quinta-feira, maio 26, 2016

"A Garota do Livro" (The Girl in the Book)




"A Garota do Livro" (The Girl in the Book), dirigido pela iniciante Marya Cohn, é de uma chatice monumental. Filme sem ritmo, com atuações tacanhas e que tem uma grande similaridade com outro filme lançado esta semana, "Pais e Filhas", já que a história é contada em dois tempos, passado e presente, e traz como tema central trauma da protagonista.

No caso, a protagonista é a editoria de livros Alice Harvey (Emily VanCamp, da série Revenge). A história é contada com uma alternância entre a fase adulta e a adolescência. Ambas as histórias são mostradas paralelamente. A personagem é dominada pelos homens ao seu redor. Pelo chefe, que a trata como uma relés secretária, pelo pai, que decide tudo de sua vida. Assim ela não consegue criar relações profundas com outros homens.

Para piorar, Alice recebe a incubência de preparar o relançamento de um livro do escritor de Milan Daneker (Michael Nyqvist, de A Menina Que Brincava com Fogo), que teve importância significativa quando ela era adolescente. Talvez tudo se resolvesse se a protagonista procurasse um psicólogo.

Emily VanCamp mostra ser uma atriz limitada, e ainda por cima tem de fazer cenas com o bom ator sueco Michael Nyqvist e seu olhar dominante. Os coadjuvantes também não ajudam muito. Ali Ahn, no papel de Sadie, a melhor amiga de Alice, encontra aqueles papéis tão comuns no cinema americano, o de escutar a protagonista e em certo momento se sentir traída. Já a versão adolescente de Alice, interpretada pela bela Ana Mulvoy-Ten, tem um desempenho pior. A garota não consegue mostrar mais do que sempre a mesma expressão, não importa o que esteja acontecendo em cena.

Para piorar tudo, a direção de Marya Cohn é frouxa. Ela demonstra não ter mínimas noções de ritmo, de enquadramentos. E o filme, com menos de 90 minutos, parece ter intermináveis três horas.


Duração: 1h26min

Cotação: ruim
Chico Izidro

"Jogo do Dinheiro" (Money Monster)



Assistindo "Jogo do Dinheiro" (Money Monster), dirigido por Jodie Foster, lembrei e muito de "Um Dia de Cão", protagonizado por Al Pacino em 1975. A espetacularização da mídia, a síndrome de Estocolmo.

O filme mostra um sequestro ao vivo pela televisão, no caso de "Um Dia de Cão" era um assalto a banco, onde o protagonista acabava angariando a simpatia da população de Nova Iorque. Aqui o jornalista Lee Gates (George Clooney) apresenta um programa de tevê, o Money Monster, onde dá dicas sobre o mercado financeiro. Um dia, o jovem Kyle (Jack O'Connell) invade o progerama, que é transmitido ao vivo, e obriga Lee a vestir um colete com explosivos. E passa a fazer exigências, revoltado por ter perdido 60 mil dólares em um investimento, após dica do jornalista.

Kyle também quer que o programa, que é dirigido por Patty Fenn (Julia Roberts) continue sendo transmitido. A audiência de Money Monster aumenta significativamente e o público vai ficando mais curioso, ainda mais quando vão aparecendo esquemas obscuros envolvendo magnatas de Wall Street, principalmente o empresário de uma corporação, Walt Camby (Dominic West), que acaba de perder 800 milhões de dólares dos investidores, alegando uma falha nos computadores da sua empresa.

O roteiro discute, assim, sobre investimentos, mercado financeiro e economia, além do sensacionalismo. O filme é bastante eficiente por a atenção do espectador, o deixando curioso pela resolução dos eventos. O elenco experiente consegue passar veracidade, começando por George Clooney, que encontra uma Julia Roberts bem em cena, o que considero raro. Já Jack O’Connell transmite todo o desespero de seu personagem, desolado, que perdeu tudo e não vê mais saída para seu caso. O problema é que tudio isto já foi visto antes.


Duração: 1h39min

Cotação: bom
Chico Izidro

"Roteiro de Casamento" (Me Casé con un Boludo)



Um filme argentino sem a presença de Ricardo Darín, e que percorre um bom caminho até quase perto de seu fim. Esta é a comédia "Roteiro de Casamento" (Me Casé con um Boludo), dirigido por Juan Taratuto. O equívoco se faz presente e depois a farsa pela farsa.

A história centra em um famoso ator de cinema, Fabián Brando (Adrián Suar), contratado para protagonizar um filme do arrogante e grosseiro diretor José Leika (Gerardo Romano). Nas filmagens, ele conhece a atriz iniciante, insegura e pouco talentosa Florencia Córmick (Valeria Bertuccelli), que só conseguiu o emprego por namorar o diretor. Porém após a antipatia inicial, os dois acabam se entendendo e se apaixonam, e logo casando. É aí que começa a graça, pois Florencia se dá conta que o Fábian é um adulescente (mistura de adulto com adolescente), imaturo, egocêntrico. A atriz, num estalo, se liga: ela acabou casando com o personagem interpretado por Fabián no filme e não pelo ator.

Então Florencia fala para os amigos: "Me casé con un boludo (“Eu me casei com um imbecil!”) (título original do filme). Só que Fábian descobre o que Florencia acha dele, e passa a fingir ser o personagem do filme que eles terminaram de filmar, num jogo de aparências.

A ideia vai funcionando até certo ponto. Mas pena que na meia-hora final, o diretor perca a mão, e cria situações que lembram as piores comédias produzidas pelo Globo Filmes. O filme, que ameaçava ser diferente, acaba se contentando com os velhos clichês.

Duração: 1h50min

Cotação: regular
Chico Izidro

"A Vingança Está na Moda" (The Dressmaker)



Um filme que trata de vingança, com pitadas de humor negro. É "A Vingança Está na Moda" (The Dressmaker), de Jocelyn Moorhouse, e que conta com a sempre inspirada Kate Winslet como protagonista.

A trama se desenvolve numa isolada cidadezinha no interior da Austrália. Myrtle ‘Tilly’ Dunnage (Kate Winslet), retorna após anos afastada, por causa da morte de um garoto da qual ela foi acusada de assassinar, e circular pelas grandes cidades europeias, onde tornou-se conhecida costureira.

Porém na cidade, com os tipos mais estranhos possíveis, ela não é bem aceita, mas consegue se superar, fazendo belos vestidos para as mulheres do local. Aos poucos, vai sendo aceita, mas sempre com ressalvas pelos moradores. Entre eles há o jovem Teddy (Liam Hemsworth), que cai de amores por ela. Já a mãe, Molly Dunnage (Judy Davis) está esclerosada.

Uma dasd grandes sacadas é o papel de Hugo Weaving, que vive o policial Farrat, que com a presença de Molly, começa a desabrochar sua sexualidade reprimida. Não esqueça que Weaving foi o protagonista do hoje clássico "Priscila, a Rainha do Deserto". Então vê-lo provando vestidos e soltando a franga é imperdível.

O elenco, aliás, está todo afiado. Protagonista, coadjuvantes, todos dão um toque especial ao filme, onde o humor negro se faz presente - principalmente quando a protagonista se considera amaldiçoada. Aí alguma coisa trágica acontece.

Duração: 1h58min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Pais e Filhas" (Fathers And Daughters)




"Pais e Filhas" (Fathers And Daughters), dirigido pelo italiano Gabriele Muccino, é um bom filme, mas logo esquecível. A história se passa em dois tempos, no final dos anos 1980, e nos dias atuais, e mostra o drama da jovem Katie, que não consegue se ajustar ao mundo devido a problemas familiares de quando criança.

Katie (Amanda Seyfried) é filha do escritor Jake Davis (Russell Crowe), que ficou viúvo e faz de tudo para criar a menina. Após passar um período num hospital psiquiátrico, a garota foi deixada aos cuidades da tia Elizabeth (Diane Kruger) e William (Bruce Greenwood). Quando ele recebe alta, entra numa disputa judicial, pois os parentes querem ficar com Katie.

Então o filme começa suas idas e vindas no tempo, mostrando Katie já adulta e estudando psicologia. Em seu estágio, ela tem de monitorar a menina Lucy (Quvenzhané Wallis, indicada ao Oscar por Indomável Sonhadora), que sofre com o abandono familiar. Katie também está envolvida romanticamente com Cameron (Aaron Paul, de Breaking Bad), mas não consegue se aprofundar no relacionamento devido ao seu passado problemático.

O roteiro não traz nada que não tenhamos visto antes, mas vale pelas boas atuações de Russell Crowe e de Amanda Seyfried, que estava ficando famosa por só estrelar bombas, e que começou uma reviravolta com "Lovelace". "Pais e Filhas" também traz participações boas e rápidas de atrizes como Jane Fonda e Octavia Spencer (vencedora do Oscar por Histórias Cruzadas).


Duração: 1h58min

Cotação: bom
Chico Izidro

quinta-feira, maio 19, 2016

"X-Men - Apocalipse" (X-Men - Apocalypse




"X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido" de 2014, apostava na reformulação dos heróis mutantes da Marvel, com a trama se passando em 1973. Agora, em "X-Men - Apocalipse" (X-Men - Apocalypse), dirigido por Bryan Singer, a história avança em uma década, mostrando o aparecimento de vários dos super-heróis.

No longa, com um início estremecedor, passado no Egito dos faraós, aparece o primeiro mutante da história, En Sabah Nur, conhecido como Apocalipse (Oscar Isaac). Séculos depois, mais exatamente em 1983, o vilão acorda devido a um ritual e decide purificar o mundo, pois para ele, a humanidade se perdeu ao longo do tempo. Assim, Apocalipse sai convocando asseclas, Tempestade (Alexandra Shipp), Psylocke (Olivia Munn), Anjo (Ben Hardy) e Magneto (Michael Fassbender).

Para combatê-los, estão a postos os comandados do professor Charles Xavier (James McAvoy): Mística (Jennifer Lawrence), Ciclope (Tye Sheridan), Jean Grey (Sophie Turner), Fera (Nicholas Hoult) e Mercúrio (Evan Peters). O roteiro não exige muito, simplificando no vilão tentando destruir o mundo e os heróis tentando evitar isso. Então são duas horas de muitas cenas rápidas, um pouquinho, mas muito mesmo de humor, efeitos especiais arrasadores e pouca profundidade dos personagens. Os que são melhores aproveitados são os antagonistas Magneto e Charles Xavier.

Mas o melhor momento do filme é protagonizado por Mercúrio. Ao som oitentista da música "Sweet Dreams (Are Made Of This)", do Eurythmics, o personagem vai salvando, em slow-motion os moradores da mansão dos X-Men durante uma explosão. Outro bom momento é quando da aparição de Wolverine (Hugh Jackman) num complexo militar.


Duração: 2h 24min

Cotação: regular
Chico Izidro

"Vizinhos 2" (Neighbors 2: Sorority Rising)




A comédia “Vizinhos”, de Nicholas Stoller, mostrava um jovem casal tendo problemas com uma fraternidade muito festeira ao lado de sua casa no filme de 2014. Agora sai a sequência, também dirigida por Stoller, que se mostra equivocada e desnecessária.

O casal formado por Mac (Seth Rogen) e Kelly Radner (Rose Byrne) esperam um novo filho e por isso decidem vender a casa e mudar-se para o subúrbio. Porém eles não esperavam que uma nova fraternidade assume a casa do lado, mas ao invés de rapazes, são meninas da irmandade Kappa Nu. E elas são mais estrepitosas do que os rapazes. E para que Mac e Kelly consigam vender a casa, os compradores não podem saber que as garotas são barulhentas. O jeito é pedir ajuda ao ex-inimigo, Teddy (Zac Efron), que sabe o jeito de fazer a Kappa Nu naufragar e acabar abandonando a casa.


“Vizinhos” trazia umas boas piadas, mescladas com outras questionáveis. Agora, sua continuação é fundamentalmente apelativa, sobrando umas duas ou três piadas boas, como uma em referência a judeus. No resto, são vômitos na cara, absorventes cheios de sangue jogados nas janelas. Além do que o roteiro é repleto de furos, começando pelo motivo das meninas abrirem uma irmandade, o porque do casal roubar a maconha que as meninas vendem ao invés de chamar a polícia? E por aí vai. Ainda bem que o filme tem só pouco mais de uma hora e meia.


Duração: 1h32min


Cotação: ruim
Chico Izidro

quinta-feira, maio 12, 2016

"Mártires" (Martyrs)




Uma família toma o café da manhã e a campainha da porta toca. O pai vai atender e é alvejado por um tiro de espingarda. Na sequência, são mortas a mãe e os dois filhos adolescentes. Quem pratica os assassinatos é a jovem Lucie (Troian Bellisario), que quer se vingar daqueles que a mantiveram em cativeiro, praticando várias torturas quando ela ainda era uma garotinha. Este é o início do sangrento "Mártires" (Martyrs), dirigido por Kevin Goetz e Michael Goetz, e que vem a ser uma refilmagem de um filme francês de mesmo título de 2008, realizado por Pascal Laugier.


A primeira parte da trama é bastante fiel ao filme original, mas em sua segunda metade a produção americana segue outro caminho. Pois a versão europeia é por demais violenta, com momentos que chegam a incomodar, até mesmo aqueles que estão acostumados a assistir cenas de tortura, sevícias, agressões físicas. A nova versão é mais amena, até mesmo com relação as duas protagonistas. Pois o filme não é só de Lucie, mas também de Anna (Bailey Noble), que ela conheceu no orfanato onde foi criada após fugir do cativeiro. E Lucie vive presa aos seus fantasmas, levando a amiga junto para o inferno.

Só que o novo Mártires não apresenta a mesma estrutura de seu original, apesar das boas atuações das duas atrizes principais. O filme se perde em meio a uma reviravolta muito incoerente em seu final. Mas até chegar lá, o espectador já perdeu totalmente o interesse no filme. Se quiser ver algo realmente apavorante e perturbador, vá atrás do original e deixe este remake para trás.


Duração: 1h26min

Cotação: ruim
Chico Izidro

quarta-feira, maio 11, 2016

"Memórias Secretas" (Remember)



O diretor Aton Egoyan volta a falar do Holocausto, mas desta vez nada a ver com o que afligiu os armênios em meados da década de 1910. Agora, "Memórias Secretas" (Remember), fala do Holocausto judeu, que dizimou seis milhões de pessoas na II Guerra Mundial.

A história foca no ancião judeu Zev (Christopher Plummer), que vive num asilo ao lado de outro judeu, o nonagenário Max (Martin Landau). Os dois são sobreviventes de Auschwitz, e descobrem que um dos guardas do campo está vivo e se escondendo nos Estados Unidos. Como Max é cadeirante, ele instrui Zev a perseguir o carrasco para matá-lo. Como Zev sofre de Alzheimer, Max anota passo a passo cada detalhe de como Zev deve proceder para perpetuar a vingança. Zev, então sai do asilo, e parte numa jornada Estados Unidos a dentro para encontrar o nazista.

A trama é bem bolada, porém sofre com algumas facilidades do roteiro. Afinal, Zev consegue se livrar dos problemas sem dificuldades. Por exemplo, ao comprar uma pistola, não sofre maiores restrições do vendedor, que nem se preocupa em investigar os antecedentes do velho judeu. Ou quando Zev é flagrado por um guarda num shopping e este o deixa partir, mesmo encontrando a pistola sob sua posse.

Porém a ótima atuação do veterano Christopher Plummer, de "A Noviça Rebelde", faz deixarmos passar estes detalhes. O final também é surpreendente, trazendo à tona uma pegadinha - daquelas inesperadas. Principalmente para o personagem central da trama.

Duração: 1h35min

Cotação: bom
Chico Izidro

quarta-feira, maio 04, 2016

“Prova de Coragem”



“Prova de Coragem”, dirigido por Roberto Gervitz, é uma adaptação do livro “Mãos de Cavalo”, do escritor paulista Daniel Galera. O nome foi alterado, pois o título do romance se refere a adolescência do protagonista, que ocupa a maior parte da história, que no filme centra-se mais na fase adulta do personagem principal.

O personagem principal é o médico Hermano (Armando Babaioff), que aos 35 anos, gosta de escalar montanhas em suas folgas, apesar de sofrer de vertigens. Ele é casado com a artista plástica Adri (Mariana Ximenes), que acaba engravidando, contra a vontade do marido, que planeja uma expedição a Terra do Fogo, ao lado do amigo Renan (Daniel Volpi), que ainda mora num quartinho no fundo da casa do pai.

A gravidez de Adri provoca um racha no casamento. E Hermano procura uma ex-namoradinha da adolescência, Naiara (Áurea Maranhão), e assim acaba relembrando aquele período de sua vida, quando foi apelidado de Mão de Cavalo pelos outros garotos do bairro. E desde àquela época ele já tinha de provar sua coragem praticando downhill. Aliás, os momentos da adolescência de Hermano se mostram mais interessantes do que a sua fase adulta – até mesmo porque os jovens que interpretam os personagens naquele período se mostram mais competentes do que os atores adultos.

A história foi toda ela filmada em Farroupilha, na serra gaúcha, e em Porto Alegre, por isso vai tocar mais o público gaúcho, que encontrará lugares conhecidos ao longo do filme, que nos faz pensar sobre o amadurecer e sobre a responsabilidade em relação aos relacionamentos. Aliás, para quem gosta da natureza e esportes radicais, vai se deleitar com belas cenas de alpinismo e ciclismo.

Armando Babaioff, às vezes parece não ter muitos recursos cênicos. Faz praticamente a mesma cara, seja nos momentos de alegria ou de tristeza, por mais que seu personagem seja meio depressivo e ainda não sabendo o que quer da vida. Mariana Ximenes, por sua vez, mostra uma Adri com muita intensidade e também decidida, que vive uma gravidez de risco. Mas como já coloquei acima, a parte da adolescência de Hermano merecia mais destaque.

Duração: 1h30min

Cotação: bom
Chico Izidro

“O Décimo Homem” (El Rey Del Once)



“O Décimo Homem” (El Rey Del Once), dirigido por Daniel Burmann, mostra o cotidiano da comunidade judaica em Buenos Aires. Toda a trama se passa no bairro de Once, conhecido pelo comércio, tipo a 25 de Março, em São Paulo, mas também por ter muitos moradores judeus.

A história gira em torno de Ariel (Alan Sabbagh), que após um período vivendo em Nova Iorque, retorna para a Argentina para visitar o pai, Usher. Este gerencia uma organização de caridade, onde ajuda os moradores com comida, roupas, remédios. Mas o personagem praticamente não aparece na história. Ele se comunica com Ariel apenas pelo telefone e sempre orientando o rapaz a realizar várias tarefas. Nada é muito explicado a Ariel, mas aos poucos ele vai se interando das atividades do bairro, inclusive tendo um romance com uma jovem ortodoxa, Eva, que devido a religião, no começo nem o deixava tocá-la ou trocava palavras com ela.

O filme tem um ritmo frenético, com a câmera nervosa, acompanhando os passos do personagem pelas ruas do bairro, e quase não tem história. Apenas acompanhamos o dia a dia de Ariel pelo Once, onde ele vai realizando as tarefas determinadas por Usher, sem questionar. Ariel só não saca que, aos poucos, vai sendo obrigado a retomar suas raízes judaicas, que ele havia abandonado ao se mudar para Nova Iorque. Enfim, o filme mostra a jornada do redescobrimento de uma identidade que se mostrava perdida. E o ator Alan Sabbagh está perfeito, um gordinho meio looser e com uma cara de quem não está entendendo o que se passa ao seu redor.

Duração: 1h21min

Cotação: bom
Chico Izidro

“Capitão América – Guerra Civil” (Captain America – Civil War)




“Em Batman vs Superman – A Origem da Justiça” vimos o choque entre os dois super-heróis quando um deles não aceita os métodos do outro de agir e pretende tirá-lo de circulação. Em “Capitão América – Guerra Civil” (Captain America – Civil War), dirigido por Anthony Russo e Joe Russo, a trama é muito semelhante. Após uma intervenção de um grupo comandado pelo Capitão América que provoca a morte de centenas de pessoas em Lagos, na Nigéria, os políticos decidem que os super-heróis não podem mais agir sem prestar contas aos governos, sendo que eles devem ainda se cadastrar, perdendo a autonomia que lhes é peculiar.

Um grupo liderado pelo Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) aceita as determinações governamentais, porém o outro, tendo o Capitão América (Chris Evans) à frente, discorda. Isso vai gerar um violento combate entre eles, numa excepcional cena em um aeroporto, quando o grupo do Capitão América pretende sair em uma nova missão. A cena, aliás, apresenta o novo Homem-Aranha, agora um relés adolescente de seus 15 anos, cooptado pelo Homem de Ferro, e que se mostra a melhor coisa do filme, com seu humor debochado.

A história, que resgata muito de outros dois filmes dos personagens, “Vingadores: Era de Ultron” e “Capitão América: O Soldado Invernal” tem ainda um novo integrante, o Pantera Negra, vivido por Chadwick Boseman, e que é um príncipe do fictício país africano Wakanda, e que entra na trama disposto a se vingar do Soldado Invernal Bucky, suspeito da morte de seu pai.

O filme é eficaz em todos os seus quesitos, pois mescla muito bem momentos de tensão, ação e humor. A se destacar também que, apesar do grande número de personagens, todos recebem total atenção, tendo seus momentos bem dosados. E nem sua duração, que ultrapassa as duas horas, se faz notar e quando acaba, fica aquela sensação de quero mais.

Duração: 2h28min
Cotação: ótimo
Chico Izidro

“O Caçador e a Rainha do Gelo” (The Hunter: The Winter’s War)



“O Caçador e a Rainha do Gelo” (The Hunter: The Winter’s War), dirigido por Cedric Nicholas-Troyan, é uma sequência de “Branca de Neve e o Caçador”. A história, porém, se passa antes e depois dos acontecimentos do primeiro filme, quando a Rainha Ravenna (Charlize Theron) havia recrutado o caçador (Chris Hemsworth) a matar sua enteada, Branca de Neve.

Agora, a trama se inicia sete anos antes dos eventos mostrados na telona em 2012 e depois dão um salto no tempo. Branca de Neve, personagem de Kristin Stewart, não aparece desta vez, sendo apenas citada. Ela agora governa o reino que um dia teve a tirana Ravenna à frente da Coroa. E o reino passa por perigo, depois que o espelho cai em mãos erradas, e o Caçador tem de recuperá-lo, para impedir que a irmã de Ravenna, Freya, domine o local.

Ah, sim, Freya (Emily Blunt) é o novo personagem inserido na história. Ela era boazinha, até sofrer um trauma e passar para o lado do mau, sendo que tem o poder de congelar tudo a sua volta, tal como a personagem da animação “Frozen”. Freya governa o reino do Gelo, onde o amor é proibitivo – e nisto é contada a origem do Caçador e de seu grande amor, a arqueira Sara (Jessica Chastain), que acabaram separados depois de serem flagrados aos beijos. Mas no futuro eles se unirão para combater a tirania de Freya.

O roteiro é totalmente previsível, afinal estamos diante de uma história de amor. E já sabemos que na tela grande ele sempre vence. E isto não é spoiler! O filme, apesar de ter como personagem principal o Caçador, é quase que dominado pelas mulheres. Sendo que o destaque fica por conta de Charlize Theron e sua diabólica Ravenna. Emily Blunt também está bem com sua Freya e sua desilusão diante dos percalços da vida. Jessica Chastain não se sai mal, mas por vezes parece deslocada. Já Chris Hemsworth vive de caras e bocas, e a qualquer momento parece que vai virar o Thor.

Duração: 1h54min

Cotação: bom
Chico Izidro

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...