sábado, setembro 22, 2012

"Referendo"

O ano de 2005 foi meio nebuloso para mim devido a uma violenta depressão. Então o que me recordo daquele período é o que anotei em cadernos e blocos. Tudo o mais se perdeu na poeira do tempo. E foi o ano em que o povo brasileiro foi às urnas para votar pelo "sim" ou "não" em relação ao desarmamento. Não recordo no que votei, mas devo ter votado pelo desarmamento por não gostar de armas. Só que não recordo se até mesmo cheguei a votar.

Feitas as considerações inicias, vamos a "Referendo", de Jaime Lerner, homônimo do político paranaense, analisa aquele período, colhendo depoimentos de pessoas que por um motivo ou outro engajaram-se naquela questão: "O comércio de armas e munição deve ser proibido no Brasil?". O diretor o faz de forma instigante, com os depoimentos intercalados, espaçados e aos poucos vamos entendendo a motivação de cada entrevistado, focando principalmente nos gaúchos. Aqui, afinal existe uma forte tradição armamentista, guerreira e, lembrado bem, fazemos fronteira com outros povos belicosos.

Temos o depoimento de um ex-secretário de segurança do Rio Grande do Sul, de uma professora, de um artista plástico, de um assaltante de bancos, de um estancieiro e também de donos de indústrias armamentistas. Um dos personagens entrevistados, por si só, daria um outro excepcional documentário, por causa de sua história singular e surpreendente. Não cabe aqui contar qual a história dessa pessoa, pois a surpresa é chocante. E nos faz refletir se é certo ou errado possuir armas. Mas uma coisa é certa, apenas o cidadão comum usa armas, muitas obsoletas. Os marginais possuem equipamentos, que por vezes, são de uso restrito das Forças Armadas e policiais.

Cotação: bom
Chico Izidro

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