quarta-feira, abril 14, 2010

CASO 39











Nada se cria. Tudo se copia. Eu começo este texto não sendo nem um pouco original. Mas o que dizer de CASO 39 (Case 39), direção de Christian Alvart?
Na "fita" de terror, uma dedicada e solitária assistente social (Renée Zellweger, da série Bridge Jones) está entupida de trabalho, com 38 processos de crianças em cima de sua mesa. Mesmo assim, seu chefe lhe passa mais um, o tal CASO 39. E ela tem a atenção chamada para uma menina de 10 anos (Jodelle Ferland, que não se esforça muito para fazer caras e bocas de menina má), que estaria sofrendo maus tratos de seus pais. Depois que a garota sofre uma tentativa de assassinato por parte deles, Emily Jenkins acaba assumindo a guarda de Lillith Sullivan, que aos poucos começa a mostrar que não é aquele anjo que demonstrara no começo.
A vida de Emily vai se transformando num inferno e alguns de seus amigos começam a morrer de forma estranha. A assistente social desconfia que a menina seja a culpada das mortes, passando a ser vista com desconfiança.
Ou seja, CASO 39 acaba sendo uma mistura de O Orfanato com A Profecia, entre outros filmes menos votados envolvendo crianças diabólicas. Sem contar que a história é por demais previsível e com um final incoerente.
Cotação: ruim
Chico Izidro

UMA NOITE FORA DE SÉRIE











Os comediantes Steve Carell, de The Office, e Tina Fey, de Saturday Night Live e 30 Rock, mostram bom entrosamento em UMA NOITE FORA DE SÉRIE (Date Night), de Shawn Levi. A dupla forma o casal Phil e Clara Foster, que leva uma vida tediosa e banal ao lado dos seus dois pequenos filhos em New Jersey. Trabalham, voltam para casa, brincam um pouco com as crianças, jantam e vão dormir. O sexo é algo quase impensável para eles.
Uma vez por semana ainda participam de um clube de leitura e jantam num restaurante, onde a maior diversão deles é imaginar o que os outros casais estão falando. Enfim, uma vida chata. Até que uma noite decidem ir à um restaurante badalado em Manhatan. Claro que sem reservas não têm a menor chance de obter uma mesa. Mas um casal não comparece. Eles, ao verem isso, dizem ser o casal. Aí que tudo começa a dar errado, pois a dupla que não apareceu está sendo procurada por um mafioso. Então, começam a fugir pelas ruas de Manhatan.
A comédia lembra Depois das Horas, de Martin Scorsese. Porém tem seus altos e baixos, mais baixos. Não por culpa de Farrell e Fey, mas por causa do roteiro meio capenga, que vai do hilário para o sentimentaloide em segundos. E para piorar, o título escolhido no Brasil entra para o rol dos medíocres.
Cotação: ruim
Chico Izidro

OS HOMENS QUE ENCARAVAM AS CABRAS



Um militar olha fixamente a parede e sai correndo em direção à ela, até se esborrachar no chão. Assim começa o engraçadíssimo OS HOMENS QUE ENCARAVAM AS CABRAS (THE MEN WHO STARE AT GOATS), direção de Grant Heslov, baseado em livro de Ron Joston.
Nele, um repórter, Bob Wilton (Ewan McGregor) é abandonado pela mulher e decide alistar-se como correspondente de guerra. E vai parar no Iraque, onde passa a investigar um grupo de soldados norte-americanos que possuíriam poderes especiais e que haviam sido coaptados pelo militar hippie Bill Django (o ótimo Jeff Bridges), nos anos 1980.
Em terras iraquianas, Bob encontra o maluco Lyn Cassady (George Clooney), e os dois saem numa jornada deserto adentro, onde são raptados, envolvem-se com dois grupos de espiões norte-americanos e outras doidices. Um detalhe hilariante é que os soldados são chamados de Jedis...e McGregor foi o jedi Obi Wan-Kenobi na segunda fornada da série Star Wars.
OS HOMENS QUE ENCARAVAM AS CABRAS vem do poder de os soldados terem o poder de matar o animal com um simples olhar ou até mesmo atravessar paredes.
Cotação: ótimo
Chico Izidro

TULPAN



TULPAN
Não é fácil assistir a um filme vindo do Cazaquistão. E é de lá que vem TULPAN, direção de Sergei Dvortsevoy. A história é simples e tocante. O marinheiro Asa (Tolepbergen Baisakalov) dá baixo e volta para as estepes cazaques, onde vai morar com a irmã, o cunhado e três sobrinhos numa cabana. O seu sonho é se tornar um pastor assim como o bruto cunhado Ondas (Ondas Besikbasov).
Porém uma das exigências para que se torne pastor é que tenha uma esposa. Diz a tradição que um homem não sobrevive à profissão se não tiver ao seu lado uma mulher que esteja pronta para cozinhar para ele, cuidar da casa e ter filhos fortes que o ajudarão nas lidas diárias.
Mas estamos num deserto e a mulher solteira mais próxima fica a um dia de viagem, a tímida Tulpan, que nunca mostra o rosto durante o filme. E ela rejeita Asa por este ter orelhas muito grandes. A recusa da garota, que imagina ir morar na cidade grande e fazer uma faculdade, deixa Asa obcecado em tê-la ao seu lado. Enquanto não consegue conquistar a garota, Asa trabalha desajeitado ao lado de um impaciente Ondas e recebe as visitad de um amigo, viciado numa música disco norte-americana e em fotos de mulheres peladas.
Ao longo do filme, cenas longas das estepes, ventanias e até o nascimento de um cordeiro. Tem que se ter uma certa paciência, mas vale a pena, pois podemos observar uma cultura tão diferente e longínqua desta ex-república soviética. E quem assistiu Os Camelos Também Choram, filme uzbeque, de 2005, vai identificar muitas semelhanças.
Cotação: bom
Chico Izidro

segunda-feira, abril 05, 2010

A CAIXA





Uma caixa, um botão. Curiosidade e ambição. Estes são os ingredientes para A CAIXA (The Box), de Richard Kelly, o mesmo diretor do estranho Donny Darko. Se naquele filme a maluquice ficava por conta do personagem principal conversar com um coelho, agora a estranheza está no personagem interpretado por Frank Langella, Arlington Steward, que não tem parte da face.
Ele que propõe ao casal formado pela professora Norma Lewis (Cameron Diaz, que se esforça em salvar o filme) e pelo cientista da Nasa Arthur (James Mardsen, péssimo) que se apertarem o tal botão, ganharão 1 milhão de dólares. Porém, em contrapartida, uma pessoa em alguma parte do mundo, morrerá. Eles conseguirão viver ricos, mas com o peso da morte de alguém, mesmo que desconhecido?
A CAIXA até tem um início interessante e mostra lances meio trágicos como o já citado rosto deformado de Arlington. Norma, por sua vez, tem o pé direito deformado após um acidente sofrido na adolescência e manca, o que é motivo de chacota de um aluno seu. E para piorar, a família sofre com problemas econômicos - a escola onde estuda o filho do casal não subsidiará mais a matrícula para fihos de professores e Arthur vê o seu pedido de se tornar astronauta rejeitado.
Porém no decorrer da trama, A CAIXA vai piorando, perdendo-se num enredo que envolve estranhos seres numa biblioteca e bolhas de água que fazem os personagens irem para outras dimensões. No final, fica aquela pergunta: o que fiz de duas horas da minha vida?
Cotação: ruim
Chico Izidro

domingo, abril 04, 2010

UM SONHO POSSÍVEL












Sim, é um dramalhão. Sim, Sandra Bullock está muito bem no papel que lhe rendeu o Oscar, a socialite sulista que adota um jovem negro em UM SONHO POSSÍVEL (The Blind Side, de John Lee Hancock), Leigh Anne Touhy. Só que ao tomarmos contato de que a história é baseada em fatos reais nos faz ter um sentimento mais complacente com o filme.
Michael Oher (Quinton Aaron, que em sua simples aparição nos deixa pensando em como temos uma vida feliz) é um jovem de QI baixíssimo, mãe viciada em crack. Ele, porém, é bom nos esportes e por insistência de um treinador, acaba sendo aceito numa escola particular de Memphis, no Tennessee. O garoto, no entanto, não tem para onde ir nas noites frias e acaba sendo acolhido por Leigh Anne e sua família certinha. Todos têm então de conviver com o conservadorismo, a zombaria e o racismo local. Mas vão vencendo as barreiras.
Tanto que o quieto Michael acaba chamando a atenção de olheiros de futebol americano e acaba se tornando um craque do esporte nos Estados Unidos. Enfim, UM SONHO POSSÍVEL trata de superação e também de solidariedade, acabando por ser gostoso de se assistir.

Cotação: bom

Chico Izidro

EDUCAÇÃO












Com roteiro de Nick Hornby, autor de Um Grande Garoto e Febre de Bola, e baseado em romance autobiográfico de Lynn Barber, Educação (An Education, de Lone Scherfig), se passa na primeira metade da década de 1960 numa ainda conservadora Londres. A jovem Jenny (Carey Mullingan), 17 anos, sonha em não ter uma vida medíocre.
Seu destino já está mais ou menos traçado pelos pais: vai estudar em Oxford e depois exercer a profissão de professora. Mas Jenny imagina-se em Paris, fumando, ouvindo as canções da francesa Juliette Greco. Enfim, sendo livre. Até que conhece o trintão David (Peter Sarsgaard), que lhe proporciona o que ela desejava. Ele é tão sedutor, que ganha até a confiança da família de Jenny, o rígido pai, Jack (Alfred Molina, ótimo) e a desesperançada Majorie (Cara Seymour), que até deixam David levar a filha para um final de semana em Paris. E realmente, Jenny é uma gracinha e dá mesmo vontade de levá-la para sair - na realidade, Carey Mulligan tem 24 anos. E é sósia da sra. Tom Cruise, Katie Holmes.
Educação, no entanto, não é inovador e em determinado momento torna-se previsível. Mesmo assim é envolvente e retrata uma Inglaterra que logo passaria por grandes transformações sociais e culturais. Graças a mentes como a de Jenny e...de garotos como os Beatles e os Rolling Stones.
Cotação: bom
Chico Izidro

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

Foto: Universal Pictures "Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale), direção de Simon Curtis, promete ser o últ...