domingo, agosto 29, 2010

O Bem Amado



Uma pessoa na sala de cinema. Somente uma pessoa: eu. Mesmo assim, a sessão das 22h de uma segunda-feira de O Bem Amado, de Guel Arraes, foi realizada.
Versão cinematográfica do clássico criado por Dias Gomes, que virou novela em 1973 e seriado global entre 1980 e 1983, O Bem Amado desta vez traz Marco Nanini no papel do prefeito corrupto da litorânea e baiana Sucupira, e que foi eternizado no original por Paulo Gracindo.
Ambientado no conturbado início da década de 1960, O Bem Amado cruza fatos reais, como a luta pela Legalidade após a renúncia de Jânio Quadros, e a intenção de Odorico de inaugurar um cemitério em sua cidade e assim parar de ser perseguido pelos oposicionistas. Para conseguir um morto, contrata os serviços de um assassino de aluguel, Zeca Diabo (José Wilker, sombrio e totalmente diferente de seu predecessor no papel, Lima Duarte).
Simultaneamente tendo de lidar com os problemas políticos, onde Wladimir (Tonico Pereira) faz oposição ferrenha no jornal A Trombeta, Odorico sofre o assédio das irmãs Cajazeiras (Zezé Polessa, Andréa Beltrão e Drica Moraes), que solteironas, sonham em levar o prefeito para o altar.
Marco Nanini está hilário como Odorico, que mantém o tradicional linguajar odoriquês, como por exemplo "devemos deixar de lado os entretantos e passar aos finalmente", entre outras pérolas. O Bem Amado é ambientado nos anos 1960, como já foi dito, mas traz críticas e semelhanças com qualquer momento do Brasil, ao falar de corrupção, obras superfaturadas e manipulação da imprensa.
cotação: bom
Chico Izidro
twitter: @chicoizidro

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