sábado, dezembro 15, 2012
"O Moinho e a Cruz"
"O Moinho e a Cruz", dirigido pelo polonês Lech Majewski, não é de fácil assimilação. A história é contada tomando por base o quadro O filme propõe uma recriação inédita e em movimento do quadro "A Procissão para o Calvário" (1564), de Pieter Bruegel, que conta a paixão de Cristo durante a ocupação espanhola na região que hoje conhecemos como Bélgica.
O filme traz três protagonistas, três ícones do cinema. Rutger Hauer vive Bruegel, Michael York é um colecionador de arte amigo do pintor e Charlotte Rampling é a inspiração para a Virgem Maria do quadro. E este praticamente ganha vida em cada fotograma, mostrando o cotidiano dos camponeses do século XVI. O colorido, as vestimentas, a precariedade com que viviam as pessoas. Os diálogos praticamente inexistem, assim como pouco se utiliza a trilha sonora. O moinho é a principal força motriz do vilarejo, pois dali se tira o alimento, o pão, que é dividido com as mãos do dono da casa. E a cruz significa a religiosidade e também a pureza, pois o criminoso é crucificado, tal qual Jesus no Gólgota. Impactante e hipnotizante.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
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