sábado, março 09, 2013

“Barbara”


Definitivamente o cinema europeu é superior ao de Hollywood. Inexistem os efeitos especiais e os roteiros são fechadinhos, inteligentes. No thriller político “Barbara”, dirigido por Christian Petzold, nos transporta, sem efeitos especiais, para a Alemanha Oriental do final dos anos 1970, uma década antes da queda do Muro de Berlim.

Barbara é vivida por Nina Hoss (excelente), médica que tentou emigrar do país comunista, e por isso foi presa, considerada inimiga do regime. Ao ser liberta, acaba exilada dentro da própria Alemanha proletária. Enviada para uma cidade à beira do congelante mar Báltico, e vigiada constantemente pela Stasi, a polícia política alemã, ela não desiste de planejar sua fuga para o Ocidente, contando para isso com a ajuda do namorado, que já vive no lado capitalista. Ele pode vê-la sempre, já que os ocidentais podiam entrar no lado oriental quando quisessem.

“Barbara” é tenso, a médica não sabe que é amigo, quem é inimigo, quem é indiferente. Ela está sempre olhando para os lados, escondendo seus pertences em algum buraco, praticamente neurótica. O filme também é severo com o regime que ruiu em 1989, ao mostrar a disparidade entre as pessoas dos dois lados do Muro. Duas cenas são emblemáticas. Numa, uma jovem observa, extasiada um mostruário de joias, sonhando em ganhar um anel do namorado. Noutro momento, um senhor baba de emoção e curiosidade ao ver um carrão Mercedes-Benz numa estrada, enquanto ele próprio dirige um Trabant, uma lata velha feita de alumínio e papelão fabricado pelos russos.

Cotação: ótimo

Chico Izidro

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