sábado, setembro 22, 2012

"Ted"

Sabe aquela hora em que você deve deixar a infância para trás e crescer? Em formato de fábula moderna, "Ted", de Seth MacFarlane (criador do iconoclasta seriado Family Guy), explicita bem isso. Sem amigos, o pária social John Bennett (Mark Wahlberg), com oito anos ganha um ursinho de pelúcia, de seus pais no Natal. Então ele pede que o brinquedo ganhe vida e isso acaba acontecendo, e os dois acabam tornando-se amigos inseparáveis. Até demais.

Duas décadas depois e meia depois, os dois continuam tão ligados, que passam o dia a fumar maconha e ver velhos filmes na tevê, como o famigerado "Flash", de 1980. John não evoluiu como homem. Por dentro continua uma criança, não aprofundando o seu relacionamento com a bela Lori (Mila Kunis, de Cisne Negro) e com um emprego chimfrim numa locadora de carros. John só começará a ver as coisas diferentes quando correr o risco de perder a namorada. E isso remete a deixar Ted e seus vícios de lado.

Ted, aliás, não tem nada de fofinho. É um urso machista, drogado, dono de um palavreado chulo e totalmente arrivista. A sua voz é feita pelo próprio diretor, Seth MacFarlane, que interpreta ainda o chefe mau-caráter e assediador de Lori. O modo como Ted conquista a sua namorada, a caixa de supermercado Tami-Lynn (Jessica Barth) é hilário e beirando o pornográfico. Sim, o urso age como um ser humano qualquer. "Ted" mostra, em forma de comédia, que a vida não é brincadeira, estando na mesma linhagem de outros filmes sobre o amadurecimento masculino, como "O Grande Garoto" e "O Último Beijo".

Cotação: ótimo
Chico Izidro

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