Não é fácil transpor para um filme de duas horas a obra gigantesca de Erico Veríssimo, O Continente. São mais de 150 anos e dezenas de personagens. Por isso, o diretor Jaime Monjardim foi feliz ao transpor para o cinema "O Tempo e o Vento", onde conta o conflito da família Terra-Cambará com os Amaral, e a construção do Rio Grande, com atuações competentes.
A história é contada em forma de flash-back, no último dia da vida de Bibiana (Fernanda Montenegro, excelente). Já na década de 1890, durante a Revolução Federalista, enquanto que sua família sofre um cerco na cidade de Santa Fé, ela recebe o fantasma do Capitão Rodrigo, que foi seu marido, o grande amor de sua vida, e acabou morto durante a Revolução Farroupilha. Em seu leito, Bibiana relembra o surgimento da família Terra-Cambará, mais de 100 anos atrás. O Capitão Rodrigo é interpretado por Thiago Lacerda, que parece ter nascido para o papel, que havia sido imortalizado por Tarcísio Meira na minisérie da Globo em 1985. Suas cenas em que aparece tentando conquistar Bibiana jovem (Marjorie Estiano), e depois, já envolvido num casamento em que se sente oprimido, são fortes. Mas destaque é Cleo Pires, líndissima, como Ana Terra, matriarca da família. Seus momentos em cena são belos.
A reconstituição de época é cuidadosa, quase primorosa. A estranhar a música que fecha os créditos finais, cantada em inglês, num filme que destaca o Rio Grande do Sul.
Cotação: bom
Chico Izidro
sábado, setembro 28, 2013
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Um comentário:
Eu também não entendi a música cantada em inglês fechando o filme... Se fosse em espanhol não fugiria das influencias riograndense...
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