Saturday, March 09, 2013

“Indomável Sonhadora”


Sinceramente não achei nada demais em “Indomável Sonhadora”, de Benh Zeitlin, cujo pai é brasileiro. A história, com toques de realismo fantástico, é claro, bem contada e filmada, mas...nada de extaordinário. O diferencial talvez seja mesmo a atuação do elenco, formado por amadores. Talvez seja mostrar que os Estados Unidos também possui seu lado miserável, aliás, bem miserável, como muita gente vivendo à margem da sociedade.

A trama fala da garotinha Hushpuppy, algo como bolo de milho, interpretada com correção pela novata Quvenzhané Wallis, que na época das filmagens estava com seis anos. A menina vive com o pai doente e alcoólatra numa miserável comunidade ribeirinha do sul dos Estados Unidos, que ela acredita ser o paraíso, pois o pai assim o fantasiou. Os habitantes desse povoado, batizado Bathtub, ou banheira, são negros, brancos, todos miseráveis, e que unem-se mais ainda após a passagem de um violento furacão que destrói tudo por perto. E o que não foi destruído ficou abaixo d’água. Quem não se mandou antes, morreu ou viu sua miséria triplicar.

Hushpuppy tem de ser mais forte do que sua pequena idade e ingenuidade indicam. No original, o filme intitula-se Beasts of the Southern Wild ou as bestas do sul selvagem e a garotinha tem sempre visões de enormes javalis à sua espreita, como tentando lhe mostrar que o local onde vive não é aquele paraíso pintado por seu pai. Quvenzhané é boa atriz por isso concorreu ao Oscar, perdendo-o para Jennifer Lawrence, de “O Lado Bom da Vida”. Mas a atuação espetacular de “Indomável Sonhadora” é do ator amador Dwight Henry, que vive Wink, o pai de Hushpuppy. Antes do filme ele trabalhava na região da Lousiana, assim como a maior parte do elenco. E não desaponta.

Cotação: bom
Chico Izidro

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