Ugo Giorgetti, que já dirigiu os ótimos e divertidos "Boleiros 1 e 2" e Festa, mexe nas lembranças e feridas da ditadura militar (1964-1985) no Brasil em Cara ou Coroa. Deste período, ele mirou exatamente em alguns meses de 1971, um dos mais rigorosos daquela época negra.
Narrado por Paulo Betti em primeira pessoa, é como se o estudante Getúlio (o fraco Geraldo Rodrigues) fosse o alterego de Giorgetti relembrando o seu começo no meio cultural. Ele ainda não sabe do que pretende da vida, enquanto secretamente trabalha numa peça de teatro, que pode ser dirigida pelo irmão e diretor teatral João Pedro (Emilio de Mello, de Cazuza, o Tempo Não Para). Este é um fracassado no casamento, arruinado financeiramente, viciado em jogatina e militante do PCB. E o Partidão está em busca de abrigo para dois de seus correligionários, perseguidos intensamente pelos milicos. E existe apenas um lugar onde eles nunca procurariam os fugitivos: num pequeno e mofado porão na casa do avô da namorada de Getúlio, Lilian (Júlia Ianina). O detalhe é que o avô é um general aposentado e reacionário, vivido por Walmor Chagas.
"Cara e Coroa" tem uma cuidadosa e excelente reconstituição de época, diálogos trabalhados, mas a fotografia, por vezes, é demasiadamente escura - talvez seja intencional, para lembrar aquele perído terrível da história do Brasil. A melhor presença é do veterano ator Otávio Augusto, taxista reacionário e tio de Getúlio e João Pedro. Logo no começo do filme, ele expulsa de seu táxi um homem com cabelos longos, após constatar não ser uma mulher. "Saia logo de meu carro, seu viado", dispara, mostrando como eram aqueles anos, onde ser diferente era uma ofensa a pessoas atrasadas.
Cotação: bom
Chico Izidro
quinta-feira, setembro 06, 2012
"Totalmente Inocentes"
Certos filmes nunca deveriam ir para as telas. É o caso do constrangedor "Totalmente Inocentes", de Rodrigo Bittencourt. O longa pretende ser uma comédia como aquelas que satirizam diversos tipos de filmes, como "Todo Mundo em Pânico", Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu" e "Top Secret". Aqui o deboche cairia sobre dois dos maiores sucessos do Brasil em todos os tempos, "Tropa de Elite" e "Cidade de Deus". Tanto que o barraco dos protagonistas ostenta um cartaz de "Cidade..." na porta, e dois dos atores-símbolos dos dois filmes, Leandro Firmino da Hora, o Zé Pequeno, e Fábio Lago, o Baiano.
"Totalmente Inocentes" conta a história de Da Fé (Lucas D'Jesus), apaixonado por Gidinha, irmã mais velha de seu melhor amigo, Bracinho. O menino de 15 anos é todo certinho, cria sozinho o irmão mais novo na fictícia favela DDC, no Rio de Janeiro. Porém, o garoto acredita que somente tornando-se um bandido, ganhará o amor de Gidinha, que ele acha ser apaixonada pelo bandido Do Morro (um histérico Fábio Porchat). Por isso, tenta de todos os modos, sempre estupidamente, praticar crimes, acabando por provocar a ira do chefão da favela, Do Morro, que está em guerra com o antigo dono do pedaço, o travesti Diaba Loira.
A tentativa de comédia fica somente no papel. As piadas não funcionam, as atuações são constrangedoras. O espectador fica esperando a tirada genial, um pingo de inteligência - aqueles que não se retiraram da sala, claro. Seriamente candidato ao título de pior filme do ano, superando ruindades do quilate de "Agamenon" e "Billi Pig".
Cotação: ruim
Chico Izidro
"Totalmente Inocentes" conta a história de Da Fé (Lucas D'Jesus), apaixonado por Gidinha, irmã mais velha de seu melhor amigo, Bracinho. O menino de 15 anos é todo certinho, cria sozinho o irmão mais novo na fictícia favela DDC, no Rio de Janeiro. Porém, o garoto acredita que somente tornando-se um bandido, ganhará o amor de Gidinha, que ele acha ser apaixonada pelo bandido Do Morro (um histérico Fábio Porchat). Por isso, tenta de todos os modos, sempre estupidamente, praticar crimes, acabando por provocar a ira do chefão da favela, Do Morro, que está em guerra com o antigo dono do pedaço, o travesti Diaba Loira.
A tentativa de comédia fica somente no papel. As piadas não funcionam, as atuações são constrangedoras. O espectador fica esperando a tirada genial, um pingo de inteligência - aqueles que não se retiraram da sala, claro. Seriamente candidato ao título de pior filme do ano, superando ruindades do quilate de "Agamenon" e "Billi Pig".
Cotação: ruim
Chico Izidro
"Projeto Dinossauro"
"Projeto Dinossauro" sofre daquele mal iniciado em "A Bruxa de Blair", e que nos últimos tempos tem infestado o cinema, seja com inventividade, como "Projeto X" e alguns dos "Atividade Paranormal", ou errando grosseiramente como "Zumbi Diaries" ou "Rec 2". Dirigido por Sid Bennet, mostra uma expedição aos confins da África, onde surgiram pistas de que os dinossauros não se extinguiram. Um grupo de expedicionários vai em busca dessas evidências e desaparece misteriosamente.
Tempos depois, são encontrados vídeos, onde se constata o que ocorreu com os expedicionários. Com aquela câmeras nas mãos, conhecida como subetiva, os expedicionários mostram um vale perdido, onde habitam animais que acreditava-se desaparecidos há milhões de anos. Alguns deles sedentos por carne humana.
"Projeto Dinossauro" é uma mistura de "Parque dos Dinossauros" com "Cloverfield - Monstro", "Viagem ao Fundo da Terra", e claramente inspirado no filme que deu origem a tudo - até o roteiro é semelhante, grupo se perde em lugar hostil e as imagens do que ocorreu são enconttradas e trazidas ao público: "Canibal Holocausto", clássico do terror de 1980, do italiano Ruggero Deodato.
Cotação: ruim
Chico Izidro
Tempos depois, são encontrados vídeos, onde se constata o que ocorreu com os expedicionários. Com aquela câmeras nas mãos, conhecida como subetiva, os expedicionários mostram um vale perdido, onde habitam animais que acreditava-se desaparecidos há milhões de anos. Alguns deles sedentos por carne humana.
"Projeto Dinossauro" é uma mistura de "Parque dos Dinossauros" com "Cloverfield - Monstro", "Viagem ao Fundo da Terra", e claramente inspirado no filme que deu origem a tudo - até o roteiro é semelhante, grupo se perde em lugar hostil e as imagens do que ocorreu são enconttradas e trazidas ao público: "Canibal Holocausto", clássico do terror de 1980, do italiano Ruggero Deodato.
Cotação: ruim
Chico Izidro
"Os Mercenários 2 - De Volta à Ação"
No primeiro filme, de 2010, os velhinhos arrebentavam tudo numa pequena republiqueta fictícia na América do Sul. Agora, o quebra-quebra é ampliado pelos musculosos e enrugados heróis dos anos 1980 em "Os Mercenários 2 - De Volta à Ação", dirigido por Simon West.
Comandados por um sessentão Sylvester Stallone, nomes como Arnold Scwharzenegger, Bruce Willis, Dolph Lundgren e Chuck Norris vão em busca de vingança. Um dos integrantes do grupo, e não é o personagem de Mickey Rourke, que nem dá as caras no filme, é assassinado depois de uma missão na China. Os velhinhos partem, então, em busca do vilão, vivido por Jean-Claude van Damme. Não bastasse, batizado convenientemente de Villain, ainda escravizou os moradores de um pequeno vilarejo nos Balcãs.
O roteiro é mínimo. O que conta aqui é o número de mortos empilhados pelos mercenários, seja por tiros, socos, facadas, granadas. O toque feminino fica por conta da modelo chinesa Nan Yu e seus grossos lábios. E também as piadas disparadas a cada minuto, principalmente fazendo referências a personagens de seus anos de ouro. Scwharzenegger, por exemplo, dispara várias vezes o seu "eu voltarei", bordão de "O Exterminador do Futuro". Ou Norris citando alguns de seus facts, que bombam na internet. O próprio Stallone não deixa de lembrar aos seus parceiros de que eles fazem parte de um museu.
"Os Mercenários 2 - De Volta à Ação" tira sarro de si mesmo, por isso é divertido de se assistir, pois quem conhece os heróis e suas características certamente irá rir muito.
Cotação: bom
Chico Izidro
Comandados por um sessentão Sylvester Stallone, nomes como Arnold Scwharzenegger, Bruce Willis, Dolph Lundgren e Chuck Norris vão em busca de vingança. Um dos integrantes do grupo, e não é o personagem de Mickey Rourke, que nem dá as caras no filme, é assassinado depois de uma missão na China. Os velhinhos partem, então, em busca do vilão, vivido por Jean-Claude van Damme. Não bastasse, batizado convenientemente de Villain, ainda escravizou os moradores de um pequeno vilarejo nos Balcãs.
O roteiro é mínimo. O que conta aqui é o número de mortos empilhados pelos mercenários, seja por tiros, socos, facadas, granadas. O toque feminino fica por conta da modelo chinesa Nan Yu e seus grossos lábios. E também as piadas disparadas a cada minuto, principalmente fazendo referências a personagens de seus anos de ouro. Scwharzenegger, por exemplo, dispara várias vezes o seu "eu voltarei", bordão de "O Exterminador do Futuro". Ou Norris citando alguns de seus facts, que bombam na internet. O próprio Stallone não deixa de lembrar aos seus parceiros de que eles fazem parte de um museu.
"Os Mercenários 2 - De Volta à Ação" tira sarro de si mesmo, por isso é divertido de se assistir, pois quem conhece os heróis e suas características certamente irá rir muito.
Cotação: bom
Chico Izidro
"A Febre do Rato"
"A Febre do Rato" é um termo recifense para designar algo fora do controle. No filme homônimo de Claudio Assis, também dá nome ao jornaleco, na realidade um pasquim, onde o poeta Zizo põe para fora toda a sua verborragia romântica e proletária. Ele sai pelas ruas modorrentas de Recife, vendendo o seu produto, em sua velha camionete e com a ajuda de um megafone. A vida de Zizo é assim, sobrevivendo gfraças ao jornalzinho, trepando com velhas obesas e bêbadas, e bebendo em botecos fétidos com o amigo coveiro, apelidado de Pazinho, que vai e volta em seu casamento com a manicure Vanessa, que não sabemos nunca se é mesmo uma voluptuosa mulher ou um travesti.
A serenidade de Zizo acaba quando ele se apaixona perdidamente por uma jovem estudante, a bonitinha Eneida. Todas as mulheres costumam cair na lábia do poeta, o que não é o caso de Eneida, e como na Odisseia, Zizo tentará enlouquecidamente conquistar o coração da garota. "A Febre do Rato" é filmado em preto e branco, e isso dá mais força visual a uma Recife suja, pobre e subterrânea. Claudio Assis não poupa no roteiro, recheado de sexo, palavrões e pobreza. Em determinado momento, uma garota transa com três rapazes, e o diretor não se furta em filmar, num plano aéreo, os quatro corpos rolando na cama, com os atores tocando nos órgãos sexuais de seus colegas sem pudor.
Zizo é interpretado pelo ótimo Irandhir Soares (Tropa de Elite), verborrágico e desavergonhado, enquanto a musa Eneida tem Nanda Costa como intérprete. E ela é a cara descarragada de Maria Schneider, atriz do também despudorado "O Último Tango em Paris".
A câmera em "A Febre do Rato" é trêmula, mas sem nunca perder o foco, com certas passagens remetendo a filmes psicodélicos dos anos 1960.
Cotação: bom
Chico Izidro
A serenidade de Zizo acaba quando ele se apaixona perdidamente por uma jovem estudante, a bonitinha Eneida. Todas as mulheres costumam cair na lábia do poeta, o que não é o caso de Eneida, e como na Odisseia, Zizo tentará enlouquecidamente conquistar o coração da garota. "A Febre do Rato" é filmado em preto e branco, e isso dá mais força visual a uma Recife suja, pobre e subterrânea. Claudio Assis não poupa no roteiro, recheado de sexo, palavrões e pobreza. Em determinado momento, uma garota transa com três rapazes, e o diretor não se furta em filmar, num plano aéreo, os quatro corpos rolando na cama, com os atores tocando nos órgãos sexuais de seus colegas sem pudor.
Zizo é interpretado pelo ótimo Irandhir Soares (Tropa de Elite), verborrágico e desavergonhado, enquanto a musa Eneida tem Nanda Costa como intérprete. E ela é a cara descarragada de Maria Schneider, atriz do também despudorado "O Último Tango em Paris".
A câmera em "A Febre do Rato" é trêmula, mas sem nunca perder o foco, com certas passagens remetendo a filmes psicodélicos dos anos 1960.
Cotação: bom
Chico Izidro
"Procura-se Um Amigo Para o Fim do Mundo"
Steve Carell viveu durante sete anos o sem noção, misógino e racista Michael Scott no genial seriado "The Office". O sucesso o levou ao cinema, mas em seus filmes na telona, mostrou muitos cacoetes histriônicos, irritantes. Pois no drama romântico "Procura-se Um Amigo Para o Fim do Mundo", de Lorene Scafaria, Carell acerta no tom e faz emocionar.
A trama é meio assustadora e tem a premissa dos filmes-catástrofes: um enorme asteroide vai se chocar com a Terra em três semanas. O planeta será destruído, acabando com a raça humana. Todas as tentativas de destruir o asteroide se mostraram infrutíferas. O que resta aos humanos? Curtir os últimos momentos fazendo tudo o que lhes der na telha. Orgias, bebedeiras, drogas. Até mesmo as crianças são estimuladas a tomar seus porres.
Porém Dodge (Carell) é um inconformado. Foi abandonado pela mulher, está sozinho e não quer morrer assim. Chega a ouvir de um amigo que não morrerá só: "Vamos todos morrer juntos, ao mesmo tempo", escuta. Isso, porém, não lhe conforta. E Dodge decide procurar uma namorada da época do colégio, e que ele acredita ser o amor de sua vida. Nesta jornada, ele conhece a romântica e desafortunada Penny (Keira Knightley), que deseja ver os pais pela última vez.
Os dois saem pelas estradas, encontrando pelo caminho todo o tipo de pessoas, como um cara que contratou alguém para matá-lo - participação hilária de William Petersen, o Greeson, de C.S.I., fuzileiros navais que montaram um abrigo subterrâneo, com viveres e armas, e cuja ideia é repovoar a Terra após o apocalipse, se sobreviverem. E Penny serviria como uma das fêmeas que geraria humanos fortes. Dodge, bem, ele não pertence aos eleitos, decide um dos soldados.
"Procura-se Um Amigo Para o Fim do Mundo" tem falhas, algumas gritantes. Como por exemplo Dodge nunca fazer a barba, mas ela estar sempre bem aparada. Ou os telefones mudos...só que em determinado momento, Penny liga de um aparelho e consegue falar com seus pais...detalhes.
A trilha sonora é primorosa, sendo de suprema importância para o filme. Dodge e Penny são amantes de música, e a garota não se desgruda de jeito nenhum de alguns vinis que marcaram momentos importantes de sua vida. O final é tocante, com os dois conversando, sabendo desesperançosamente que talvez não aja o amanhã.
Cotação: bom
Chico Izidro
A trama é meio assustadora e tem a premissa dos filmes-catástrofes: um enorme asteroide vai se chocar com a Terra em três semanas. O planeta será destruído, acabando com a raça humana. Todas as tentativas de destruir o asteroide se mostraram infrutíferas. O que resta aos humanos? Curtir os últimos momentos fazendo tudo o que lhes der na telha. Orgias, bebedeiras, drogas. Até mesmo as crianças são estimuladas a tomar seus porres.
Porém Dodge (Carell) é um inconformado. Foi abandonado pela mulher, está sozinho e não quer morrer assim. Chega a ouvir de um amigo que não morrerá só: "Vamos todos morrer juntos, ao mesmo tempo", escuta. Isso, porém, não lhe conforta. E Dodge decide procurar uma namorada da época do colégio, e que ele acredita ser o amor de sua vida. Nesta jornada, ele conhece a romântica e desafortunada Penny (Keira Knightley), que deseja ver os pais pela última vez.
Os dois saem pelas estradas, encontrando pelo caminho todo o tipo de pessoas, como um cara que contratou alguém para matá-lo - participação hilária de William Petersen, o Greeson, de C.S.I., fuzileiros navais que montaram um abrigo subterrâneo, com viveres e armas, e cuja ideia é repovoar a Terra após o apocalipse, se sobreviverem. E Penny serviria como uma das fêmeas que geraria humanos fortes. Dodge, bem, ele não pertence aos eleitos, decide um dos soldados.
"Procura-se Um Amigo Para o Fim do Mundo" tem falhas, algumas gritantes. Como por exemplo Dodge nunca fazer a barba, mas ela estar sempre bem aparada. Ou os telefones mudos...só que em determinado momento, Penny liga de um aparelho e consegue falar com seus pais...detalhes.
A trilha sonora é primorosa, sendo de suprema importância para o filme. Dodge e Penny são amantes de música, e a garota não se desgruda de jeito nenhum de alguns vinis que marcaram momentos importantes de sua vida. O final é tocante, com os dois conversando, sabendo desesperançosamente que talvez não aja o amanhã.
Cotação: bom
Chico Izidro
"Marighella"
Carlos Marighella, lembra sua última companheira, Clara Charf, que quando ela contou do namoro dos dois para o seu pai, judeu, esse não aprovou o relacionamento. Afinal, o ativista político era, nas palavras do velho, "goy, roten e schwarz", ou seja, não-judeu, comunista e negro. Ou seja, tinha tudo para dar errado, na visão simplista de um reacionário. Marighella foi um dos principais guerrilheiros que lutou contra a ditadura militar no Brasil dos anos 1960, acabando por ser assassinado numa emboscada do DOPS, em uma ação coordenada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury.
No documentário "Marighella", narrado pelo ator Lázaro Ramos, a diretora Isa Grispum Ferraz e sobrinha do militante comunista, refaz a trajetória dele desde o nascimento em Salvador, em 1911, até a morte. Carlos Marighella era filho de um imigrante italiano com uma negra baiana. Esta mistura criou um homem culto, politizado, ciente de que deveria lutar em prol dos desfavorecidos. Entrou no PCB e militou ao lado de Luis Carlos Prestes e desde sempre foi perseguido. Era também sedutor, poeta, ideólogo - escreveu o famoso Manual do Guerrilheiro Urbano, que serviu de guia para a luta armada contra os militares.
A diretora obteve depoimentos de antigos parceiros de Marighella, de parentes, da companheira de quase toda a vida. Também conseguiu imagens sensacionais de quase toda a vida do guerrilheiro. Ela falha, no entanto, por se mostrar por demais parcial. Marighella acaba virando um santo, quase um homem perfeito. Não são feitas críticas a ele e isso é uma falha grave. Sabemos que os guerrilheiros não desejavam apenas combater os militares. Também queriam instalar no país uma ditadura socialista, nos moldes soviéticos.
Cotação: bom
Chico Izidro
No documentário "Marighella", narrado pelo ator Lázaro Ramos, a diretora Isa Grispum Ferraz e sobrinha do militante comunista, refaz a trajetória dele desde o nascimento em Salvador, em 1911, até a morte. Carlos Marighella era filho de um imigrante italiano com uma negra baiana. Esta mistura criou um homem culto, politizado, ciente de que deveria lutar em prol dos desfavorecidos. Entrou no PCB e militou ao lado de Luis Carlos Prestes e desde sempre foi perseguido. Era também sedutor, poeta, ideólogo - escreveu o famoso Manual do Guerrilheiro Urbano, que serviu de guia para a luta armada contra os militares.
A diretora obteve depoimentos de antigos parceiros de Marighella, de parentes, da companheira de quase toda a vida. Também conseguiu imagens sensacionais de quase toda a vida do guerrilheiro. Ela falha, no entanto, por se mostrar por demais parcial. Marighella acaba virando um santo, quase um homem perfeito. Não são feitas críticas a ele e isso é uma falha grave. Sabemos que os guerrilheiros não desejavam apenas combater os militares. Também queriam instalar no país uma ditadura socialista, nos moldes soviéticos.
Cotação: bom
Chico Izidro
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