quinta-feira, fevereiro 24, 2011

127 horas



127 horas
Nenhum homem é uma ilha. 127 horas, de Danny Boyle, deixa isso bem evidente. O filme, extremamente claustófico, mesmo que a céu aberto, critica intensamente o individualismo, na figura do amante de esportes radicais Aron Ralston. Em pouco mais de uma hora e meia, o diretor consegue prender a atenção, mesmo que em 90% em um único cenário, e mesmo que nós já saibamos o término da história.
Que é real e foi vidida por Ralston em 2003, quando ele decidiu passar o final de semana no Grand Canyon Big John, em Utah. Vivendo dentro de seu mundinho, Ralston saiu para a aventura sem avisar ninguém, mesmo que momentos antes sua mãe tenha ligado e ele não tenha atendido a ligação. Já no Grand Canyon, ele encontra duas garotas, passa algumas horas se divertindo com elas e prossegue sua trilha.
Até acabar numa fenda, com a mão direita presa sob uma pedra de duas toneladas. E tendo apenas uma garrafa de água, um canivete sem fio, uma lanterna, uma corda e uma câmera, onde registra aqueles momentos angustiantes. E foram cinco dias naquele buraco.
E com todo o tempo do mundo para repensar sua vidinha egoísta e como brincou com ela e seus entes queridos. Até decidir tomar uma decisão radical: amputar o próprio braço para escapar da morte certa.
127 horas caminha lentamente para este climax, que certamente é um dos momentos mais nervosos dos últimos tempos. E confesso que caí no choro ao ver o desespero de Ralston - que é vivido magistralmente pro James Franco - revelado no seriado Freaks and Geeks e que viveu Harry Osborn na cinesérie Homem-Aranha. O filme é todo dele, que consegue transmitir um desespero alucinante, principalmente na cena cruciante. Naquele momento, em que corta o braço, é que sentimos a intensidade com que viveu o papel de um homem que chegou ao limite e que notou que deveria abandonar sua concha.
cotação: ótimo
Chico Izidro

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