quinta-feira, janeiro 14, 2016

“A Grande Aposta” (The Big Short)



Em “A Grande Aposta” (The Big Short), direção de Adam McKay, baseado em romance homônimo de Michael Lewis, mostra o mundo da especulação imobiliária, que iria quebrar em 2008. O filme mostra especuladores e investidores que sonham com bilhões de dólares em suas contas bancárias.

O filme, porém, não é de fácil assimilação. Principalmente devido aos termos técnicos utilizados pelos personagens, que vão do antissocial roqueiro e dono de uma empresa Michael Burry (Christian Bale), que trabalha de camiseta e short e ao som de thrash metal, ao dono de uma corretora, Mark Baum (Steve Carrell, em ótima atuação, como um homem cansado, mas insistente em seus objetivos e vivendo à sombra do suicídio de um irmão).

Tem ainda o corretor Jared Vennet (Ryan Gosling), que por vezes narra os acontecimentos do filme, mostrando extrema arrogância e ganância. Dos grandes nomes, aparece Brad Pitt, que vive Ben Rickert, um especialista em investimento que é procurado por dois jovens que pretendem entrar no concorrido mundo de Wall Street.


“A Grande Aposta” é daqueles filmes que devem ser vistas mais de uma vez, tal detalhes mostrados a cada cena, além da dificuldade para se compreender o esquema que investe na bancarrota do sistema financeiro para se lucrar. Destaca-se no entanto, a poderosa trilha sonora, que prioriza bandas como Metallica, Pantera, Mastodont e Guns N’Roses.

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=4UKz8fyPIEE
Duração: 2h11min

Cotação: regular
Chico Izidro

"Snoopy e Charlie Brown - Peanuts, O Filme" (The Peanuts Movie)




Para começar, você tem de pensar como uma criança de oito anos de idade para curtir "Snoopy e Charlie Brown - Peanuts, O Filme" (The Peanuts Movie), dirigido por Steve Martino. Ele traz os personagens criados por Charles M. Schulz nos anos 1950. A história, na realidade são duas, gira em torno do azarado Charlie Brown, dono do cão Snoopy, que tem como melhor amigo o pássaro Woodstock.

O garoto, por mais que tenha boas intenções, faz tudo dar eerrado. E ele acaba se apaixonando pela garota nova da escola. Só que sem o menor traquejo social, não sabe como chegar nela para bater um simples papo. Ele simplesmente congela e piorando as coisas com a sua timidez.

Em paralelo, Snoopy, que tenta entrar na escola, se passando por humano e sendo sempre expulso, viaja ao se imaginar sendo um piloto durante a I Guerra Mundial e combatendo o piloto alemão Barão Vermelho para salvar a cadelinha Fifi.

Filme leve, divertido e com uma história bonita e final dos mais esperançosos para os tímidos.

Veja o trailer: http://www.foxfilm.com.br/peanuts-o-filme
Duração: 1h28min

Cotação: bom
Chico Izidro

“Tigre Branco” (White Tiger)




Frente russa na II Guerra Mundial. O motorista de um tanque sobrevive milagrosamente ao ter 90% de seu corpo queimado durante uma batalha. Ele se recupera, mas perde a memória, não sabe seu nome, de onde veio, mas não perde suas habilidades na direção de um tanque. Então ao se recuperar é requisitado para uma missão, ao lado de outros dois soldados. Rebatizado de Naydenov (Aleksei Vertkov), uma espécie de João Ninguém em russo, ele tem de tentar localizar e eliminar um tanque alemão que está dizimando as tropas soviéticas.

“Tigre Branco” (White Tiger), direção de Karen Shakhnazaro, mostra uma Europa em seus últimos dias de guerra. A Rússia avança forte e vigorosa para entrar na Alemanha, mas o tanque alemão, uma espécie de fantasma, pois surge do nada e após eliminar tropas do Exército Vermelho, some misteriosamente. Então Naydenov e seus parceiros têm de encontrá-lo e eliminá-lo.

O filme é típico de guerra, com fortes cenas de batalhas. Mas seu suspense é diferente. Afinal, o tanque alemão é um mistério que perturba os adversários. Seus tripulantes nunca são mostrados, e eles deixam um rastro de destruição e morte por onde passam. Enfim, “Tigre Branco” foge dos estereótipos do gênero.

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=UimQy3onnts
Duração: 1h44min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

“Eu Sou Ingrid Bergman” (Jag är Ingrid)



Se vivesse hoje, ela seria um astro das redes sociais, arregimentando um grande séquito de seguidores, tanto que gostava de registrar a sua vida. A atriz sueca de “Casablanca” teria completado cem anos em 2015. Em “Eu Sou Ingrid Bergman” (Jag är Ingrid), documentário realizado por Stig Björkman utilizou imagens e fotos feitas pela própria Ingrid, além de cartas e de seu diário, traçando um excelente perfil da atriz.

Ela perdeu os pais ainda cedo e registrar os fatos de sua vida era como mantê-la sempre em evidência, para não esquecer o que havia ocorrido. Iniciou no cinema ainda figurante no final dos anos 1920, e logo se sobressaiu. Inquieta, foi para Hollywood no final da década seguinte e em 1942 estrelaria o clássico “Casablanca”, onde formou par inesquecível com Humphrey Bogart. Anos depois escandalizou a sociedade ao abandonar o marido e a filha e se unir ao cineasta italiano Roberto Rosselini, com quem fora filmar na Itália. Com ele teria outros três filhos, entre eles Isabella Rosselini. Mas Ingrid não sossegaria, pois anos depois deixaria também Roberto para se unir ao produtor de cinema Lars Schimidt. Tudo era registrado incansavelmente pela bela atriz.

O documentário também traz depoimentos de seus quatro filhos, que apesar de terem sido abandonados pela mãe, não mostram nenhum rancor. Pelo contrário, lembram dela como uma mulher alegre, divertida, amável e inquieta. Por isso, as trocas de parceiros, a mudança de países – ela morou em sua Suécia, nos Estados Unidos, na Itália, na França e na Inglaterra.

Ingrid Bergman morreria em 1982, exatamente no dia de seu aniversário, 29 de agosto, aos 67 anos, vítima de câncer. Mas deixou um ótimo registro de sua vida, muito bem aproveitado por Stig Björkman.

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=LZCIrkKx7yM
Duração: 1h54min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

“Diplomacia” (Diplomatie)



O trabalho de direção do alemão Volker Schlöndorff está perfeito em “Diplomacia” (Diplomatie), puro teatro filmado, mas sem aquela rigidez costumeira em filmes que seguem este estilo. A obra é baseada em peça homônima escrita por Cyriil Gely, que ficou dois anos em Paris, utilizando os mesmos atores que agora estão na telona, Niels Arestrup e André Dussolier, e se passa em agosto de 1944, em Paris.

A Cidade Luz está em suas últimas horas sob o domínio nazista, depois de quatro anos de ocupação. Derrotados e vendo os aliados às portas da capital francesa, os alemães, comandados pelo general Dietrich Von Choltitz (Niels Arestrup), recebem a ordem de Hitler: colocar a cidade abaixo, destruindo tudo, pontes, prédios históricos, monumentos e fazendo o rio Sena avançar sob as ruas, afogando boa parte da população.

Baseado no hotel Le Meurice, com vista para a Torre Eiffel, Choltitz recebe a inesperada visita do diplomata sueco Raul Nordling (André Dussolier). E este tentará convencer Choltitz a não seguir as ordens do ditador nazista. Os dois passam horas discutindo sobre os horrores da guerra, ética, moral e a beleza de Paris.

O interessante do filme é manter a atenção do público, pois afinal já sabemos o que aconteceu. Paris não seria destruída e está lá até hoje. Arestrup e Dussolier estão excelentes em seus papéis, realizando um excepcional duelo. O filme tem 90% de suas cenas dentro do escritório do general, mas em nenhum momento se mostra desinteressante. Pelo contrário, é repleto de vigor, por causa das atuações e dos diálogos inteligentes e afiados.

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=M1ssnjycalo
Duração: 1h24min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

quarta-feira, janeiro 06, 2016

"Os Oito Odiados" (The Hateful E ight)




"Os Oito Odiados" (The Hateful Eight) é o melhor filme de Quentin Tarantino. Ponto. Passados alguns anos após o término da Guerra Civil Americana, mostra oito pessoas confinadas em uma cabana durante uma violenta nevasca nos confins do Wyoming.

Entre eles está o caçador de recompensas John Ruth (Kurt Russell), que está levando a criminosa Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh) para uma cidade onde ela será enforcada e ele embolsará 10 mil dólares. No caminho da cabana, Ruth aceita meio que a contragosto, dar carona para outro caçador de recompensas, o negro Marquis Warren (Samuel L. Jackson), e o bronco e racista Chris Mannix (Walton Goggins), que se diz o futuro xerife da cidade para onde Daisy está sendo levada.

Ao chegar na cabana, eles irão se deparar com o general sulista Sanford Smithers (Bruce Dern), o carrasco e falante Oswaldo Mobray (Tim Roth), o cowboy silencioso Joe Gage (Michael Madsen) e o mexicano Bob (Demian Bichir), que alega estar cuidando do local enquanto os donos foram viajar por alguns dias. Só que Ruth é desconfiado por natureza e acha que alguns deles podem estar ali para tentar libertar a garota.

E o filme vai se transformando numa espécie de "O Caso dos Dez Negrinhos", com os personagens sendo eliminados aos poucos, e se tentando descobrir quem está aliado de Daisy. Tudo isso imendado por rápidos e furiosos diálogos. E muito mistério, deixando claro que um banho de sangue se aproxima. Tarantino também faz uso do flash-back para esclarecer o que ocorreu antes da chegada de todos aquela afastada cabana. O racismo também está presente, ainda mais que ainda reina ressentimento pela vitória do norte sobre o sul. Atente para a cena em que o personagem de Samuel L. Jackson entra na cabana e observa todos aqueles rostos brancos o mirando com ódio e desprezo.

Veja o trailer: / https://www.youtube.com/watch?v=aR38_FXwvJ8

Duração: 2h48min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Spotlight: Segredos Revelados" (Spotlight)




Um filme que é uma lição de jornalismo investigativo, na mesma linha do hoje clássico "Todos os Homens do Presidente", dirigido por Alan J. Pakula em 1976 e estrelado por Dustin Hoffman e Robert Redford. Trata-se de "Spotlight: Segredos Revelados" (Spotlight), direção de Tom McCarthy. Assim como seu irmão mais velho, ele retrata uma história real, que é a pedofilia na Igreja Católica.

Em 2001, os jornalistas do periódico Boston Globe, de Boston, Estados Unidos, começam a investigar casos de abusos de padres contra menores, e os eventos remontam aos anos 1960. Spotlight é como é chamada a equipe de repórteres investigativos do jornal, formada por quatro jornalistas, que se dedicavam a reportagens especiais. Eles saem a campo para desmascarar os crimes, que eram acobertados por autoridades políticas e religiosas. Os padres, quando eram denunciados, não eram punidos, sendo apenas transferidos de paróquias, perpetuando seus abusos.

O interessante é notar que em tempos como os nossos, onde a pressa é dona das ações, a equipe Spotlight tinha todo o tempo do mundo para fazer seu trabalho, não se questionando gastos e outras necessidades. Mas os jornalistas também quase não tinha vida pessoal, vivendo praticamente para o jornal.

O chefe da equipe Walter Robinson é vivido por Michael Keaton, que em determinado momento é obrigado a reconhecer ter ignorado aviso de vítimas dos padres, pois recém havia chegado no jornal e não soube fazer a leitura dos fatos. Ele chefia o incansável repórter Michael Rezendes (Mark Ruffalo, ótimo), Sacha Pfeiffer (Rachel McAdams) e Matty Carroll (Brian d'Arcy James), que chega a descobrir uma casa de refúgio dos padres pedófilos a poucos metros de sua casa.

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=zgicIR5Skwc

Duração: 2h08min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

Foto: Universal Pictures "Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale), direção de Simon Curtis, promete ser o últ...