quinta-feira, abril 28, 2011
Thor
Nós, que crescemos lendo os quadrinhos da DC Comics e da Marvel vibramos quando os super-heróis são transpostos para a telona. Depois de Batman, Homem-Aranha, Super-Homem, Hulk, Wolverine, Homem de Ferro, entre outros, chegou a vez de Thor, que antecede o Lanterna Verde e o Capitão América.
E claro que desejamos a fidelidade no cinema, mas já vimos ser isso impossível. Então contententemos com o que nos é oferecido.
Com direção do shakesperiano Kenneth Branagh, Thor foge um pouco da versão dos quadrinhos criados por Stan Lee na década de 1960. Mas sua essência está lá. O herói é interpretado por Chris Hemsworth, que pode ser visto em Star Trek. E se os homens vão curtir o filme por causa das HQ, as mulheres vão delirar por causa da barriga tanquinho do ator, que mostra boa veia cômica.
Thor é um dos principes de Asgard - o outro é o ciumento e ardiloso Lóki - que será o sucessor de Odin (Anthony Hopkins). Só que ele é arrogante e impulsivo, quase provocando uma guerra com os Guerreiros do Gelo, inimigos dos asgardianos. Por isso seu pai lhe tira seus poderes, o seu martelo Mjölnir (pronuncia-se mielnir) e mandado à Terra para que conheça a humildade vivendo com os humanos. Só assim poderá recuperar sua imortalidade e seu instrumento de guerreiro, o martelo.
Em Midgard, como a Terra é chamada pelos deuses, Thor se envolve com a cientista Jane Foster (Natalie Portmann), que vaga o deserto ao lado de outros dois colegas estudando as estrelas.
O filme altera fatos como que nos quadrinhos Thor chega à Terra na forma de um mortal, o dr. Donald Blake, que é manco de uma perna e manca. Ele só transforma-se em Thor quando bate Mjölnir no chão. Jane não é cientista, mas sua enfermeira. E como esquecer o politicamente correto no filme, em que o guardião de Asgard, Heindall, vira um soldado negro? Existem limites para o PC, não?
Além disso, apesar dos bons efeitos especiais, as cenas que mostram Asgard ao fundo ou os espectadores da coroação de Thor são extremamente falhas, deixando claro a computação inserida. Para filme cujo investimento de produção ultrapassou os 150 milhões de dólares, deveria ter ocorrido maior cuidado.
Cotação: regular
Chico Izidro
A Minha Versão do Amor
Paul Giamatti mostrou diversas vezes ser um excelente ator - sua interpretação do looser em Entre Umas e Outras é inesquecível. Em A Minha Versão do Amor (Barney's Version, de Richard J. Lewis) ele simplesmente arrasa no papel de um produtor de televisão judeu fanático por hóquei no gelo, que relembra 40 anos de sua vida.
A história cheia de humor, drama e de uma profunda tristeza em sua parte derradeira mostra como Barney busca intensamente encontrar a mulher de sua vida.
A primeira com que casa é uma riponga nos anos 1970 em Roma, Clara (Rachelle Lefevre, de Crepúsculo) que o trai com todos os seus amigos. A segunda é a Sr. P. (Minnie Driver, de Feitiço do Coração), uma garota judia completamente fútil, mas com pais milionários. E no dia do casamento é que ele vai conhecer aquela que marcará seu coração a ferro e fogo - Miriam (Rosamund Pike, de Educação), uma radialista de Nova Iorque.
Sabe aquela coisa de você começar um relacionamento e momentos depois conhecer aquela pessoa especial? Pois é! É o caso de Barney, que enlouquece completamente por Miriam. Com ela, o nosso anti-herói terá seus dois filhos, um longo matrimônio, que ele tratará de arruinar.
A maneira como ela tenta conquistar Miriam é das mais tocantes e românticas já vistas nos últimos tempos no cinema.
O pai de Barney é Izzy, aliás, uma atuação deliciosa de Dustin Hoffman. O veterano ator está muito à vontade no papel do policial aposentado e com a língua solta, que não se flagra quando comete os comentários mais inconvenientes.
Também a destacar a trilha sonora, com belos jazz contemporâneo. A gente saí do cinema com um misto de prazer e tristeza, depois de ver tão bela obra, que feita na América, lembra o melhor do cinema do Velho Mundo.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
A Garota da Capa Vermelha
Meu deus, primeiro emascularam os vampiros. Agora Lobo Mau é mau, mas nem tanto assim.
A Garota da Capa Vermelha, de Catherine Hardwicke, que dirigiu o primeiro filme da horripilante sagra Crepúsculo, não por se tratar de vampiros, mas pela ruindade mesmo, traz à tela uma versão moderna do Chapeuzinho Vermelho. Mesmo que se passe na Idade Média.
A tal garota da capa é Valerie (Amanda Seyfried, de Mamma Mia e Meninas Malvadas) é apaixonada pelo lenhador Peter, mas está prometida ao ferreiro Henry, pois sua posição social na aldeia é superior. Ela e o namorado planejam fugir, mas têm os planos alterados depois que a irmã dela é morta e um padre inquisidor chega ao local garantindo que as mortes não são praticadas por um lobo comum e sim por um lobisomem. E que este pode se esconder na forma humana como um dos aldeões.
Cria-se então o mistério: quem é o monstro escondido entre os humanos.
Porém vendido de filme de terror com romance infanto-juvenil, A Garota da Capa Vermelha não decola. Culpa do roteiro fraco, da trilha sonora pop melosa demais, e das atuações precárias dos atores. Aí incluído Gary Oldman como um padre se não histérico, careteiro ao extremo. Amanda Seyfried tem um dos rostos mais bonitos do cinema atual. Mas lhe falta carisma e ela é fraca. Nem tanto, porém, quanto os dois rapazes que disputam seu coração. Shiloh Fernandez, que interpreta Peter, é tão sem expressão, que as pessoas comentam mais o seu cabelo moderninho demais do que sua atuação.
O toque Crepúsculo está presente com Billy Burke, que aqui faz o pai de Valeria. Na série dos vampiros, ele é o pai de Bella. Ah, quem curtiu cinema nos anos 1960 pode curtir um pouco Julie Christie, uma das mulheres mais lindas de sua época, vide Dr. Jivago, e que aqui faz a vovó.
Ia esquecendo de falar da Chapeuzinho Vermelho. A capa de Valeria e até mesmo o famoso diálogo entre a heroína e sua vovó estão presentes no longa: para que estes olhos tão grandes? para melhor te ver; para que este nariz tão grande? para melhor te cheirar...
cotação: ruim
Chico Izidro
Pânico 4
Wes Craven foi um ótimo diretor de filmes de terror, porém nos últimos anos tem derrapado em filmes como Voo Noturno, A Sétima Alma e Amaldiçoados. Pânico 4 fica no meio do caminho, pois se salva com o humor, principalmente na abertura. Divertida mesmo.
Depois o quarto exemplar da cinesérie dirigida por ele cai na mesmice - o assassino mascarado conhecido como Ghostface reaparece para se vingar de Sydney (Neve Campbell), agora uma escritora de sucesso que retorna a Woodsboro para lançar seu livro de sucesso.
Começam a ocorrer várias mortes e muito sangue jorrando na tela. A investigação é feita pelo policial Dewey Riley (David Arquette), casado com a ex-repórter sensacionalista Gale (Courtney Cox). Após as filmagens, o casal acabou se separando na vida real.
Wes Craven não abre mão dos clichês - como a morte das loiras bonitas, o serial killer escondido no armário, o policial que faz a ronda e sai na hora imprópria, os jovens que fazem uma festa num local afastado e não escutam quando alguém é assassinado e, ufa, o matador que nunca morre quando todos acreditam que ele já passou desta para melhor.
Não é de todo ruim por causa do humor, mas está muito longe do que o diretor produziu no começo de carreira e até mesmo nos dois primeiros Pânico.
cotação: ruim
Chico Izidro
O Retrato de Dorian Gray
Primeiro, o comentário. Pediram-me a dica de um filme e indiquei O Retrato de Dorian Gray.
O quê? ouvi de volta.
Repeti: O Retrato de Dorian Gray.
O quê? de novo a dúvida.
Continuei: Baseado no livro de Oscar Wilde.
Quem?
Aí desisti. E fiquei me perguntando o que andam ensinando nas aulas de literatura ou nas faculdades nos dias de hoje...
O Retrato de Dorian Gray, com direção de Oliver Park, é uma filmagem do livro do escritor irlandês que sacudiu Londres no final do Século XIX.
Dorian Gray é o rapaz que se nega a envelhecer e curte a vida com tudo o que de bom ela pode proporcionar. O nobre inglês, no entanto, guarda um segredo: ele permanece jovem e quem envelhece é um quadro com sua imagem, que ele esconde no sótão. E para manter esse segredo vale tudo, até mesmo matar.
O problema é que tudo tem um preço. E enquanto todos envelhecem à sua volta, Gray permanece belo e vendo que o mundo vai mudando - aqui a história chega até aos limiares da I Guerra Mundial. E isso vai alterando o seu conceito.
O filme, tanto quanto o livro, fala de vaidade, egoismo, de amor, de esnobismo, de riqueza. E ao final, dá vontade de ir até a estante e reler a obra de Oscar Wilde.
Dorian Gray é interpretado sem muito vigor por Ben Barnes, de As Crônicas de Narnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada. Mas ele tem de fazer um cara bonito, então era isso. E ainda tem que duelar com o sempre ótimo Colin Firth, no papel do devasso Lord Henry Wotton.
cotação: bom
Chico Izidro
Eu Sou o Número Quatro
Tenho sido muito radical com alguns filmes nos últimos tempos. E já comecei a assistir Eu Sou o Número Quatro com preconceito, até me dar conta que sou fã do Super-Homem e ter acompanhado Smalville até a sua sexta temporada, voltando agora na décima, quando finalmente o herói assume o seu destino de salvador da Terra.
E o que é Eu Sou o Número Quatro, direção de D.J. Caruso, se não mais uma releitura baseada nas aventuras de Clark Kent? Só que sem uniforme.
John (Alex Pettyfer, de Alex Rider Contra o Tempo) é um garoto extraterrestre vindo do planeta Lorién, que foi destruído pelos cruéis Mogadorians. E estes seres chegam à Terra com a missão de exterminar John e mais outros oito lorieanos, que com o tempo começam a receber poderes especiais e assim se vingar dos Mogadorians.
Os vilões já mataram os números um, dois e três e John passa a ser o próximo alvo. Ele vive entre os humanos, disfarçado e protegido pelo guardião Henri (Timothy Olyphant, o vilão de Duro de Matar 4.0), que simula ser o seu pai. Os dois pulam de cidadezinha em cidadezinha, até parar na pequena Paradise, em Ohio, onde o garoto começa a perceber as primeiras mudanças em seu corpo, além de se apaixonar por Sarah Hart (Dianna Agron), que já foi a gatinha do colégio e virou a fotógrafa nerd.
A relação de John e Sarah é considerada prejudicial por Henri, porque exposto, a raça dos lorieanos ficará próxima da extinção. Mas John está disposto a abrir mão de tudo para ter uma vida normal ao lado da garota.
Um filme divertido, onde a gente não espera muito e acaba se surpreendendo.
cotação: bom
Chico Izidro
terça-feira, abril 19, 2011
Rio
A animação Rio, do brasileiro Carlos Saldanha, é perfeita tecnicamente. Chega a ser impressionante a reprodução dos pontos turísticos da Cidade Maravilhosa e o climax, passado na Marques de Sapucaí, é de encher os olhos. Os pássaros também são de uma perfeição incomum e os dois protagonistas ganham a simpatia imediata do espectador.
Na onda ecológica, Rio fala do tráfico de animais - a arara azul Blu, que tanto pode significar azul ou tristeza (sem a letra e), é levada da Floresta da Tijuca para a gélida Minnessota por traficantes, mas acaba se perdendo e é achada pela solitária Linda. Anos depois, Blu é a solução para evitar a extinção da espécie e acaba voltando ao Brasil para procriar com a rebelde Jade. A fêmea é uma rebelde, que não se conforma com o cativeiro e só almeja escapar de volta para a natureza.
Só que no Rio de Janeiro, o casal de araras acaba caindo nas mãos de traficantes, junto com dezenas de outros animais. E passam a tentar escapar do destino cruel, que pode ser até o empalhamento. O problema é que Blu, criado dentro de casa por Linda, não sabe voar e tem um imenso medo de tentar.
A história é até legalzinha, porém carece de boas piadas. E pior, incomodou-me o fato de Carlos Saldanha ter sujeitado o filme à visão dos americanos sobre os brasileiros. Nós estamos sempre farreando e pensando em carnaval, e a bossa nova e o samba são escutados por todos os brasileiros...bem, pelo menos não tinha o terrível funk carioca na trilha.
Cotação: regular
Chico Izidro
Fora da Lei
A Batalha de Argel, de Gillo de Pontecorvo, é o melhor clássico sobre uma revolução, no caso a independência da Argélia em 1962. Todo ele foi filmado na capital argelina ainda na década de 1960, mostrando os atos extremos de violência entre os nativos e os colonizadores franceses.
Mais de quatro décadas depois, a libertação do país africano é revista em Fora da Lei, de Rachid Bouchareb. A história é centrada na vida de três irmãos que são expulsos de suas terras, acabando por viver separados por alguns anos.
O mais velho, Messaoud (Roschdy Zem) entra no exército francês e serve na guerra da Indochina, Abdelkader (Sami Bouajila) participa do movimento de libertação da Argélia e passa anos preso na França. Já o caçula Said (Jamel Debbouze) entra para o submundo, onde vira gigolô, mas depois passa a ser proprietário de uma boate e empresário de boxe.
Ao contrário da Batalha de Argel, onde a ação se passa toda no continente africano, Fora da Lei mostra os atos terroristas da Frente de Libertação Nacional (FLN) em território francês. Além disso, a reconstituição de época vale a pena ser registrada, inclusive com as favelas onde os imigrantes argelinos e marroquinos viviam na periferia da capital francesa.
O trio de protagonistas Zem, Bouajila e Debbouze esteve também presente em outro filme de Rachid Bouchareb, o também excelente Dias de Glória, que mostrava a presença de soldados africanos no exército francês durante a Segunda Guerra Mundial. Debbouze é um ator com uma forte característica, pois a sua mão direita é defeituosa e ele passa os filmes com ela no bolso.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
Turnê
No Brasil ficou conhecido como Teatro de Revista, na Europa e nos Estados Unidos como Vaudeville - que é um gênero de entretenimento misturando danças, cantos e até mesmo truques de mágica. Algo pré-televisão.
Pois em Turnê, do francês Mathieu Amalric, este estilo é celebrado nos dias de hoje, quando o próprio diretor interpreta Joachim Zand, à frente de um grupo de dançarinas que saem pelo interior da França. Zand é também um indivíduo meio inescrupuloso, cheio de inimigos e dívidas. Ele é tão errante que afastou-se até mesmo dos dois filhos pré-adolescentes e com quem vai tentar uma reaproximação.
O grande objetivo do empresário é apresentar o espetáculo em algum teatro de sua Paris natal, local onde não é benquisto. O show é meio grotesto, onde as dançarinas são mulheres de meia-idade, sem vergonha de mostrar seus quilinhos a mais. Elas são divertidas e com a sexualidade extrapolando, não se furtando de transas no banheiro de um hotel. Vindas dos Estados Unidos, sonham em se apresentar na Cidade Luz, mas nem imaginam das dificuldades de Joachim Zand em arranjar um teatro.
Em Turnê, tudo parece dar errado, de uma desilusão tremenda. Mas nem por isso deixa de passar uma mensagem de otimismo.
Mathieu Amalric está excelente, sem vergonha de parecer ridículo, com suas roupas estilo bicheiro da década de 1970. Ele é um ator de recursos, vide o triste O Escafandro e a Borboleta e o violento Munique.
Cotação: bom
Chico Izidro
quarta-feira, abril 06, 2011
Atividade Paranormal em Tóquio
Geralmente os filmes japoneses é que são refilmados pelos americanos. Agora os nipônicos deram o "troco" e levaram o terror para Tóquio ao invés de exportá-lo.
Esqueça O Grito e O Chamado, que metiam medo, principalmente o segundo e seu bordão seven days (sete dias).
Em Atividade Paranormal em Tóquio, acontecem misteriosos eventos sobrenaturais ocorrem no quarto de uma jovem japonesa interpretada por Noriko Aoyama. A garota recém havia retornado de uma temporada em San Diego, nos Estados Unidos, local em que foram registrados eventos sinistros no lar de uma família comum americana. Talvez ela tenha levado o ser maligno com ela para a capital do Japão.
Noriko divide a casa com o irmão nerd vivido por Aoi Nakamura. Os dois são péssimos atores e não conseguem passar o temor de viver numa casa mal-assombrada. Aliás, em Atividade Paranormal em Tóquio, os sustos sugeridos à plateia são tão ridículos que ao invés de medo provocam risadas. E quando não está rindo, o espectador está condenado a dormir solenemente na poltrona.
cotação: ruim
Chico Izidro
terça-feira, abril 05, 2011
Fúria sobre Rodas
Fúria sobre Rodas é mais uma bobagem em que Nicolas Cage parece se divertir muito. E lembra e em muito dois outros filmes em que esteve presente o sobrinho de Francis Ford Coppola, 60 Segundos e Motoqueiro Fantasma.
Cage tem vivido altos e baixos, mais baixos nos últimos anos, ele que ganhou um Oscar em 1995 por Despedida em Las Vegas. Em Furia sobre Rodas, ele é John Milton, um misterioso andarilho que parte em busca de um bebê raptado por uma seita satânica comandada por Jonah King (Billy Burke, o pai de Kristen Stewart em Crepúsculo). Em sua busca incessante, Milton acaba trombando com a gata Piper (Amber Heard, de Zumbilândia), que resolve acompanhá-lo depois de flagrar o namorado transando com outra.
Milton, porém, esconde um segredo. Ele é um ex-criminoso que fugiu do inferno. Por isso, o diabo mandou um ajudante, O Contador (William Fichtner, de Falcão Negro em Perigo e Batman, o Cavalheiro das Trevas) vir buscá-lo e levá-lo de novo para o inferno.
Como não tem bonzinhos em Furia sobre Rodas, as cenas de violência são extremas, com tiros na cara, corpos estraçalhados, explosões. E claro, não dá para esquecer o título. Afinal, Milton é um aficionado por carrões e estes cruzam aquelas imensas rodoviass americanas, em perseguições bem filmadas, numa profusão de batidas e mais explosões. Ou seja, nada de novo e de aproveitável neste filme dirigido por Patrick Lussier.
Cotação: ruim
Chico Izidro
FOTO: Nicolas Cage e Amber Heard
sexta-feira, abril 01, 2011
Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles
Os et's mais uma vez invadiram a terra para roubar os recursos naturais. E claro que o planeta é salvo pelo exército americano, ou aliás, meia dúzia de fuzileiros navais em Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles, direção de Jonathan Liebesman.
A ficção científica é estrelada por Aaron Eckhardt, de Obrigado por Fumar, e não tem nenhuma vergonha de chupar outras fontes. Nitidamente calcado em Guerra dos Mundos, Distrito Nove, Cloverfield, Skyline - A Invasão e Guerra ao Terror, tem a câmera nervosa, aquela que fica tremendo, quase deixando o telespectador enjoado, e pouca profundidade de seus personagens.
Eckhardt é um fuzileiro prestes a dar baixa do exército e traumatizado por ter falhado em uma missão no Iraque, quando perdeu vários de seus homens. Por isso, a tropa não leva muita fé nele. E os soldados tem três horas para evacuar os civis de uma área de Los Angeles antes que seja lançado no local uma bomba para tentar dizimar os alienigenas, que não querem conversa, matando qualquer terráqueo que cruze na frente deles.
Então começa uma tremenda patriotada, em que os soldados morrem às pencas, mas não desistem nunca. Afinal, fazem parte do melhor exército do mundo. Os efeitos especiais também deixam a desejar. Os et's - metade metálicos, metade uma gosma nojenta - são mal-feitos, quase risíveis. Assim como esta pataquada.
Cotação: ruim
Chico Izidro
Jogo de Poder
Hoje sabemos que a Guerra do Iraque começou com uma farsa do governo George W. Bush. O patético presidente autorizou a invasão do país de Saddam Hussein em 2003 sob a alegação de que o ditador estava preparando armas químicas para destruição em massa. Foi um grande erro. E de conhecimento da agente secreta da CIA Valerie Plame e de seu marido, o ex-diplomata Joe Wilson. Os dois acabaram tendo suas vidas arruinadas e considerados traidores da nação por denunciar o erro de Bush.
Jogo de Poder é um excepcional filme dirigido por Doug Liman e interpretado quase a perfeição pela bela Naomi Watts (de King Kong) no papel de Valerie Plame e o cada vez melhor Sean Pean como Joe Wilson.
Valerie é uma profissional competente que comanda equipes investigativas em quase todo o mundo e se atém no governo iraquiano, que estaria produzindo as tais armas de destruição em massa. Com a ajuda do marido, acaba descobrindo que o Iraque não tem a mínima condição de fazer tal trabalho e que seus cientistas são peupérrimos.
Mesmo com os relatórios da CIA, Bush determina a a invasão. Wilson tenta desmentir o governo e este retalia, expondo a verdadeira função de Valerie, que tem assim a sua carreira arruinada.
O casal passa também a ser perseguido pela mídia e por ameaças de nacionalistas e quase tem o casamento arruinado, até provar que estava certo. E que a guerra produzida por Bush foi um erro estratégico tremendo.
Jogo de Poder prende do primeiro ao último minuto, quando vemos na tela a verdadeira Valerie Plame depondo no Congresso. Claro, antes de provar a inocência dela e do marido, muito chão teve de ser percorrido. E o filme mostra isto com incrível destreza.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
Rango
O bichinho da vez é um camaleão, que se transforma num vingador do oeste, que parece ser velho, mas é bem moderninho. Rango é uma divertida animação dirigida por Gore Verbinski, de Piratas do Caribe.
A comédia animada, como já é de costume, faz um mix de clássicos do cinema. Ou seja, não é apenas para as crianças, que se divertem com o colorido dos bichinhos, mas também para os adultos. Estes podem tentar adivinhar as várias obras cinematográficas que são citadas no filme.
E elas vão de Chinatown, de Roman Polanski, passando por Apocalipse Now, Medo e Delírio e Guerra nas Estrelas, até chegar aos faroestes estrelados por Clint Eastwood nos anos 1960 e 70. Mas também tem O Homem que Matou o Facínora e Matar ou Morrer.
Rango é um camaleão que se perde no deserto. Solitário, ele cria um mundo todo dele, até que vai parar numa deprimente cidadezinha e tem a chance de viver um personagem totalmente diferente de seu estilo de vida. De um modo atrapalhado, e com o malvado prefeito, uma centenária tartaruga, Rango tentará solucionar um incrível mistério (onde foi parar a água da cidade?).
A destacar ainda o par romântico de Rango, uma doninha que paralisa quando fica nervosa, e as corujas mariachis, que narram os capítulos do filme.
Cotação: bom
Chico Izidro
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