quinta-feira, janeiro 03, 2008
Coisas que Perdemos pelo Caminho
Em Coisas que Perdemos pelo Caminho (Things We Lost in The Fire), de Susanne Bier, a história poderia facilmente se perder, com o perdão do trocadilho, pelo trajeto. Porém na tentativa de os personagens de Halle Berry e Benicio del Toro recomeçarem suas vidas, após tragédias pessoais, não existe espaço para a apelação, para o dramalhão. Audrey (Berry) é a mulher que fica viúva e com dois filhos para criar, depois que o marido, interpretado por David Duchovny (ele mesmo, o Fox Mulder, de Arquivo X e agora em Californication) é assassinado. Ela acaba aceitando na sua casa o melhor amigo do marido. O problema é que Jerry (del Toro) é um junkie, ou seja, viciado em drogas quase incorrigível.
A dupla dá um show de atuação. Berry, com sua beleza, nos faz sentir mais propensos a cuidar dela e de seus fofíssimos filhos. Enquanto del Toro, de Traffic, rouba o filme, fumando sem parar, com uma expressão torturada, a pele enrugada. As cenas em que seu personagem passa pela crise de abstinência devem deixar qualquer candidato a se drogar com a certeza de que o vício uma grande roubada.
O filme, ainda por cima, é politicamente correto, mas sem ser pedante. Ele prega a tolerância numa América racista. Brancos e negros convivem harmoniosamente e drogados recebem a solidariedade, ao invés da rejeição.
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