quinta-feira, setembro 29, 2016
"O Vale do Amor" (Valley Of Love)
O adeus dos pais a um filho que se mantinha distante é o tema de "O Vale do Amor" (Valley Of Love), direção de Guillaume Nicloux. Um bom filme, que encontra no par principal, Isabelle Huppert (“Amor”) e Gérard Depardieu (“Bem-Vindo a Nova York”), perfeita sintonia.
O filho deles, Michael, se suicidou ingerindo inúmeros comprimidos. Mas deixou uma carta endereçadas aos pais, incluindo um roteiro de viagens que eles devem seguir ao longo de uma semana. O destino é o Vale da Morte, situado na Califórnia, onde ele promete fazer uma aparição pós-vida.
Isabelle Huppert e Gérard Depardieu, que se reencontram na telona após 35 anos - trabalharam juntos em "Loulou”, de Maurice Pialat, tem seus personagens com seus próprios nomes e até a profissão mantida. Numa cena engraçada quase no começo, Depardieu é abordado por um sujeito, que lhe pede um autógrafo: "Você é ator, né? Não me lembro dos seus filmes, mas sei quem você é. Poderia me dar um autógrafo?". E Depardieu assina como Bob de Niro.
A dupla, que constituiu novas famílias, tem a oportunidade de avaliarem suas vidas e de notarem como foram negligentes com Michael – Isabelle teria ficado nada menos que sete anos sem vê-lo.
“O Vale do Amor” é delicado e triste, com Isabelle Huppert trazendo uma carga dramática comovente e Gérard Depardieu mostrando uma fragilidade física sem pudor - ele caminha para lá e cá sem camisa, ostentando uma enorme barriga.
Duração: 1h33min
Cotação: bom
Chico Izidro
"O Lar das Crianças Peculiares" (Miss Peregrine's Home For Peculiar Children)
O novo filme de Tim Burton, "O Lar das Crianças Peculiares" (Miss Peregrine's Home For Peculiar Children), adapta o livro O Orfanato da Sra. Peregrine para Crianças Peculiares, de Ransom Riggs. Na história, Jake (Asa Butterfield), é um garoto solitário que em certa noite testemunha o avô Abe (Terence Stamp) ser morto por um monstro. Ele então descobre que as histórias sobre crianças com dons especiais, que o avô lhe contava, eram verdade. Para se tratar psicologicamente, Jake e seu pai viajam para o País de Gales, onde o menino vai encontrar o local onde vivem estas crianças.
E elas estão presas no tempo - para as crianças, é sempre 1943, no dia em que o orfanato em que viviam sob a guarda de Miss Peregrine (Eva Green), foi destruído por um bombardeio alemão. Todas as crianças tem poderes especiais. Como Enoch (Finlay MacMillan), que consegue dar vida a bonecos inanimados, ou Emma (Ella Purnell), uma garota que é mais leve que o ar e precisa usar sapatos de chumbo para se manter no chão.
Mas o filme é longo demais, detalhado demais. E isso vai cansando. Apesar dos efeitos especiais serem bons, a história é por demais previsível. E ótimo ator Samuel L. Jackson, que interpreta o vilão Barron, acaba exagerando na canastrice, com caretas e olhares de louco. Enfim, toda a magia que se espera de um filme de Burton, acaba se perdendo na sua parte final. Encanto médio.
Duração: 2h10min
Cotação: regular
Chico Izidro
O Bebê de Bridget Jones (Bridget Jones's Baby)
Quinze anos após a estreia do primeiro filme, Renée Zellweger, que era tão bonita e hoje mostrando um rosto completamente plastificado de botox, volta ao papel que a consagrou. Em 2001, o best-seller de Helen Fielding deu origem ao filme "O Diário de Bridget Jones" (Bridget Jones’s Diary). O longa ganhou uma sequência em 2004, também baseada em um livro de Fielding. Agora, a personagem está quarentona em O Bebê de Bridget Jones (Bridget Jones's Baby), direção de Sharon Maguire.
A personagem começa o filme sendo produtora do noticiário em que trabalhava. E mantém uma boa relação com o ex-namorado, o advogado Mark Darcy (Colin Firth). Num final de semana ela vai a um festival de música eletrônica e acaba mantendo relações com o bilionário Jack (Patrick Dempsey, do seriado Grey’s Anatomy). Dias depois, em uma festa, reencontra Mark e vai para a cama com ele. Resultado, logo Bridget se descobre grávida e a pergunta fica no ar: quem será o pai do bebê?
E o longa prossegue numa chatice monumental, com piadas sem graça, sem envolvimento emocional entre os personagens, todos tão fofos que se tornam irritantes. E para piorar, a trilha sonora é horrível, repleta de músicas pop e baladas românticas – e tem até uma participação do cantor Ed Sheeran, interpretando ele mesmo. Fuja.
Duração: 2h03min
Cotação: ruim
Chico Izidro
quinta-feira, setembro 22, 2016
"Sete Homens e Um Destino" (The Magnificent Seven)
"Sete Homens e Um Destino" (The Magnificent Seven é um remake de um grande sucesso de 1960, que por sua vez era a versão americana do clássico japonnês "Os Sete Samurais", de Akira Kurosawa, de 1954. O novo filme é dirigido por Antoine Fuqua (Dia de Treinamento) e escrito por Richard Wenk e Nic Pizzolato (da série True Detective), e traz um elenco estrelado e nos novos tempos, colocando na telona a diversidade, com um negro liderando, um índio, um mexicano e um japonês habilidoso.
Na trama, a moradora de um pequeno povoado, Rose Krick, no oeste americano, Emma Culins (Haley Bennett), busca a ajuda de homens que consigam acabar com a tirania do dono de uma mineradora, Bartholomew Bogue (Peter Sarsgaard) que pretende expulsar todos os moradores do local. Assim ela encontra o caçador de recompensas negro Sam Chisolm (Denzel Washington), que decide ajudá-la. E ele sai recrutando pistoleiros e renegados para combater Bogue e seus capangas.
O elenco do filme tem além de Denzel Washington, Chris Pratt (o Star Lord de Guardiões da Galáxia), Vincent D'Onofrio (o vilão Rei do Crime de Demolidor), Lee Byung-hun (de G.I. Joe: A Origem de Cobra) e Ethan Hawke (de Boyhood - Da Infância à Juventude). Todos muito bem em cena,
O filme tem excelentes cenas de ação, tiroteios, explosões. Há ainda muita tensão com duelos, além do que a fotografia é algo para se destacar, por causa de qualidade e do cuidado.
Duração: 2h13min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Lembranças de um Amor Eterno" (La corrispondenza)
"Lembranças de um Amor Eterno" (La corrispondenza) começa mostrando um casal muito apaixonado. O professor universitário Ed Phoerum (Jeremy Irons) conversa com sua namorada/amante a jovem Amy Ryan (Olga Kurylenko) no quarto de um hotel. Logo eles se despedem. E Phoerum some da face da terra.
Aí o filme do diretor e roteirista italiano Giuseppe Tornatore, do clássico "Cinema Paradiso" começa a incomodar. Logo saberemos que o professor morreu, mas mesmo assim mantém a relação viva. Ele envia para ela, através de uma rede de conhecidos e contratados, correspondências, como cartas, flores, vídeos - e forçadamente apenas em acontecimentos da vida dela, que ele havia previsto que ocorreriam?????
A obsessão entra em campo. Dele, que mesmo morto, não deixa a garota prosseguir sua vida ou Amy, que tem como profissão ser de dublê de cinema e passa o filme quase todo a chorar e se lamentar pelos cantos. Lá pela trigésima vez já estamos cansados de tanto açucar em cena. "Lembranças de um Amor Eterno" tem elementos copiados de "PS: Eu Te Amo"
No final, o filme de Tornatore é um dramalhão cheio de frases de efeito e pieguice exagerada.
Duração: 1h56min
Cotação: ruim
Chico Izidro
"Cegonhas: A História que Não te Contaram" (Storks)
"Cegonhas: A História que Não te Contaram" (Storks), direção de Nicholas Stoller e Doug Sweetland, é uma animação que dá um passo atrás no conhecimento humano. Estamos em 2016 e o filme prega que os bebês são trazidos para seus pais por cegonhas....é muita ingenuidade.
Na história, as cegonhas pararam de entregar bebês e agora trabalham entregando encomendas de uma loja virtual, como celulares e outros equipamentos. Júnior é uma cegonha que está prestes a se tornar chefe na companhia de entrega, mas terá que demitir Tulipa, uma humana que nunca foi entregue para seus pais. Incapaz de dispensar a garota, ele a coloca no departamento de correspondência, e lá ela recebe a carta de um solitário garotinho que pede um irmãozinho. Sem querer, Tulipa ativa a máquina de bebês. A partir daí a garota e Júnior partem em uma jornada para entregar o bebê aos novos pais.
A premissa é lamentável. E o filme também. Apesar de tentar utilizar um truque descarado, que é o de colocar em cena vários bebezinhos fofos na tela, para deixar todo mundo com cara de bobo. Um filme que não empolga.
Duração: 1h29min
Cotação: ruim
Chico Izidro
"Conexão Escobar" (The Infiltrator)
Em época onde Pablo Escobar está em alta por causa da série "Narcos", da Netflix, chega aos cinemas o thriller "Conexão Escobar" (The Infiltrator), dirigido por Brad Furman, e que mostra o governo americano tentando combater o cartel de Cali em meados dos anos 1980.
Baseado em fatos reais. "Conexão Escobar" conta a história de um oficial da alfândega dos EUA, Robert Mazur, que se infiltra no cartel de drogas comandado por Pablo Escobar usando a identidade de Bob Musella, um empresário especializado em lavagem de dinheiro. A missão de Mazur é das mais difíceis, pois ele coloca em risco não só a própria vida, como a de sua família e de amigos. Em determinado momento, Mazur consegue se tornar amigo de Roberto, um dos homens de confiança de Pablo Escobar.
O filme transmite muita tensão e sempre existe a sensação de que a qualquer momento algo trágico vai acontecer. Todos estão bem em cena, inclusive a bela Diane Kruger, que vive Kathy Ertz, agente que se passa por noiva de Mazur. Outro acerto é a reconstituição de época, seja nos figurinos, cabelos, cenografia e também a bela fotografia do também estreante Joshua Reis.
Duração: 2h07min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
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