quinta-feira, agosto 11, 2016

“Na Ventania” (Risttuules)



O filme “Na Ventania” (Risttuules), dirigido por Martti Helde, mostra um evento não muito divulgado da II Guerra Mundial. Se Hitler foi o algoz do Holocausto judeu, Joseph Stalin também não poupou os povos eslavos e bálticos. O terror mais conhecido do líder soviético ocorreu na Ucrânia em meados dos anos 1930, quando exterminou 5 milhões de pessoas via fome.

E em 1941, quando a União Soviética entrou na II Guerra Mundial, Stalin ordenou uma espécie de limpeza étnica nos países bálticos Estônia, Letônia e Lituânia. Milhares de cidadãos destes países foram enviados para os confins da Sibéria, para realizar trabalhos braçais, e onde muitos morreram de fome ou de frio. A alegação é de que eram traidores do sistema comunista.

A medida atingiu a família de Erna, uma estoniana que foi separada do marido durante o transporte de trem que durou dias. Com ela ficou sua filha, que acabou morrendo de fome na Sibéria – quem não trabalhava não comia e crianças não trabalhavam, por isso não tinham direito a alimentação. Toda a história é contada através das cartas que Erna escreveu para o marido por mais de uma década. O filme se destaca, no entanto, pela técnica do tableaux vivant, onde os personagens são filmados sem movimento. Quase como se fossem uma fotografia. E as imagens ficam mais destacadas ainda pelo preto e branco utilizado.

“Na Ventania” (Risttuules) é um filme difícil, não sendo para aquele espectador que não tem paciência e nem mente aberta para assistir a uma obra de poucos ou quase nenhum diálogo. Apenas a leitura das cartas de Erna e movimento zero.


Duração: 1h23min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

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