

"Cativas - Presas pelo Coração"



No livro "Loucas de Amor - Mulheres que amam serial killers e criminosos sexuais", de Gilmar Rodrigues e Fido Nesti, publicado em 2012, era mostrado como o amor pode aparecer nos lugares mais improváveis. Ou seja, mulheres que foram conquistadas por presidiários que cometeram crimes horrendos, e o que fizeram para ficar ao lado deles. Agora o documentário "Cativas - Presas pelo Coração", direção de Joana Nin, revela a loucura por trás de sete mulheres, que decidiram lutar contra tudo e todos para namorarem e até casarem com presidiários.

A diretora filmou a obra no Paraná, acompanhando o dia a dia de sete mulheres, muitas delas acreditando que seus parceiros são inocentes. "Ele me garante que é inocente, e eu acredito nele", diz uma delas. São depoimentos marcantes e chocantes. Outra, já com seus quase 30 anos, apaixonou-se por um rapazinho de 14 anos, que anos depois seria preso por tráfico. E ela permanece ao seu lado quase 20 anos depois, tendo deixado marido e filhos para trás quando se encantou. Já outra das mulheres, de 21 anos, caiu de amores por um preso do dobro de sua idade e com 17 anos de pena para cumprir.

Todas elas se submetem a constrangimentos em suas visitas aos seus parceiros. E a diretora não poupa cenas de revista íntima, das visitas conjugais. Uma delas fala em certo momento: "Tenho certeza de que se eu estivesse presa, ele não me visitaria. Pode olhar na prisão feminina, quantos parceiros visitam suas mulheres?".

E "Cativas - Presas pelo Coração" mostra, ainda, como o amor pode deixar as pessoas infantilizadas. Mesmo presos mais perigosos escrevem as mais românticas cartas, cheias de coraçõezinhos e flores, para suas mulheres. Que contam as horas para poderem compartilhar alguns minutos ao lado deles. Um triste retrato da condição humana.

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=dsdUUYOEJas

Duração: 1h17min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

quarta-feira, novembro 11, 2015

"Como Sobreviver a um Ataque Zumbi" (Scout's Guide To The Zombie Apocalypse)



Os amigos Ben (Tye Sheridan), Carter (Logan Miller) e Augie (Joey Morgan) são o motivo de chacota na escola, afinal são os únicos escoteiros do lugar, vistos como seres alienígenas, pessoas ultrapassadas. Só que de repente estoura uma invasão zumbi, e Ben e Carter, que pretendiam abandonar o escotismo, por não aguentarem mais as chacotas, ao contrário de Augie, que é um entusiasta, vão acabar tendo de usar os ensimentos aprendidos para tentar escapar em "Como Sobreviver a um Ataque Zumbi" (Scout's Guide To The Zombie Apocalypse), direção de Christopher Landon.

O filme aqui, segue a linha terrir, a exemplo do hoje já clássico "A Volta dos Mortos Vivos" (The Return Of The Living Dead), de 1985, dirigido por Dan O'Bannon. Os zumbis são rápidos, hilários - tem até uma velhinha em um carrinho elétrico e outro que dança ao som de Britney Spears. Outro, o Sr. Rogers (David Koechner) e líder dos escoteiros, que é mordido quase no começo do filme, se mostra quase indestrutível. Ele se arrasta pela cidade, todo queimado, perna quebrada e com uma peruca que insiste em cair de sua cabeça.

Em momento muito engraçado, Ben tenta escapar de uma horda de zumbis por uma janela, e acaba se pendurando no pênis de um deles, que vai esticando, esticando. É um filme para não se ter medo, mas sim para dar muita risada. Dos mais divertidos dos últimos tempos e com direito a participação da veterana Cloris Leachman, de 89 anos, como uma vizinha rabugenta.

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=3RoypK4cKCE

Duração: 1h33min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

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