quinta-feira, fevereiro 28, 2008

RAMBO 4



Em Rambo 1, de 1982, se discutia o descaso com os soldados americanos que retornavam do Vietnã para casa. Um belo filme. Depois a franquia decaiu e Rambo virou sinônimo de filme ruim. 20 anos depois da parte 3, Silvester Stallone volta a carga com Rambo 4, com o personagem-brucutu em mais uma missão nas selvas asiáticas. Desta vez, ele é tirado de seu suto-exílio na Tailândia para ajudar um grupo de mercenários a resgatar missionários americanos em Mianmar. Na primeira parte, há uma profusão de frases feitas sobre solidariedade. E em sua segunda parte, entremeada por uma espetacular cena de mais de 15 minutos numa base militar, proliferam os corpos despedaçados, cabeças decepadas e muitos tiros e explosões, que por incrível que pareça, não atingem o herói vitaminado. O filme não é feito para pensar e alguém pode dizer que estou sendo óbvio. Pode ser.

Jogos do Poder



Jogos de Poder (Charlie Wilson's War), de Mike Nichols (Uma Secretária de Futuro) é baseado em fatos reais. Conta os anos da invasão do Afeganistão pela antiga União Soviética nos anos 1980, sob a visão do congressista Charlie Wilson, congressista americano. Ele tentou ajudar os afegães, os armando na luta contra os soviéticos. Para tanto, teve de unir paquistaneses e israelenses, entre outros inimigos mortais. E como se sabe, depois de vencidos os russos, os afegães decidiram se voltar contra os americanose viraram no que viraram: um problemão para a América. A história é excelente. Pena que o filme, com Tom Hanks no papel de Charlie Wilson e Julia Roberts na pele da milionária e amante do congressista seja sonolento ao extremo, se utilizando ainda de imagens de arquivos da época, mostrando o pouco cuidado com a produção. Se salva, como sempre, Phillip Symour Hoffman como um agente do FBI.

OS INDOMÁVEIS



Ainda me pergunto porque certos distribuidores assassinam belos títulos de filmes e 3:10 para Yuma é um deles. No Brasil virou Os Indomáveis e se a gente puxar da memória já deve ter alguma outra obra com este nome por aí. Mas esqueçamos isso e falemos do filme de James Mangold, um faroeste perdido nos anos 2000. E um duelo entre o bem representado por Dan Evans (Cristian Bale, em mais uma atuação destacada) e o mal, vivido por Ben Wade (Russell Crowe). O primeiro pode perder suas terras, caso não pague as suas dívidas. E Dan pode conseguir o dinheiro se ajudar um grupo de policiais a colocar Ben no trem das 3h10min para...Yuma, onde fica a prisão.
E o faroeste foi feito com todo o cuidado, com personagens sujos, barbudos, sem muita hinra, com exceção do personagem de Bale. E evoca o clássico Matar ou Morrer, pois as horas que restam para a chegada do trem à estação são nervosas, marcadas por relógios. E há cada minuto surge a dúvida, pois o fazendeiro cederá a tentação e libertará Crowe por alguns dólares a mais?

A ESPIÃ



Dizem que na vida se exige uma dose de sorte para escapar de algumas adversidades. E é isso que acontece na vida da protagonista de A Espiã, de Paul Verhoeven, o mesmo diretor de Robocop. A cantora judia Rachel (Carice von Houten) vive escondida numa fazenda no interior holandês, até se ver obrigada a fugir de seus perseguidores nazistas, em 1944. Ajudada pela resistência, a garota vai trabalhar, ironia, para os alemães com o nome falso de Ellie de Vries e sua vida se torna uma roda-viva. Hora é vilã, hora é heroína. E ninguém é santo ou demônio. Todos carregam suas culpas e seus segredos neste filme mediano sobre a II Guerra.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Sangue Negro (There Will Be Blood)



O novo filme de Paul Thomas Anderson Sangue Negro (There Will Be Blood) deveria se chamar Onde Os Fracos Não Têm Vez. Sim, o nome da trama dos Irmãos Coen poderia ser usurpada por esta obra-prima moderna, que traz ares de Giant - Assim Caminha a Humanidade, Cidadão Kane e até mesmo Era Uma Vez no Oeste.
Nos primeiros 15 minutos do longo filme - são cerca de 2h40min - se ouve apenas o som das máquinas perfuradoras e do vento do oeste americano, lembrando o silêncio perturbador do faroeste de Sérgio Leone. E depois disso, Sangue Negro descamba para a briga de um homem contra o mundo no começo do século passado. Ele é Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis), que tem como objetivo de vida se tornar o mais rico de todos na face da terra, não importa quem ele atropele pelo caminho.
O seu contraponto é o pastor Eli (Paul Dana). Os dois protagonizam um destruídor duelo, cada um em sua ideologia. Um é movido a dinheiro e o outro pela fé. E por isso o trocadilho do começo do texto. Os fracos não têm vez neste oeste selvagem e implacável.
O britânico Daniel Day-Lewis já conhecemos desde a década de 1980, quando despontou em A Minha Adorável Lavanderia. Porém ele deixou muita gente boquiaberta em Meu Pé Esquerdo. Agora chega à maturidade. E Dana é um emergente, mas que promete muito, vide o recente Pequena Miss Sunshine, em que interpreta o irmão silencioso da protagonista.
O ganancioso Daniel Plainview queria o mundo aos seus pés. Mas quem consegue isso é Daniel Day-Lewis e Paul Thomas Anderson. Pelo menos quem gosta de cinema, se curva.

JUNO



O que há de novo na história de uma garota que engravida e não está preparada para ser mãe? Absolutamente nada. Nem a forma como a história é contada em Juno, de Jason Reitman (filho de Ivan Reitman, de Os Caça-Fantasmas). Então o filme não merece ser visto? Não, pelo contrário. Pois Juno se fortalece principalmente de sua atriz principal, Ellen Page, de Meninama.com.
A garota tem domínio total de cena e tiradas engraçadas, ao se ver da noite para o dia tendo de lidar com temas como aborto, adoção, a ausência de um namorado - pois ela transou com o melhor amigo. Page já mostra ao que veio no começo, quando impaciente, toma litros de suco de laranja na frente de uma loja de conveniências, onde pretende entrar para fazer um teste de gravidez.
Já Michael Cera, o tal amigo em questão, recebeu de certa crítica: ele merece um capítulo à parte. Concordo. Pois o garoto é um mini-Jack Nicholson. Tanto na séria Arrested Development quanto em Superbad, o mesmo personagem aparvalhado. E em Juno? Não mudou nada. Mas veja o filme por Elle Page, que em determinada parte relembra sua personagem anterior, quando ela coloca um certo casaquinho vermelho. Bela sacada.

Chico Izidro

Antes de Partir (The Bucket List)




Em My Name Is Earl, seriado do canal FX e estrelado por Jason Lee, um cara mau-caráter decide fazer uma lista e se regenerar depois de ganhar na loteria e ser atropelado. Ao sair do hospital, ele procura as pessoas listadas e pede perdão pelos erros cometidos no passado. Tudo em tom de comédia. E das mais inteligentes dos últimos anos. Pois nada se cria, tudo se copia. Então temos Antes de Partir (The Bucket List), de Rob Reiner e com Jack Nicholson e Morgan Freeman.
Os dois veteranos descobrem que têm câncer e que possuem poucos meses de vida. Passados os primeiros sinais de negação e antipatia entre os dois, a dupla organiza uma lista (da bota, ou seja, coisas para fazer antes de batê-las, ou seja, morrer) e sai pelo mundo para concretizá-la. E dê-lhe momentos piegas, com Jack Nicholson fazendo as pazes com a filha e Freeman jantando com a família, mesmo tendo uma esposa mandona.
Nicholson, aliás, é um caso à parte. O consagrado ator faz, há anos, o mesmo papel, o do personagem cínico, debochado e preconceituoso. Assim fica fácil. Para fazer chorar.

Chico Izidro

Senhores do Crime



A temporada mal começou e já temos um candidato ao filme mais violento do ano: Senhores do Crime, de David Cronenberg. Nele, a bela Naomi Watts, de O Chamado e King Kong 2005, se vê envolvida com a máfia russa após descobrir o conteúdo de um diário de uma garota ajudada por ela. Nele, indícios de tráfico de escravas brancas, prostituição e estupros.
E não há tempo para se pensar - aliás, o filme não é para se pensar e sim para se sentir incomodado na poltrona, principalmente numa das melhores cenas de briga, que ocorre numa sauna e que tem como protagonista o bom Viggo Mortesen, de Senhor dos Anéis e Marcas da Violência, no papel de um motorista da máfia. Porém o seu personagem é dúbio, como não o é o sr.... (Armin Muhler-Stahl, outra fera e cuja presença em cena transmite todo o mal que possa pisar na face da terra). Provocador.

Chico Izidro

Vestida Para Casar (27 Dresses)



Vestida para casar é daqueles filmes feitos para garotas que sonham em encontrar o amor de suas vidas e subir ao altar para dizer a famosa frase "eu aceito". Romântico ao extremo, pode fazer mal aos diabéticos. Dirigido por Anne Fletcher, conta a história da jovem e bonita, apesar de não se achar (um dos tantos absurdos do roteiro) Jane, que adora ser a dama de companhia nos casamentos das amigas, enquanto espera chegar o seu dia. Contudo, a garota surta quando descobre que sua irmã vai casar com o homem de seus sonhos. Ao mesmo tempo, é perseguidas por um repórter, Kevin (James Marsden, o Cíclope de X-Men), que escreve sobre casamentos.
Lá pelos 15 minutos de filme já deu para sacar o que vai acontecer. Porém o que importa aqui é que Elizabeth Heigl segura bem as pontas. Ela é considerada uma das novas sensações de Hollywood e pode ser vista na série Grey's Anatomy e no recente sucesso da telona Ligeiramente Grávidos. A atriz protagoniza uma cena que pode se tornar clássica, quando realiza o desfile dos 27 vestidos do título original.

Chico Izidro

Via-Láctea



Mesmo com a presença da bonita Alice Braga (a valorizada sobrinha de Sônia Braga, depois de participar do mega-sucesso Eu sou a Lenda), Via-Láctea, de Lina Chamie, decepciona. E profundamente, por tentar se passar por filme pseudo-intelectual. Resultado final: uma chatice fundamental na história do professor de literatura e escritor que tenta reatar o namoro com uma veterinária.
A história se passa em cerca de duas horas pelas movimentadas e engarrafadas ruas de São Paulo, enquanto o protagonista Marcos Ricca (de O Que é Isso Companheiro?) se dirige para a casa de Alice, com o objetivo de reatar. No caminho, ele reflete sobre os momentos passados ao lado da garota. E dê-lhe citações forçadas de Manuel Bandeira, a trilha sonora despropositada. E a diretora ainda consegue citar a cadela Laika, aquela que foi para o espaço na década de 1950, após o atropelamento de um cachorro...como??? por quê???


Chico Izidro

Casa de Alice



Um filme nacional surpreendente. É o que é Casa de Alice, de Chico Teixeira. Uma família disfuncional típica dos filmes americanos, mas deslocada para uma cidade da Grande São Paulo. A mãe, Alice (a excelente Carla Ribas) trabalha como manicure e tenta recuperar a juventude perdida enquanto vê a família não lhe dar o mínimo respeito. Desde o marido, taxista, que se envolve com a vizinha adolescente, e os filhos. Um é um ladrãozinho, o outro soldado no quartel, mas na hora vaga, michê, e o mais novo mimado ao extremo. Quem se salva é a mãe (Berta Zemel, o nome de destaque do longa), que mora junto e vê tudo acontecer, mas em silêncio. E nisso o filme se diferencia. Pois quase tudo é sugerido, não é explicitado. Bastam olhares e frases curtas para mostrar a realidade crua. Imperdível.

Chico Izidro

Propriedade Privada (Nue Proprieté),



Propriedade Privada (Nue Proprieté), de Joachim Lafosse, lida com um tema difícil: a ganância. E ela surge devido a uma bela casa no interior da França, administrada por Pascalle (Isabelle Hubert). Só que ela não consegue ter uma vida tranqüila, pois tem de cuidar dos filhos gêmeos, François e Thierry, que mesmo adultos, nem pensam em sair de casa e em arranjar empregos. Os dois se mostram em toda a sua vilania no momento em que ela decide vender o local e se mudar com o namorado para uma pousada.
Propriedade Privada mostra quais limites devem ser impostos aos filhos para que não se tornem usurpadores. E filme feito na França não dispensa massas e vinhos, o que dá ao espectador uma vontade tremenda de correr para o restaurante mais próximo no final da sessão. Pena que a comida possa descer amarga.

Chico Izidro

MUTUM



O filme encantou os alemães. Os europeus, aliás, gostam de ver aquele Brasil interiorano. E isso recebem de "montão" em Mutum, de Sandra Kogut (Passaporte Húngaro). Mutum significa mudo ou uma ave negra que só canta à noite. E também o local onde mora o garoto Thiago com sua família, no sertão mineiro. Lá, onde a pobreza impera, a paz se encerra quando a mãe do garoto se envolve com o irmão do marido. E o mundo do garoto desaba e ele passa a sonhar com um lugar distante de tanta miséria e desconforto.
Mutum não tem trilha sonora, mas cansa - poderia ter vários minutos a menos. E o espectador tem dificuldades de entender determinadas falas, devido ao forte sotaque dos atores, escolhidos entre moradores da região. Não é um Brasil bonito de se ver para os brasileiros, mas é o Brasil real.

Chico Izidro

O Grande Chefe (The Boss of it All)



Você já viu o seriado The Office, tanto em sua versão inglesa quanto a americana? Se não, vá na sua locadora e alugue. E passe longe do novo filme de Lars Von Trier (Dogville), O Grande Filme. Como disse um espectador na saída do cinema "se o humor dinamarquês é assim, imagine o mau humor"....
Um ator é contratado para representar o poderoso chefão de uma empresa que está sendo colocada à venda e o dono tem medo de contar a verdade aos seus funcionários. E no decorrer da farsa, o chefão de mentirinha começa a se inteirar da realidade da firma, mas não pode mais fugir das teias do vigarista. Sorrisos amarelos ao longo de seus...longos 90 minutos, dificultados ainda pelas letras brancas sobre o fundo branco da tela.
E como disse outro espectador: se você não gostar do filme, é um idiota e deve mesmo assistir aos Rambos da vida. Se gostou, é um intelectual metido a besta. Não há saída.

Chico Izidro

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Elizabeth: A Era do Ouro



Cate Blanchett não tem mais nada a provar. É uma excelente atriz, como fica provado mais uma vez em Elizabeth: A Era do Ouro, do diretor indiano Shekhar Kapur. A dupla já havia trabalhado junto em 1998, na primeira parte da história da chamada Rainha Virgem. Agora, o filme retrata o período Elizabeth defendeu seu império protestante contra a católica Espanha, em 1588.
Mas nem sempre boas atuações rendem um bom filme. O elenco é de primeira, com Clive Owen (no papel de Walter Raleigh, o explorador inglês e interesse romântico da rainha) e Geoffrey Rush como o conselheiro Francis Walsingham. E a beleza Abbie Cornish como Bess, uma das damas-de-honra da rainha. A loirinha já fora vista em Candy, com o falecido Heath Ledger, e lembra uma Nicole Kidman mais fofinha.
Mas voltando ao filme. A rainha Elizabeth tem de se preocupar com as traições de sua prima Mary Stuart (Samantha Morton, de Minority Report e Terra de Sonhos), que reclamava para si a coroa inglesa e que acabaria "tendo o pescoço separado do corpo", e a guerra contra os espanhóis. E o filme derrapa. Ocorrem erros históricos crassos, apesar do cuidado com o visual da época, e os atores quase declamam as falas, dando um ar quase teatral. E isso, apesar de ajudar no entendimento do inglês, acaba dando sono aos mais impacientes.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet



A obra de Tim Burton se baseia na morbidez. Agora em seu novo trabalho, o "irmão gêmeo" de Robert Smith, do The Cure, une seu tema preferisdo a um estilo de dificil aceitação pelo público: o musical. Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet nos leva a Londres do século 19 e a vingança de um homem que se viu injustiçado.
O tal homem e barbeiro é Johnny Depp, alter-ego de Burton e que faz seu sétimo trabalho com o diretor. Todd ficou preso durante 15 anos, para sair do caminho do vilanesco juiz Turpin (Alan Rickman), que quis para si a mulher do infeliz. De volta à Londres, ele planeja a vingança, ao mesmo tempo que se transforma num serial killer, incentivado pela cozinheira sra. Lovett (Helena Bonham Carter), que faz bolos de carne...humana!
Há de se ter muita paciência para ouvir duas horas de cantorias - o diretor optou por escalar atores cantando ao invés de dublá-los. Só que o visual de época compensa o sacrifício. Outra coisa: se você se negou a ver Jogos Mortais por achar que tem muito sangue e degolamentos por lá, não vá achando que em Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet será diferente. O sangue jorra fartamente.
Depp, como sempre, dispensa comentários. Seu personagem é apaixonante e a cena em que canta enquanto duela com suas navalhas podem (devem) se tornar um clássico. Helena Bonham Carter, a esposa de Burton na vida real, tem um visual aterrador, mas é uma boa atriz.
No entanto, Alan Rickman, o professor Severo Snape, da série Harry Potter, virou o ator de um personagem só. Ele sempre aparece afeminado, com as mesmas "caras e bocas". Deveria fazer uma reciclagem. Assim como o eterno coadjuvante Timothy Spall, o Beadle. Apesar de respeitado no teatro da Inglaterra, o baixinho de dentes tortos, repete o mesmo de outros filmes, onde é sempre o ajudante do vilão.

Cloverfield Monstro



Godzilla ataca Nova Iorque? Não, mas poderia ser, em Cloverfield Monstro, filme de Matt Reeves e idealizado por J.J. Abrams, da série Lost, e que é uma mescla de Bluxa de Blair e Godzilla. Um filme surpreendente, mas com ressalvas, pois pessoas com estômago fraco podem não suportar assistí-lo.
Com atores desconhecidos das grandes platéias - o nome mais conhecido é da gatinha Lizzy Caplan, que participou do filme Meninas Malvadas e do seriado The Class -, Cloverfield nos coloca em Nova Iorque sendo devastada por um monstro que surgiu do nada. O interessante é como a história é contada: sob a visão de um jovem segurando uma câmera, enquanto ele e mais alguns amigos tentam escapar de Manhatan, que está sendo destruída pela criatura. E quase não vemos a besta, que não tem a sua aparição explicada em nenhum momento.
Os efeitos especiais são de primeira (os prédios da Grande Maçã sendo destruídos e da Estátua da Liberdade degolada são aterrorizantes). E o espectador interage com o que se passa na tela, como se estivesse num video-game, numa montanha-russa. E isso pode proporcionar ânsia de vômito em alguns, tonturas em outros. Mas o certo é que ninguém sai incôlume da sala.

Onde os Fracos Não Têm Vez



Poderia chamar o novo filme dos irmãos Coen (Joel e Ethan) de mais do mesmo. Não que Onde os Fracos Não Têm Vez seja um filme fraco. Não o é, principalmente pelas atuações hipnotizantes de Josh Brolin, Javier Bardem e Tommy Lee Jones. Porém não é um thriller diferente de outras obras dos irmãos – temos aqui resquícios de Fargo e Arizona Nunca Mais.
Um vaqueiro e ex-soldado, Llewelyn Moss (Josh Brolin, o policial corrupto de O Gângster) encontra uma maleta cheia de dólares e passa a ser perseguido por um assassino cruel, Anton Chigurgh (Barden, com um cabelinho que lembra aquele personagem da série A Grande Família, o pasteleiro Beiçola). O matador não é de muita conversa e liquida suas vítimas com uma pistola de matar bovinos. Sempre um passo atrás deles está o xerife Bell (Lee Jones).
Onde os Fracos Não Têm Vez prende o espectador na poltrona, não que o faça pensar, pois existe apenas a caça do gato ao rato e muita carnificina. Mas pelo suspense: quem se safará da fúria assassina do personagem de Bardem, que por esta atuação concorre ao Oscar e aqui muito próximo de outro personagem seu recente, o Irmão Lorenzo, de Sombras de Goya. O que importa é ele e nada mais.

Meu Monstro de Estimação



Meu Monstro de Estimação, de Jay Russell, traz para os pequenos a lenda do Lago Ness. Mas pode ser curtido também por adolescentes e adultos. Confesso que estava com medo de assistir ao filme numa sessão lotada de crianças. Porém tão logo as luzes se apagaram a criançada silenciou e curtiu quase duas horas de bons ingredientes - efeitos especiais caprichados e história coerente.
E incrível, a piazada se portou melhor do que muito adulto que vai ao cinema, afinal tirando o monstrinho, a história pode ser considerada complexa demais para elas. Fala de uma lenda de mais de 1500 anos, de homens cortejando mulheres - apenas três em toda a história (ou seja, gira em torno de sexo) e da batalha entre britânicos e alemães na Segunda Guerra Mundial.
E é em meados do conflito, no interior da Escócia, que um garoto solitário, Angus MacMorrow (Alex Etel), encontra um ovo que se transforma no famoso monstro do lago Ness. Enquanto tenta proteger a criatura, que vai crescendo rapidamente, o pequeno vê seu mundo ser invadido por homens que só se preocupam com a guerra. Excelente para todas as idades. O problema para os adultos é a dublagem. Muitos dos personagens tem sotaque...carioca....

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...