Em seu aniversário de 11 anos, Angeliki pula da sacada do apartamento onde mora com a família, em Atenas. Suicídio inexplicável. Por que ela se matou? Aos poucos vamos sendo apresentados a sua família em "Miss Violence", direção de Alexandro Avranas. A família é controlada com mão de ferro pelo avô (Themis Panou), que sustenta a mulher, as duas filhas e os netos. Contador, ele já passou dos 50 anos e tem dificuldades de encontrar emprego. Rigoroso, não admite contrariedades. Qualquer deslize é punido com agressões. A família começa a ser investigada pela assistência social, que acredita que o suicídio tem proporções maiores do que apenas uma menina deprimida.
A mãe de Angeliki, Eleni (Eleni Roussinou) ainda está gávida, mas nega-se a revelar o nome do pai. Aliás, quando os fatos começam a ser esclarecidos, "Miss Violence" explicita o pior do abuso infantil e familiar. Sua parte derradeira é chocante. Themis Panou mostra-se ótimo como o avô e pai de família com uma personalidade ambígua - após punir as crianças, fica prometendo "amanhã todos iremos à praia nos divertir", como nada tivesse acontecido. Preocupado em deixar a mesa da família sempre cheia de comida, não se abala quando tem de punir todos cortando o alimento quando se vê contrariado.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
quinta-feira, fevereiro 05, 2015
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“QUEER”
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