Thursday, March 15, 2012

W.E. - O Romance do Século

Em seu segundo filme, o primeiro foi Sujos e Sábios, de 2008, a cantora Madonna pretendeu não surpreender, mas mostrar-se uma diretora moderna, assim como costuma tentar inovar em suas músicas pop. Só que erra a mão em W.E. - O Romance do Século. Contado em dois tempos e cujo título ao mesmo tempo remetendo as iniciais dos nomes do casal e também significando nós (we em inglês), o filme recria a história do rei Edward VIII, que abdicou do trono inglês em 1936 para poder casar com a plebeia e feia americana Wallis Simpson, que já tinha dois casamentos no currículo. Madonna enquanto conta tal romance, faz uma conexão no Século XXI com a entediada dona de casa Wallis, batizada assim pelo fascínio de seus pais na duquesa de Windsor. A garota passa os dias numa exposição sobre a vida de sua quase homônima em Noav Iorque, e ignorada pelo marido, acaba envolvendo-se com o chefe da segurança do local, o russo Evgeni. A diretora até mostra ter um senso estético apurado, pois a reconstituição de época é primorosa. Porém, Madonna perde grande oportunidade de se aprofundar no relacionamento de Wallis Simpson (interpretada por Andrea Riseborough, de Simplesmente Feliz) e Edward VIII (James D'Arcy, de O Exorcista: O Início). O romance é visto de forma quase singela, um casal feito um para o outro. Bem, alguém até pode dizer: sim, Edward VIII largou um reino para ficar com uma mulher feia e com dois casamentos no passado. Mas esqueceu de falar que ela costumava traí-lo e além do mais, Edward VIII tinha forte ligação com o nazismo, e isso é citado de passagem pela diretora. E a parte moderna, onde se sobressai a bonita Abbie Cornish (de Sucker Punch - Mundo Surreal) no papel de Wallis beira o tédio, sendo que o romance com o russo Evgeni (Oscar Isaac, de Drive) não convence, mesmo sendo ela uma mulher frustrada com o casamento com um médico que não lhe dava a mínima pelota. Além do mais, Madonna utilizou de forma nada original um truque que até ficou bonitinho em Maria Antonieta, de Sofia Coppola. A utilização de músicas pop no passado. Pois a diretora põe Wallis e Edward VIII a dançar ao som dos Sex Pistols durante uma festa num castelo em 1938. Menos mal que ela escolheu Pretty Vacanty. Pior e de gosto mais duvidoso se a música fosse God Save the Queen... Cotação: ruim Chico Izidro

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