sexta-feira, maio 27, 2011

Feliz Que Minha Mãe Esteja Viva



Nem sempre adotar uma criança é das tarefas mais fáceis. Primeiro a burocracia, depois fazer com ela se adapte ao novo ambiente. E fica mais difícil ainda quanto mais velha e traumatizada ela for.
No francês Feliz Que Minha Mãe Esteja Viva, uma chocante visão sobre a questão. Dirigido por Claude e Nathan Miller, relata a vida de Thomas e seu irmão Patrick, adotados pela família Jouvet, após abandonados pela mãe Julie. Thomas é o mais velho e nunca aceita a sua condição e sempre joga na cara de seus acolhedores que eles não são seus pais. Já crescido e solitário, parte em busca de sua mãe natural.
O encontro com Julie é frio, mesmo assim eles tentam uma convivência, depois de tentativas frustradas de aproximação. Julie tem outro filho, por quem Thomas se afeiçoa. A relação de Thomas por sua mãe, no entanto, após anos de distanciamento, começa a percorrer caminhos perigosos, que acabará em quase tragédia. Daí o título autoexplicativo Feliz Que Minha Mãe Esteja Viva.
Os intérpretes do belo e intimista filme são ótimos. Tanto Vincent Rottiers (Thomas aos 20 anos), Maxime Renard (o garoto aos 12 anos) e Gabin Lefebvre (aos cinco anos), conseguem passar aquele olhar, aqueles gestos de pessoas abandonadas, infelizes. Sophie Cattani (Julie) é a tristeza em pessoa. Sua performance como a da mulher que errou e tenta recomeçar, mas sem saber por onde, é comovente.
cotação: ótimo
Chico Izidro

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