quarta-feira, agosto 19, 2015

“Exorcistas do Vaticano” (The Vatican Tapes)



Um filme de terror onde não existe terror. “Exorcistas do Vaticano” (The Vatican Tapes), direção de Mark Neveldine, mostra a jovem Angela Holmes (Olivia Taylor Dudley) aos poucos sendo possuída pelo demônio. Não bastasse a falta de originalidade na história, a forma como ela é dominada pelo demônio é risível, através de um corte num dedo!

Aos poucos, as pessoas ao redor de Angela começam a sofrer consequências terríveis, e o padre Lozano (Michael Peña), que vaga pelo hospital, sem nada melhor para fazer, pede para que o Vaticano entre em ação, acreditando na possessão da garota. Então é enviado o cardeal Bruun (Peter Anderson), que entrará em cena para tentar exorcizar Angela.

E dê-lhe corpos retorcidos, vozes guturais, móveis sendo deslocados. E ainda tem as imagens gravadas e que param no Vaticano comprovando a possessão de Angela. Mas fica a pergunta, quem filmou e quando, pois desde que ela foi internada, as câmeras já estavam lá, registrando tudo.

“Exorcistas do Vaticano” é um apanhado de outros filmes de terror, com personagens esquecíveis e sub-aproveitados. O namorado de Angela simplesmente é esquecido no meio da história, e o pai dela, de um início valentão, só faz caras e bocas, lamentando o destino da filha. E Michael Peña, geralmente com boas atuações, interpreta um padre beirando o idiota.

Cotação: ruim
Chico Izidro

“Sobre Amigos, Amor e Vinho” (Barbecue)




O cinquentão Antoine Chevalier (Lambert Wilson) gosta de se comportar como um garotinho. Apesar de casado, sai com garotas de 25 anos de idade, e mesmo precisando de óculos, se recusa a usá-los, para não parecer velho. Também cuida da dieta alimentar e gosta de correr, para manter o físico. Mas mesmo com todos os cuidados, acaba sofrendo um infarto. Por isso, terá de mudar seus hábitos em “Sobre Amigos, Amor e Vinho” (Barbecue), direção de Eric Lavaine.

O filme não foca apenas em Antoine, mas também em seu grupo de amigos. Entre eles o casal separado Baptiste (Franck Dubosc) e Olivia (Florence Foresti). Ela é fã do clube de futebol Lyon e entende mais de futebol do que os homens da turma, além de provocar o ex, que enciumado, não consegue esquecê-la e acha que ela deve ter um novo namorado. Tem ainda o empresário falido Laurent (Lionel Abelanski). E a própria esposa de Antoine, Veronique (Sophie Duez), que não desconfia das traições do marido, mas mesmo assim mostra-se descontente com o relacionamento.

“Sobre Amigos, Amor e Vinhos” também é um convite a boa gastronomia francesa. Os personagens passam o filme fazendo refeições deliciosas e tomando vinho. Em uma cena, eles falam sobre o Romanée-Conti e seu custo de mais de 100 euros por uma garrafa. Mas não é só disso que fala o filme, que em certo momento pega pesado, quando Antoine destila toda a sua raiva contra os amigos, falando sobre suas mediocridades. Quem nunca teve a vontade de fazer isso?

Cotação: bom
Chico Izidro

quarta-feira, agosto 12, 2015

"Missão Impossível - Nação Secreta" (Mission: Impossible - Rogue Nation)



Tom Cruise nasceu para interpretar o agente do IMF Ethan Hunt. O quinto filme da franquia, "Missão Impossível - Nação Secreta", direção de Christopher McQuarrie, traz o espião mais uma vez sendo envolvido em traições. Só que desta vez ele tem de desaparecer do mapa, depois que a agência é fechada pelo governo dos Estados Unidos, a pedido do diretor da CIA, comandada por Alan Hunley (Alec Baldwin).

Hunt tenta desbaratar o grupo terrorista Sindicato, liderada pelo ex-agente Solomon Lane (Sean Harris), e que pratica assassinatos de líderes políticos pelo planeta. Perseguido pelo governo de seu país, o jeito é Hunt trabalhar na camufla, e contando com a ajuda do atrapalhado Benji (Simon Pegg).

A trama lembra muito os filmes de 007, pois as ações ocorrem em vários países, como Cuba, Marrocos, Inglaterra, Áustria, mostrando muito das belezas desses lugares. E até a presença de uma garota nos moldes das bond-girls. Aqui na figura da agente Ilsa Faust (Rebecca Ferguson), agente britânica infiltrada no Sindicato e que horas ataca Hunt e outras o salva.

As cenas de ação, para não perder o costume, são vertiginosas. Desta vez Tom Cruise sobe num avião que está decolando e pilota uma moto a mais de 100 Km/h, sem capacete, e sem usar dublê.

Os vilões que são o máximo do estereótipo - mal-encarados, de pouco diálogos e como sempre, ruins de mira, não conseguindo acertar um mísero tiro em Hunt, que de novo usa o velho truque da máscara para se passar por outra pessoa.

"Missão Impossível - Nação Secreta" é um ótimo filme de ação, mesmo que com uma história que, às vezes, se mostre um pouco confusa, com tantas reviravoltas em sua trama.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"A Dama Dourada" (Woman in Gold)




O Holocausto foi o maior crime já perpetrado pela humanidade. O extermínio de um povo feito de um modo sistematicamente planejado. Com direito a roubos de bens das vítimas judias. E é isso que destaca "A Dama Dourada", direção de Simon Curtis. Baseado em fatos reais, o filme mostra a batalha da judia Maria Altmann (Hellen Mirren) e de seu advogado Randol Schoenberg (Ryan Reynolds) por um quadro feito pelo pintor Gustav Klimt no começo do século passado. Nele, o artista austríaco retratou a tia de Maria, Adele Bloch-Bauer.

Quando os nazistas invadiram a Áustria em 1938, no que ficou conhecido como Anchluss, a família de Maria foi depenada pelos alemães. Ela conseguiu fugir com o marido para os Estados Unidos. Mais de meio século depois, Maria decidiu entrar com uma ação contra o governo austríaco, que ficou com a posse do quadro e de outras pinturas, que haviam sido confiscadas pelos nazistas.

"A Dama Dourada" é basicamente um drama jurídico, do que tanto gostam os americanos. O interessante é ver a atuação de Hellen Mirren e de Ryan Reynolds, que interpreta um advogado jovem e inexperiente. A dupla decide bater de frente com o governo austríaco, irredutível em não querer devolver os quadros e de certa forma negando o passado nazista.

No filme, a história é mostrada em dois tempos: no final dos anos 1990, quando houve a batalha jurídica, e nos anos 1930, quando Maria e sua família viram a Áustria ser invadida pela Alemanha nazista e o apoio dos austríacos aos invasores, numa excelente reconstituição de época.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"A Escolha Perfeita 2" (Pitch Perfect 2)



Existem no mundo todo o tipo de competição. Arremesso de anão, corrida montanha abaixo atrás de um queijo, etc. Em "A Escolha Perfeita 2", direção de Elisabeth Banks, temos o mundo dos grupos vocais e seus campeonatos. Aqui as meninas da fraternidade Bellas de Barden fazem apresentações nas universidades, mas perderão este direito após um acidente ocorrer durante um espetáculo para o presidente dos Estados Unidos Barack Obama. As meninas acabam proibidas de competir em âmbito universitário. Agora, a única maneira de permanecer na atividade é se vencerem o campeonato mundial em Copenhague, na Dinamarca.

Mas para isso, elas tem de superar o grupo alemão Das Machine Sound. Mas para tentar vencer a competição, elas tem de sofrer com o pouco envolvimento da líder Beca (Anna Kendrick), que está mais preocupada com o estágio em uma gravadora. O jeito é aceitar a novata Emily (Hailee Steinfeld), que compõe suas próprias canções, o que às vezes atrapalha o grupo, já que as apresentações devem ser feitas em cima de covers.

Não se sabe o que é pior no filme. Se a gordinha Fat Amy (Rebel Wilson) e suas piadas escatológicas, se o estereótipo do grupo alemão - retratado como um bando de genet insensível e robotizada. Sem contar a infernal cantoria.

Cotação: ruim
Chico

quarta-feira, agosto 05, 2015

“Real Beleza”




Desta vez faltou originalidade para Jorge Furtado, diretor de bons filmes como “O Homem Que Copiava”, “Meu Tio Matou Um Cara” e “Saneamento Básico”, em “Real Beleza”, ele simplesmente copia descaradamente a obra-prima “As Pontes de Madison”, de Clint Eastwood, com ele e Meryl Streep e 1995. Vladimir Brichta é o fotógrafo decadente João, que para reerguer a carreira está na Serra gaúcha com o objetivo de encontrar uma nova modelo, uma garota que tenha potencial para deslanchar na carreira e assim reacender a sua. Após várias tentativas, ele encontra a bela Maria (Vitória Strada).

E a garota quer ser modelo, mas o problema é que seu pai, o octagenário e cego Pedro (Francisco Cuoco) é contra. Para ele, Maria é muito jovem e deve terminar os estudos antes de se aventurar nas passarelas e capas de revistass. Então João vai até a casa de Maria, numa localidade retirada e quase paradisíaca, mas ela e Pedro não estão, pois foram a cidade, onde ele fará exames. João encontra apenas a mãe da menina, a solitária Anita (Adriana Esteves).

Papo vai, papo vem, e uma paixão intensa nasce entre o fotógrafo e a dona de casa. Agora, além de querer levar Maria, João quer que Anita parta com eles. E fica aquele nhém-nhém-nhém, com Anita dividida entre a paixão pelo fotógrafo e a lealdade ao homem que levou conhecimento a sua vida. Um romance, aliás, que não convence em nenhum momento.

Vladimir Brichta até vai bem, apesar de achar que para demonstrar profundidade em sua atuação, deva fumar um cigarro após o outro e fazer cara de tédio, como se estivesse naqueles clássicos franceses dos anos 1960. Sua esposa na vida real, Adriana Esteves, mostra um rosto sofrido, repleto de papadas – ficando até meio difícil engolir João dizendo: “Você é tão linda quanto a sua filha, se não mais”. A atriz global, porém, não se nega a protagonizar cena de nu frontal. A estreante Vitória Strada até é esforçada, mas suas falas são quase declamadas. Já Francisco Cuoco no papel do cego intelectual – e a biblioteca do personagem é dos sonhos para os amantes de livros – está soberbo.

Cotação: regular
Chico Izidro

“Quarteto Fantástico”





As releituras de personagens ícones dos quadrinhos não me agradam. E foi exatamente o que aconteceu em “Quarteto Fantástico”, direção de Josh Trank, que teve uma nova origem de seus heróis. Os quatro personagens, lançados pela Marvel no começo dos anos 1960, agora sofreram várias alterações, não em seus poderes, mas na forma em que foram criados.

E para modernizar a história e fisgar um novo público, a trama se inicia em 2007, com um Reed Richards ainda criança e nerd, que ao lado do amigo Bem Grimm, tenta criar uma máquina que os transportará para outra dimensão. Claro que viram piada na escola. Anos depois, já no final da adolescência, eles são cooptados pelo cientista Franklin Storm, e ganham suporte para desenvolver o invento.

A eles se junta os irmãos Sue Storm (Kate Mara) e Johnny Storm (Michael B. Jordan), além de Victor van Doom (Tony Kebbell), que se transformará no vilão Dr. Destino; Nesta fase, Reed e Grimm já são interpretados por Miles Teller e Jamie Bell, respectivamente. Eles ganharão seus poderes ao viajarem para outra dimensão e sofrerem os efeitos radioativos. Reed vira o Sr. Fantástico ou o Homem-Elástico, Bem se transforma no Coisa, Johnny no Tocha-Humana e Sue na Mulher-Invisível. Eles tem de entrar em luta com o Dr. Destino, que está disposto a acabar com a vida na Terra.

Aliás, o confronto do Dr. Destino com o Quarteto Fantástico não poderia ser mais anti-climax possível. Ao final da contenda, fica a pergunta: “É isso? Acabou?

Sem contar que falta carisma aos personagens. Talvez pela pouca capacidade de interpretação de seus atores. Milles Teller, que arrasou em “Whiplash – Em Busca da Perfeição”, não parece nem um pouco a vontade no papel do líder dos super-heróis. Michael B. Jordan é um Tocha-Humana afrodescendente, e não consegue transmitir a sagacidade e o deboche de Johnny Storm. E o que dizer de Sue Storm, nesta versão a irmã adotiva de Johnny, e que na pele de Kate Mara, é a Mulher-Invisível? Vive de caras e bocas, entrando muda e saindo calada de cena. O que se salva é O Coisa, mas na sua forma de pedra, pois Jamie Bell parece um bobalhão a cada aparição. Por favor, façam nova tentativa.
Cotação: ruim
Chico Izidro

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

Foto: Universal Pictures "Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale), direção de Simon Curtis, promete ser o últ...