quarta-feira, março 27, 2013
“Super Nada”
Ser ator não é só glamour, como pensam aqueles que vêm os atores famosos da Globo desfilando seus sorrisos nas revistas de fofocas. Tem o lado precário, quase famélico. Em “Super Nada”, de Rubens Rewald, um quase homônimo do crítico de cinema, vemos o dia a dia miserável do ator Guto (Marat Descartes, em atuação impecável). Ele vive de bicos para sobreviver e morando num quitinete vagabundo no centro de São Paulo, cuja pia do banheiro não funciona. O ator ganha a grana cotidiana participando de pegadinhas para a televisão, faz esquetes num teatro mambembe e não refuta nem mesmo ir para as sinaleiras fazer malabarismos com uma tocha.
E ainda é ajudado pela mãe, que também cuida de sua filha pré-adolescente – nunca é citado o que aconteceu com a mãe da menina. Fã do palhaço Zeca, um dia Guto começa a acreditar que sua sorte vai mudar ao ser convidado para fazer um teste no programa de tevê do ídolo, chamado de Super Nada. Aí vai descobrir que, às vezes, um ídolo nem sempre é como o idealizamos. Zeca, vivido esplendorosamente pelo cantor Jair Rodrigues, que faz um tipo mulherengo, bêbado e sequelado, apesar de saber, como diz certa hora, que seu programa é de quinta categoria, numa emissora de televisão de terceira.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
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