O ano de 2005 foi meio nebuloso para mim devido a uma violenta depressão. Então o que me recordo daquele período é o que anotei em cadernos e blocos. Tudo o mais se perdeu na poeira do tempo. E foi o ano em que o povo brasileiro foi às urnas para votar pelo "sim" ou "não" em relação ao desarmamento. Não recordo no que votei, mas devo ter votado pelo desarmamento por não gostar de armas. Só que não recordo se até mesmo cheguei a votar.
Feitas as considerações inicias, vamos a "Referendo", de Jaime Lerner, homônimo do político paranaense, analisa aquele período, colhendo depoimentos de pessoas que por um motivo ou outro engajaram-se naquela questão: "O comércio de armas e munição deve ser proibido no Brasil?". O diretor o faz de forma instigante, com os depoimentos intercalados, espaçados e aos poucos vamos entendendo a motivação de cada entrevistado, focando principalmente nos gaúchos. Aqui, afinal existe uma forte tradição armamentista, guerreira e, lembrado bem, fazemos fronteira com outros povos belicosos.
Temos o depoimento de um ex-secretário de segurança do Rio Grande do Sul, de uma professora, de um artista plástico, de um assaltante de bancos, de um estancieiro e também de donos de indústrias armamentistas. Um dos personagens entrevistados, por si só, daria um outro excepcional documentário, por causa de sua história singular e surpreendente. Não cabe aqui contar qual a história dessa pessoa, pois a surpresa é chocante. E nos faz refletir se é certo ou errado possuir armas. Mas uma coisa é certa, apenas o cidadão comum usa armas, muitas obsoletas. Os marginais possuem equipamentos, que por vezes, são de uso restrito das Forças Armadas e policiais.
Cotação: bom
Chico Izidro
sábado, setembro 22, 2012
"Resident Evil 5 - Retribuição"
Essa cinesérie é baseada nos tradicionais jogos de videogame. E cá para mim não faz a mínima diferença, pois não sou entusiasta, aliás, nunca joguei videogame na vida, mas conheço os seus meandros. E o quinto filme, "Resident Evil 5 - Retribuição" é o mais perfeito exemplo de como transpor para a tela o jogo. Cada sequência é como se o jogador estivesse tentanto passar de fase.
Dirigido por Paul S. W. Anderson e protagonizado mais uma vez pela ucraniana Milla Jovovic (pronuncia-se iovoviti), presente desde o início como a heroína Alice, "Resident Evil 5 - Retribuição", tem tudo o que pode se esperar de um bom filme de ação. Violência extrema e bem filmada, reviravoltas inteligentes e um final apoteótico. Detalhe: se o espectador não viu os outros filmes, não há problema, pois o começo traz um belo resumo dos quatro filmes anteriores. Agora Alice encontra-se nos subterrâneos da empresa Umbrella, que quase provocou o final da raça humana ao perder o controle sob um vírus que transformou as vítimas em zumbis. E eles surgem aos borbotões em cada nível do "jogo", repleto ainda de clones. Só a personagem da atriz Michelle Rodrigues, que quase sempre morre nos filmes, e´eliminada três vezes.
E Milla Jovovic foi feita para representar Alice - bonita, curvilínea, o tempo todo séria, quase como um robô. "Resident Evil 5 - Retribuição" surpreende.
Cotação: bom
Chico Izidro
Dirigido por Paul S. W. Anderson e protagonizado mais uma vez pela ucraniana Milla Jovovic (pronuncia-se iovoviti), presente desde o início como a heroína Alice, "Resident Evil 5 - Retribuição", tem tudo o que pode se esperar de um bom filme de ação. Violência extrema e bem filmada, reviravoltas inteligentes e um final apoteótico. Detalhe: se o espectador não viu os outros filmes, não há problema, pois o começo traz um belo resumo dos quatro filmes anteriores. Agora Alice encontra-se nos subterrâneos da empresa Umbrella, que quase provocou o final da raça humana ao perder o controle sob um vírus que transformou as vítimas em zumbis. E eles surgem aos borbotões em cada nível do "jogo", repleto ainda de clones. Só a personagem da atriz Michelle Rodrigues, que quase sempre morre nos filmes, e´eliminada três vezes.
E Milla Jovovic foi feita para representar Alice - bonita, curvilínea, o tempo todo séria, quase como um robô. "Resident Evil 5 - Retribuição" surpreende.
Cotação: bom
Chico Izidro
"Tropicália"
Nunca fui fã de Gil e Caetano Veloso, mas é impossível negar a importância dos dois baianos para a história da música, mesmo universalmente. E ambos foram os criadores de um dos maiores movimentos musicais do Brasil, a "Tropicália", que vira revelador documentário dirigido por Marcelo Machado.
Nele vemos pela primeira vez imagens da segunda metade dos anos 1960. E o documentário em quase sua totalidade é calcado nessas imagens raras, com a voz de seus protagonistas em off. Gil, Caetano, Tom Zé, entre outros, tentam explicar o que foi a Tropicália, que sucedeu a Bossa Nova junto à juventude brasileira. O movimento não restringia-se somente a música, agregando também elementos teatrais e da cultura pop do Brasil e do exterior. E a Tropicália chegou em momento crítico no país, onde a Ditadura Militar entrava em seus mais rigorosos anos. Onde a juventude tentava respirar um pouco de liberdade, tentava extravasar suas ideias e ideais, e eram fortemente reprimidos pela censuar imposta pelos milicos. Tanto que em determinado momento, o jeito foi sair do Brasil, seja forçado ou por decisão própria.
E é aí o ponto de partida em "Tropicália", com Gil e Caetano apresentando-se na televisão portuguesa, tentanto explicar o que era o movimento aos patrícios. O difícil é compreender os dois músicos, que se na música faziam letras geniais - um exemplo é Baby, interpretada por Gal, "Você precisa saber da margarina, da Carolina, da gasolina", parecendo ser uma rima fácil e boba, mas criticando a dura realidade brasileira -, na sua maneira de falar, são confusos e dispersos.
A Tropicália foi tão significativa por mesclar rock com música brasileira, trazer um som eletrificado, e unir astros da MPB, como Nara Leão, e revelar astros como Os Mutantes, dos irmãos Arnaldo e Sérgio Baptista e da então linda Rita Lee. O encerramento de "Tropicália" é tocante e nos faz querer remexer o baú, com Gil e Caetano, hoje em dia, já setentões, vendo trechos de um carnaval na Bahia em 1972, quando então eles voltavam ao país e davam o movimento como encerrado.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
sábado, setembro 15, 2012
"Vizinhos Imediatos de 3º Grau"
"Vizinhos Imediatos de 3º Grau", direção de Akiva Schaffer, pretende-se uma comédia de ficção científica. Até tem ficção científica, mas o humor pretendido é constrangedor. Capitaneada por Ben Stiller, mostra um grupo de vizinhos de um subúrbio americano que une-se para tentar encontrar o assassino de um vigia de um supermercado. A turma é composta por homens solitários e perdedores.
Stiller é Evan Troutwig, que estéril, teme perder a mulher se contar a verdade. E centralizador, costuma criar grupos para tentar abafar sua frustação. Vince Vaughn vive Bob, falastrão, beberrão e que sofre com as impertinências da filha adolescente e fervendo de hormônios. O gordinho Jonah Hill, de "Superbad - É Hoje", interpreta Franklin, mais um de seus tipos loosers, morando com a mãe, desprezado pelas mulheres e fanático por armas. O último personagem é o estrangeiro da tropa, Jamarcus, vivido pelo inglês Richard Ayoade, do extinto seriado "The It Crowd", que tenta se enturmar no novo país.
Os quatro têm diferenças gritantes e isso acaba os unindo. Para o bem e o mal. Com o seu grupo de vigilantes, são motivo de chacota da comunidade e da própria polícia, que não leva a sério aquele grupo de marmanjos. E na vigília que fazem para tentar encontrar o assassino, acabam descobrindo que os Estados Unidos foi invadido por aliens, que aos poucos preparam uma invasão no melhor estilo "Invasores de Corpos". O problema é a previsibilidade do roteiro, a inclusão daquela tradicional e irritante cena em que os personagens andam em grupo e em câmera lenta. Os efeitos especiais são bons, mas isso não ajuda nesta fraca produção.
Ah, a nota final: O nome do filme no Brasil brinca com o filme de Steven Spielberg de 1976, "Contatos Imediatos do 3º Grau". No original, o filme de Akiva Schaffer foi batizado de "The Watch".
Cotação: ruim
Chico Izidro
Stiller é Evan Troutwig, que estéril, teme perder a mulher se contar a verdade. E centralizador, costuma criar grupos para tentar abafar sua frustação. Vince Vaughn vive Bob, falastrão, beberrão e que sofre com as impertinências da filha adolescente e fervendo de hormônios. O gordinho Jonah Hill, de "Superbad - É Hoje", interpreta Franklin, mais um de seus tipos loosers, morando com a mãe, desprezado pelas mulheres e fanático por armas. O último personagem é o estrangeiro da tropa, Jamarcus, vivido pelo inglês Richard Ayoade, do extinto seriado "The It Crowd", que tenta se enturmar no novo país.
Os quatro têm diferenças gritantes e isso acaba os unindo. Para o bem e o mal. Com o seu grupo de vigilantes, são motivo de chacota da comunidade e da própria polícia, que não leva a sério aquele grupo de marmanjos. E na vigília que fazem para tentar encontrar o assassino, acabam descobrindo que os Estados Unidos foi invadido por aliens, que aos poucos preparam uma invasão no melhor estilo "Invasores de Corpos". O problema é a previsibilidade do roteiro, a inclusão daquela tradicional e irritante cena em que os personagens andam em grupo e em câmera lenta. Os efeitos especiais são bons, mas isso não ajuda nesta fraca produção.
Ah, a nota final: O nome do filme no Brasil brinca com o filme de Steven Spielberg de 1976, "Contatos Imediatos do 3º Grau". No original, o filme de Akiva Schaffer foi batizado de "The Watch".
Cotação: ruim
Chico Izidro
"Cosmópolis"
Robert Pattinson afirmou ao se ver em "Cosmópolis", que pela primeira vez na carreira não sentiu vergonha de si mesmo na tela. Em relação a produções anteriores, o ator britânico teve uma melhora. Mas trabalhar com o diretor David Cronenberg ainda não lhe trouxe a redenção. Mesmo porque "Cosmópolis", baseado em romance do escritor americano Don DeLillo não é de fácil assimilação.
Mostra o bilionário excêntrico Eric Packer (Pattinson) acordando num dia tumultuado em Nova Iorque, que está para receber o presidente dos Estados Unidos, o trânsito tumultuado e protestos anticapitalistas de um grupo onde o símbolo é uma ratazana - animal que é uma verdadeira praga na cidade que nunca dorme. Só que as únicas preocupações do playboy são o de atravessar Nova Iorque para cortar o cabelo em seu barbeiro preferido e a crescente valorização da moeda chinesa, o yuan, que pode lhe trazer dissabores financeiros. E toda a história transcorre praticamente dentro da limusine de Eric, onde faz seus negócios, discute seus relacionamentos, transa e é atendido por um médico particular, com direito a exame da próstata.
A trama até causa curiosidade, estranhamento. Porém é monótono e os diálogos, que se por acaso funcionam no livro, no filme causa confusão e desconforto. Não existe profundidade nos personagens - que entram e saem rapidamente de cena. Entra as aparições, Juliette Binoche, num raro momento em que não se mostra depressiva, Samantha Morton, de "Minority Reporter", cada vez mais rechonchudinha, e Paul Giamatti com mais um de seus personagens estranhos e raivosos, e protagonizando um dos diálogos mais sem noção dos últimos tempos com Pattinson. Que já havia estragado o filme de época "Bel-Ami". E aqui não conseguindo mais uma vez a versatilidade em suas feições. O ator tem sempre aquele olhar enfastiado, seja triste, seja feliz. E com isso consegue soterrar "Cosmópolis", de um diretor que por tradição, não costuma fazer filmes fáceis.
Cotação: ruim
Chico Izidro
Mostra o bilionário excêntrico Eric Packer (Pattinson) acordando num dia tumultuado em Nova Iorque, que está para receber o presidente dos Estados Unidos, o trânsito tumultuado e protestos anticapitalistas de um grupo onde o símbolo é uma ratazana - animal que é uma verdadeira praga na cidade que nunca dorme. Só que as únicas preocupações do playboy são o de atravessar Nova Iorque para cortar o cabelo em seu barbeiro preferido e a crescente valorização da moeda chinesa, o yuan, que pode lhe trazer dissabores financeiros. E toda a história transcorre praticamente dentro da limusine de Eric, onde faz seus negócios, discute seus relacionamentos, transa e é atendido por um médico particular, com direito a exame da próstata.
A trama até causa curiosidade, estranhamento. Porém é monótono e os diálogos, que se por acaso funcionam no livro, no filme causa confusão e desconforto. Não existe profundidade nos personagens - que entram e saem rapidamente de cena. Entra as aparições, Juliette Binoche, num raro momento em que não se mostra depressiva, Samantha Morton, de "Minority Reporter", cada vez mais rechonchudinha, e Paul Giamatti com mais um de seus personagens estranhos e raivosos, e protagonizando um dos diálogos mais sem noção dos últimos tempos com Pattinson. Que já havia estragado o filme de época "Bel-Ami". E aqui não conseguindo mais uma vez a versatilidade em suas feições. O ator tem sempre aquele olhar enfastiado, seja triste, seja feliz. E com isso consegue soterrar "Cosmópolis", de um diretor que por tradição, não costuma fazer filmes fáceis.
Cotação: ruim
Chico Izidro
"O Gato do Rabino"
Primeiramente essa animação francesa não é para crianças e muito menos adolescentes. Que o considerarão tedioso. "O Gato do Rabino", de Joann Sfar, é pura filosofia, tratando de religião, sionismo e racismo.
Passados em meados dos anos 1930 em Argel, na Argélia, então colônia francesa, um gato devora um papagaio e começa a falar sem parar, expondo as suas ideias e sentimentos para o rabino e a filha dele. A bela Zlabya é objeto de adoração do bichano e o rabino Sfar (note bem, o mesmo nome da diretora), não concorda com a aproximação dos dois, decidindo por afastá-los. Para não ficar longe de sua musa, o gato pede para converter-se ao judaísmo, o que é visto como uma afronta. Em certo momento, porém, ao se ver numa encruzilhada, o rabino terá de ceder aos apelos do gato.
No decorrer do longa, os dois irão promover ainda uma jornada pela África colonial, em busca de uma tribo de judeus negros, os etíopes falachas, que então acreditava-se serem uma lenda. "O Gato do Rabino" é fascinante, hipnotizante e os desenhos não são um primor, mas isto não importa. São feitos de traços simples, mas detalhados. Pois o que conta aqui é o roteiro, forte, por vezes engraçado. E note a homenagem de Joann Sfar a um personagem célebre dos quadrinhos, que surge em certo momento na jornada do rabino e seu gato no meio da selva, o repórter Tin-Tin, do belga Hergé, e que tinha uma forte influência colonialista.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
Passados em meados dos anos 1930 em Argel, na Argélia, então colônia francesa, um gato devora um papagaio e começa a falar sem parar, expondo as suas ideias e sentimentos para o rabino e a filha dele. A bela Zlabya é objeto de adoração do bichano e o rabino Sfar (note bem, o mesmo nome da diretora), não concorda com a aproximação dos dois, decidindo por afastá-los. Para não ficar longe de sua musa, o gato pede para converter-se ao judaísmo, o que é visto como uma afronta. Em certo momento, porém, ao se ver numa encruzilhada, o rabino terá de ceder aos apelos do gato.
No decorrer do longa, os dois irão promover ainda uma jornada pela África colonial, em busca de uma tribo de judeus negros, os etíopes falachas, que então acreditava-se serem uma lenda. "O Gato do Rabino" é fascinante, hipnotizante e os desenhos não são um primor, mas isto não importa. São feitos de traços simples, mas detalhados. Pois o que conta aqui é o roteiro, forte, por vezes engraçado. E note a homenagem de Joann Sfar a um personagem célebre dos quadrinhos, que surge em certo momento na jornada do rabino e seu gato no meio da selva, o repórter Tin-Tin, do belga Hergé, e que tinha uma forte influência colonialista.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
quinta-feira, setembro 06, 2012
"O Legado Bourne"
A trilogia Bourne, com Matt Damon vivendo o espião desmemoriado foi sensacional. Agora a cinesérie volta com um novo protagoniosta, Jeremy Renner, de "Guerra ao Terror" e o sucessor de Tom Cruise em outra série cinematográfica, "Missão Impossível".
Renner é Aaron Cross, espião que está sendo testado em uma experiência da CIA em "O Legado Bourne", de Tony Gilroy, a mesma que aparentemente envolveu Jason Bourne. Fragmentos do passado de Cross surge, enquanto ele tenta descobrir o que se passa com ele e porque estão tentando matá-lo. E em sua fuga, Cross conta com a ajuda da cientista Marta (Rachel Weisz, de O Jardineiro Fiel).
Mas não espere muita compreensão e coerência da trama - que começa confusa, mostrando idas e vindas no tempo, muito papo furado e planos mirabolantes, dando um nó no espectador. Passado o estupor inicial, "O Legado Bourne" torna-se delicioso, mas nada original. Cross pega Marta pela mão e os dois saem fugindo por aí, matando todos que tentem eliminá-los.
As cenas de ação, muito bem filmadas e coreografadas, sucedem-se vertiginosamente. Uma delas ocorre pelos telhados de uma cidade asiática, onde Cross escala os prédios fugindo da polícia e de um assassino (remetendo exatamente ao terceiro filme, O Ultimato Bourne). Em outro espetacular momento, Cross e Marta participam de uma perseguição de moto, com as inevitáveis e assustadoras trombadas e derrapadas.
Jeremy Renner mostra-se talhado para pegar a coroa de Matt Damon e Cruise em filmes de ação. E tem um visual mais bruto, semelhante ao do inglês Daniel Craig, o atual 007 e por coincidência marido da bela Rachel Weisz. E apesar da química com ela em "O Legado Bourne", nada rola entre eles - aparentemente. E Edward Norton, como um agente da CIA, e também outro novato da série, é subaproveitado, passando o tempo todo em escritórios tramando algo.
"O Legado Bourne" é um ótimi filme de ação, pena que o diretor Tony Gilroy, querendo explicar muita coisa, acaba por explicar quase nada. Entenderam? Não tire os olhos da telona.
Cotação: regular
Chico Izidro
Renner é Aaron Cross, espião que está sendo testado em uma experiência da CIA em "O Legado Bourne", de Tony Gilroy, a mesma que aparentemente envolveu Jason Bourne. Fragmentos do passado de Cross surge, enquanto ele tenta descobrir o que se passa com ele e porque estão tentando matá-lo. E em sua fuga, Cross conta com a ajuda da cientista Marta (Rachel Weisz, de O Jardineiro Fiel).
Mas não espere muita compreensão e coerência da trama - que começa confusa, mostrando idas e vindas no tempo, muito papo furado e planos mirabolantes, dando um nó no espectador. Passado o estupor inicial, "O Legado Bourne" torna-se delicioso, mas nada original. Cross pega Marta pela mão e os dois saem fugindo por aí, matando todos que tentem eliminá-los.
As cenas de ação, muito bem filmadas e coreografadas, sucedem-se vertiginosamente. Uma delas ocorre pelos telhados de uma cidade asiática, onde Cross escala os prédios fugindo da polícia e de um assassino (remetendo exatamente ao terceiro filme, O Ultimato Bourne). Em outro espetacular momento, Cross e Marta participam de uma perseguição de moto, com as inevitáveis e assustadoras trombadas e derrapadas.
Jeremy Renner mostra-se talhado para pegar a coroa de Matt Damon e Cruise em filmes de ação. E tem um visual mais bruto, semelhante ao do inglês Daniel Craig, o atual 007 e por coincidência marido da bela Rachel Weisz. E apesar da química com ela em "O Legado Bourne", nada rola entre eles - aparentemente. E Edward Norton, como um agente da CIA, e também outro novato da série, é subaproveitado, passando o tempo todo em escritórios tramando algo.
"O Legado Bourne" é um ótimi filme de ação, pena que o diretor Tony Gilroy, querendo explicar muita coisa, acaba por explicar quase nada. Entenderam? Não tire os olhos da telona.
Cotação: regular
Chico Izidro
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