terça-feira, maio 31, 2011
Se Beber Não Case II
"Nós fizemos de novo", diz o personagm interpretado por Bradley Cooper logo no início de Se Beber Não Case II, de Tod Phillips. E prepare-se, este texto é cheio de repetições. O que isso significa? É que a história é praticamente a mesma do primeiro filme.
Quatro amigos partem para a despedida de um deles e um deles acaba desaparecendo misteriosamente. Só que ninguém tem a mínima ideia do que ocorreu na noite anterior. Aí o título original, Hangover, ou ressaca.
Desta feita a trama transfere-se de Las Vegas para a Tailândia. Mesmo que os eventos sejam quase iguais, o humor destruidor e escrachado, quase pastelão, está presente.
Os amigos acordam no quarto imundo de um hotel em Bangoc, com um macaco fumante ao invés do tigre. E Ed Helms, do seriado The Office e que na primeira parte perdia um dente, agora acorda com uma tatuagem tribal semelhante a de Mike Tyson no rosto. O ex-boxeador, aliás, volta a fazer uma ponta.
E todos os acontecimentos da noite em que os amigos tiveram o blackout são explicadas no final, através de fotos tiradas em um celular. O que incomoda em Se Beber Não Case II, no entanto não é a repetição de algumas situações, mas o gordinho barbudo Zach Galifianakis, que repete o personagem sem noção e irritante de Um Parto de Viagem. E o espectador tem vontade de que ele seja limado da história.
Cotação: bom
Chico Izidro
O Poder e a Lei
Matthew McConaughey tem uma de suas melhores atuações no bom thriller jurídico O Poder e a Lei, dirigido competentemente por Brad Forman.
Conhecido por seu engajamento político, o ator faz aqui o papel do advogado Mickey Haller, que trabalha dentro de um carro da marca Lincoln, guiado pelo motorista negro Earl pelas ruas de Los Angeles. A especialidade de Haller é livrar traficantes, bêbados e prostitutas da cadeia. Além disso, é um malandro das ruas, bom de lábia e não possui escrúpulos, um dos motivos pelo qual acabou separando-se de sua mulher, Maggie (Marisa Tomei, como sempre linda e ótima apresentação). E chega um momento em que o advogado vê a chance de tirar a sorte grande e embolsar uma grande bolada ao receber a oportunidade de tirar de trás das grades o almofadinha Louis Roulet (Ryan Phillippe), acusado da tentativa de espancar e estuprar uma prostituta.
Só que em certo momento, Haller não sabe mais se Louis é inocente ou culpado, devido a sua extrema arrogância. Haller também se vê confrontado com seu passado, ao verificar que um ex-cliente que ele deixa apodrecer cumprindo perpétua em San Quentin pode ser inocente.
O Poder e a Lei deixa-nos grudado na tela, já que os diálogos são afiados e inteligentes. E os coadjuvantes, como William H. Macy, Josh Lucas, Michael Peña e Frances Fisher estão no mesmo nível de McConaughey.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
Um Novo Despertar
A premissa faz a gente pensar em passar bem longe da sala de cinema. Um filme em que um homem fala com um castor de pelúcia, e que ainda é estrelado pelo decadente Mel Gibson. O resultado é Um Novo Despertar, dirigido por Jodie Foster, porém acaba sendo surpreendente, mesmo que com alguns escorregões sentimentaloides.
Quem já passou por uma depressão talvez se identifique com Walter Black (vivido por um envelhecido Mel Gibson). A vida do empresário é um total desastre. É expulso de casa pela mulher (Jodie Foster), tentar dois suicídios, frutrados por sua total incompetência, até que acha um castor de pelúcia no lixo. O boneco passa a ser a sua voz perante o mundo. Afinal, só assim Walter consegue encarar as dificuldades que se lhe apresentam.
Então, se no início parece ridícula a conversa de Walter com o boneco, ao longo do filme, ela se encaixa, mesmo que as histórias paralelas se aproximem do meloso.
Cotação: bom
Chico Izidro
Amor?
O documentário brasileiro Amor? mostra o depoimento de pessoas que sofreram ou cometeram atos de violência em seus relacionamentos amorosos. Dirigido por João Jardim, traz atores no papel das pessoas que deram os seus depoimentos e foram poupadas de mostrar seus rostos para as câmeras.
A sacada é ver que os atores devem repetir os gestos, sotaques, choros e movimentos dos depoentes. Eduardo Moscovis, por exemplo, faz sua participação segurando um celular, pois a pessoa a quem ele interpreta, atendeu o aparelho durante o depoimento e assim ficou no resto da entrevista.
Júlia Lemmertz, que fecha o documentário, é quem arrasa. Ela interpreta uma mulher que largou o marido para viver com outro homem, passando por vendaval de pancadaria, drogas e overdoses.
Amor?, no entanto, acaba se repetindo, tornando-se longo demais. E algumas imagens borradas que surgem entre os depoimentos são completamente desnecessárias.
Além de Julia Lemmertz e Eduardo Moscovis, Amor? ainda tem participações de Ângelo Antônio, Fabiula Nascimento e Lilia Cabral.
Cotação: regular
Chico Izidro
Em Um Mundo Melhor
A violência está presente nos cantões mais severos da África quanto na desenvolvida e progressista Dinamarca constata o médico sueco Anton (Mikael Persbrandt) no excelente Em Um Mundo Melhor, de Susanne Bier, e vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro neste ano.
Anton é um médico sem fronteiras que trabalhando na África não consegue se acostumar com os crimes cometidos por um bandido local, cujo prazer é cortar o ventre de mulheres grávidas. Resta a Anton tentar salvar a vida dessas desafortunadas.
Ao voltar para casa, lidando com a separação após trair a mulher, constata o quanto não está tão longe a realidade cruel que é um mundo violento e com covardes à solta. Seu próprio filho, o solitário Elias (Markus Rygaard) é vítima de bullying na escola e encontra no colega Christian (William Jøhnk Juels Nielsen) que chegou a pouco de Londres, depois de ver a mãe morrer de câncer, um companheiro e protetor. Christian é violento e pode levar Elias pelo mesmo caminho.
Anton, ao contrário, é uma pessoa pacífica, que chega a ser surrado pelo pai de um garoto num parque, na frente dos garotos. E também sofre com a xenofobia por ser sueco vivendo na Dinamarca - os dois países têm uma rivalidade histórica (em Pelle, o Conquistador, ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro em 1987, esta diferença entre os dois países é excepcionalmente mostrada).
Em Um Mundo Melhor deixa claro que a violência é um mal que está muito entranhada na vida do ser humano, o único animal que mata o seu semelhante por prazer.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
Os Agentes do Destino
Será que nossas vidas já têm um roteiro pré-definido? E se algum evento inesperado modificasse o que está escrito?
Os Agentes do Destino, dirigido por George Nalfi, perde uma grande chance de discutir isso, mesmo que baseado em conto de Philipp K. Dick.
O roteiro mostra a trajetória do político emergente David Norris, cuja carreira será prejudicada caso se envolva com a bela Elise (Emily Blunt). E ele acaba mesmo apaixonando-se pela garota, uma bailarina. Quando os dois engatam um romance, sofrem a perseguição de estranhos homens usando chapéus e que andam sempre em grupos.
O vai e volta por vezes lembra A Origem, estrelado por Leonardo Di Caprio, e grande sucesso no ano passado. Mas sem a mesma originalidade. E em certa parte torna-se candidato. Além disso, Matt Damon não está inspirado desta vez, atuando de forma quase mecânica. Mas vale a pena curtir a beleza clássica da inglesa Emily Blunt.
Cotação: regular
Chico Izidro
Como Arrasar Um Coração
Os filmes franceses têm um código não escrito de que suas histórias devem fugir ao convencional. Por isso a comédia romântica Como Arrasar Um Coração decepciona.
Vemos aqui uma agência especializada em separar casais ao invés de aproximá-los. Alex Lippi (Romain Duris, de Albergue Espanhol) e sósia de Bruno Garcia, de Sexo Frágil, é o cara que tem de seduzir as mulheres para que elas abandonem os namorados ou noivos e se apaixonem por ele. E quando consegue seu objetivo, rompe com a garota. O serviço é sempre contratado por familiares descontentes com o futuro genro.
A agência chega a montar uma aldeia no deserto marroquino para detonar um noivado.
Até seria engraçado se Alex Lippi não fosse contratado para separar Juliette Van Der Becq (a feinha Vanessa Paradis, esposa de Johnny Depp) de Jonathan Alcott (Andrew Lincoln, visto em Simplesmente Amor e o herói da série sobre zumbis Walking Dead). Claro que ele acaba apaixonando-se pela milionária garota. A história acaba caindo na mesmice daquelas comédias americanas, onde o "herói" deixa tudo e sai correndo para interromper o casamento da mulher que ele descobre ser a da sua vida. E Paradis não consegue se passar por uma guriazinha, por mais que se esforce. E ela poderia arrumar aqueles dentes...
Decepcionante filme de Pascal Chaumeil.
Cotação: ruim
Chico Izidro
Padre
Quando surgiu, o inglês Paul Bettany chegou a ser aclamado como uma nova revelação e uma das esperanças do cinema. Aí o que houve com o ator desse nível embarcar em uma roubada como Padre, dirigido por Scott Charles Stewart?
Esta bobagem cinematográfica se passa num futuro apocalíptico, com toques de faroeste, em que após uma guerra os humanos venceram os vampiros, graças aos padres, misto de religiosos e guerreiros. Os humanos passam, então, a viver em cidades cercadas e controladas pelo clero. Os vampiros foram aprisionados em grandes prisões no deserto.
Só que os seres noturnos acabam reanimados e pretendem iniciar nova guerra, para desta vez conseguir dominar o mundo. Começam sequestrando a sobrinha do padre que consideram o mais perigoso, Paul Bettany (o personagem é só conhecido como Padre), prometendo transformá-la num deles. Para tentar salvar a menina, ele tem de descumprir determinações da Igreja, e com o auxílio de outros colegas parte para o deserto, numa sucessão de lutas, sangue, explosões. E um final cheio de adrenalina, numa bem filmada cena em um trem em grande velocidade. E que dá uma deixa para a continuação.
Só que a história é tão bobinha, as interpretações são tão precárias, que uma segunda parte se faz desnecessária. Aliás, a primeira parte já se fazia descartável.
Cotação: ruim
sexta-feira, maio 27, 2011
Piratas do Caribe - Navegando em Águas Perigosas
Após duas continuações em que as histórias eram quase imcompriensíveis, a franquia Piratas do Caribe, agora com nova direção - saiu Gore Verbinski e entrou Rob Marshall - acertou a mão em sua quarta parte, Navegando em Águas Perigosas.
Johnny Depp continua no papel do afetado capitão Jack Sparrow, um deboche descarado do rolling stone Keith Richard. Desta vez ele entra numa corrida em busca da mítica Fonte da Juventude. Para tentar encontrar a tal fonte, Sparrow se une a um antigo inimigo, o capitão Barbossa (Geoffrey Rush), enquanto tenta escapar das garras do capitão Barba Negra (Ian McShane). Ele também cruza no caminho com uma antiga paixão, a fogosa espanhola Angélica (Penélope Cruz, que fez várias cenas e ação com uma barriga de sete meses de gravidez).
Foram limados da história os chatinhos personagens de Orlando Bloom e Keira Knightley. Em troca, entraram Sam Claflin no papel do sexy padre Philip, que se apaixona pela sereia Syrena (a francesinha Astrid Berges-Frisbey), que tem mais empatia do que a dupla anterior.
A ação impera nos 140 minutos de Navegando em Águas Perigosas. Os efeitos especiais são bem cuidadosos, preste atenção na cena das sereias atacando os piratas. Claro que em todo blockbuster, não estão ausentes os furos de roteiro e alguns exageros. E as piadinhas rolam direto. Uma é bem afiada. Jack Sparrow encontra o seu pai, interpretado exatamente por Keith Richards. E solta a pergunta: "Pai, o senhor chegou a encontrar a Fonte da Juventude?". O roqueiro olha para Sparrow, passando com seus dedos tortos na cara bexiguenta e deformada após décadas entregue as piores drogas que um ser humano consegue consumir e dispara: "Você acha que eu tenho cara de quem passou perto dela?".
cotação: bom
Chico Izidro
Caminho da Liberdade
O australiano Peter Weir é um cineasta não tão profílico. Suas obras demoram para chegar à tela, mas geralmente são imperdíveis. Caminho da Liberdade é lançado exatamente sete anos após Mestre dos Mares, e é impactante ao recriar a crueza do sistema stalinista na URSS em 1941.
Baseado nas memórias do polonês Slavomir Rawicz e muito contestada, pois teria ele roubado a experiência de um conterrâneo, Caminho da Liberdade mostra a fuga de prisioneiros políticos de um gulag na inóspita Sibéria. Como diz logo no começo um comandante do campo de concentração: "A Sibéria é a verdadeira prisão de vocês, não este campo". Aterrador.
Liderados pelo polonês Janusz (Jim Sturgess, de Across the Universe), condenado à prisão depois de denunciado por sua mulher, que só o fez por ter sido torturada, vários prisioneiros atravessam milhares de quilômetros para encontrar a liberdade. Sofrendo com a neve e o frio, o calor do deserto, a fome, a sede, atravessando o Himalaia, o deserto de Gobi, o Tibet até chegar à Índia. E até mesmo com o risco do canibalismo, como chega a sugerir um dos fugitivos, o ladrão e assassino Valka (Colin Farrel, excelente). E para alcançar o objetivo, muitos morrem pelo caminho. Mas segundo Janusz, é melhor morrer livre do que preso.
Os fugitivos são homens quietos e desconfiados uns dos outros. Eles têm suas vidas explicadas através da garota polonesa Irena (Saoirse Raonan, de Um Olhar do Paraíso), que se uniu ao grupo no meio do trajeto e faz a ponte entre um e outro. Entendemos, então, porque um americano, o Sr. Smith (Ed Harris, que rouba o filme) foi parar no gulag.
Caminho da Liberdade não extrapola na visão da era repressora vivda na época do ditador Stalin. É cru e extremamente realista.
Cotação: bom
Chico Izidro
Feliz Que Minha Mãe Esteja Viva
Nem sempre adotar uma criança é das tarefas mais fáceis. Primeiro a burocracia, depois fazer com ela se adapte ao novo ambiente. E fica mais difícil ainda quanto mais velha e traumatizada ela for.
No francês Feliz Que Minha Mãe Esteja Viva, uma chocante visão sobre a questão. Dirigido por Claude e Nathan Miller, relata a vida de Thomas e seu irmão Patrick, adotados pela família Jouvet, após abandonados pela mãe Julie. Thomas é o mais velho e nunca aceita a sua condição e sempre joga na cara de seus acolhedores que eles não são seus pais. Já crescido e solitário, parte em busca de sua mãe natural.
O encontro com Julie é frio, mesmo assim eles tentam uma convivência, depois de tentativas frustradas de aproximação. Julie tem outro filho, por quem Thomas se afeiçoa. A relação de Thomas por sua mãe, no entanto, após anos de distanciamento, começa a percorrer caminhos perigosos, que acabará em quase tragédia. Daí o título autoexplicativo Feliz Que Minha Mãe Esteja Viva.
Os intérpretes do belo e intimista filme são ótimos. Tanto Vincent Rottiers (Thomas aos 20 anos), Maxime Renard (o garoto aos 12 anos) e Gabin Lefebvre (aos cinco anos), conseguem passar aquele olhar, aqueles gestos de pessoas abandonadas, infelizes. Sophie Cattani (Julie) é a tristeza em pessoa. Sua performance como a da mulher que errou e tenta recomeçar, mas sem saber por onde, é comovente.
cotação: ótimo
Chico Izidro
domingo, maio 15, 2011
Marcha da Vida
Décadas depois do final da II Guerra Mundial e com provas irrefutáveis sobre o Holocausto, ainda existem pessoas que neguem o ocorrido. Em Shoah, de 1985, o francês Claude Lezman levou às telas mais de 8 horas de depoimentos de sobreviventes, de carrascos nazistas e até mesmo pessoas que viviam nas cercanias dos campos da morte. Um documentário genial, que até hoje gera polêmica.
E há anos existe no mês de março a chamada Marcha da Vida, onde sobreviventes do Holocausto e jovens judeus de todas as idades percorrem os poucos quilômetros que entre Auschwitz e Birkenau, na Polônia.
Nestes campos de extermínio, foram assassinadas mais de 1,5 milhão de pessoas. No documentário Marcha da Vida, a diretora Jessica Sanders mostra o evento realizado em 2009, desde a sua preparação até a sua realização.
Marcha da Vida é um trocadilho com as famigeradas marchas da morte, ocorridas no final da guerra, onde os judeus foram levados dos campos de concentração para a Alemanha numa tentativa de os nazistas esconderem os crimes. Nestes trajetos, milhares de prisioneiros morreram no caminho, de fome, frio ou executados à bala quando não conseguiam mais caminhar.
São entrevistados jovens judeus nos EUA, Brasil e Alemanha, que tiveram antepassados mortos pelos nazistas, além de sobreviventes.
O documentário não tem a mesma força de Shoa - que é cru e por vezes doloroso quando camponeses contam o que se passava atrás daquelas cercas de arame farpado e das cinzas que caiam sobre suas casas - eram as cinzas dos judeus queimados nos fornos!
E do cheiro!!!
Mas Marcha da Vida é impactante ao mostrar jovens tomando contato com o que foi feito com milhões de pessoas. Em determinado momento, um rapaz brasileiro cai no choro desesperado ao ver os cabelos que eram arrancados dos prisioneiros. E no campo de Majdanek, o horror comprovado numa enorme pilha de cinzas humanas.
Marcha da Vida deveria ser mostrado em todas as escolas e os neonazistas serem forçados a vê-lo.
cotação: ótimo
Chico Izidro
Velozes e Furiosos 5
Pelamordedeus...só conseguia pensar neste termo enquanto assistia e me torturava na parte final do inverossímel Velozes e Furiosos 5, dirigido por Justin Lin. A tal cena se passa na ponte Rio-Niterói, onde dois carros levam de arrasto um cofre gigantesco e são perseguidos por vários carros da polícia.
Sim, desta feita a franquia estrelada por Vin Diesel, Paul Walker e Jordana Brewster se passa numa caricatural Cidade Maravilhosa, onde volta e meia alguém solta um portunhol ridículo.
O trio de exímios motoristas veio parar no Brasil fugindo da justiça norte-americana. Aqui Mia (Jordana, que é brasileira criada nos States) descobre-se grávida do ex-policial Brian O'Conner, que passou para o lado do crime. Eles acabam planejando um golpe contra o chefão do narcotráfico na cidade, tá bom, o maldoso Hernan Reyes (Joaquim de Almeida), creiam. O ator português teve um começo de carreira considerado promissor e acabou afundando.
Além de tentar roubar 100 milhões de dólares do vilão, que tem a proteção da corrupta polícia carioca, os três e um grupo de amigos têm de fugir do agente do FBI Hobbs (Dwayne Johnson, o ex-The Rock). Todo mundo, sem exceção, tem atuação de dar dó. E mesmo as piadas do roteiro são de arrepiar de ruim.
E Vin Diesel ainda consegue ser pior do que todo mundo, naquele jeito mal-encarado, não conseguindo fazer nenhuma outra cara senão a do cara mal e violento. Não consegue nem sorrir quando a "irmã" lhe confessa estar grávida.
Salva-se, afinal, alguma coisa? As cenas de ação, muito bem filmadas. Principalmente um tiroteio no meio de uma favela. Mas que diabos faz um trem no deserto em pleno Rio de Janeiro?
cotação: ruim
Chico Izidro
Água para Elefantes
Não quero parecer rasteiro e dizer que a melhor atuação do filme é de Rose, a aliá (fêmea do elefante). Só que Água para Elefantes, direção de Francis Lawrence e baseado em bestseller homônimo de Sara Gruen, não escapa aos clichês mais evidentes do cinema.
Jovem estudante de veterinária perde tudo quando seus pais morrem em acidente de automóvel. Sem futuro, porque a história se passa na época da Grande Depressão nos Estados Unidos, no começo dos anos 1930, Jacob Jankowski acaba indo trabalhar num circo, onde da noite para o dia se torna o queridinho do dono, August. E acaba se apaixonando pela esposa deste, Marlena, e sendo correspondido. O que une ainda mais a dupla é Rosie, uma aliá que inexplicavelmente entende polonês, língua paterna de Jacob. Rosie ainda é vítima do sádico August, que não vacila em fazer "desaparecer" funcionários, quando não tem dinheiro para pagá-los.
A história é contada em forma de flash-back por um velhinho já nos dias de hoje, que fugiu do asilo e sonha em voltar a trabalhar no circo.
Água para Elefantes é estrelado por Robert Pattinson, o vampiro emasculado da saga Crepúsculo. E não dá para dizer se é definitivo, porém o rapaz não consegue fazer outra cara senão aquela melancólica, que o consagrou como ídolo das menininhas. E o austríaco Chris Waltz, oscarizado pelo nazista de Bastardos Inglórios, corre o sério risco de ficar estigmatizado como o cara mau do cinema. Este é o terceiro filme em sequência que ele faz o papel do vilão e sem mudar em nada o jeito. O segundo filme foi a comédia Besouro Verde. Ou ele muda logo ou "ficará preso no papel".
De Reese Whiterspoon não há muito o que falar. A atriz, que já ganhou o Oscar por Johnny and June, vive de altos e baixos e aqui tropeça. Aliás, as suas cenas de malabarismo - onde é dublada - são descaradamente mal feitas. Nota-se perfeitamente a dublê arriscando-se no lugar da atriz.
cotação: ruim
Chico Izidro
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