quinta-feira, fevereiro 12, 2015

“Dois Dias, Uma Noite”


Em época de recessão econômica europeia, “Dois Dias, Uma Noite”, dirigido por Jean-Pierre Dardenne
e Luc Dardenne, é pontual. Passado em uma cidadezinha belga, traz uma desglamourizada Marion Cotillard, sem maquiagem, no papel da depressiva Sandra. Quando recuperada e pronta a voltar ao trabalho numa pequena fábrica, ela descobre que os colegas votaram por sua demissão em troca de um bônus de mil euros (cerca de três mil reais).

Desesperada, constata que desempregada, ela terá de deixar os com dois filhos e o marido Manu (Fabrizio Rongione), a confortável casa onde mora e se mudar para um condomínio operário, certamente num apartamento pequeno e apertado. Então com a ajuda da colega Juliette (Catherine Salée) consegue convencer o dono da fábrica a realizar nova votação na segunda-feira seguinte. Então Sandra terá dois dias e uma noite exatos para tentar convencer os colegas a aceitaram seus argumentos de que não pode ficar desempregada, e a readmitirem.

Então é aí que ela verá o que pode ter de melhor ou pior no coração humano. Enquanto alguns colegas são compreensivos e garantem rever a decisão, outros se mantém irredutíveis e dizem que o que importa no momento é o dinheiro.

O filme é lento, com cenas de Sandra batendo a porta da casa dos colegas se repetindo ininterruptamente. Marion Cotillard dá uma aula de interpretação, de cara limpa e se utilizando, às vezes, apenas de um olhar vazio, perdido, suplicante. O final quase deixa escapar um bom enlace, mas tudo é consertado nos segundos derradeiros.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

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