quarta-feira, fevereiro 02, 2011

As viagens de Gulliver



Tem coisas que deveriam ser blindadas, digo, proibidas de profanação. E uma delas é a obra de Jonathan Swift, que em 1720 criou o sarcástico Gulliver e o povo lilliputiano. Aí vem Jack Black e detona tudo com o ridículo As Viagens de Gulliver, com direção de Rob Letterman.
A história agora se passa nos dias atuais, onde Gulliver é um mero entregador de correspondências de um jornal nova-iorquino. Para tentar conquistar a garota de seus sonhos, frauda um texto e recebe uma pauta: fazer uma matéria sobre o Triângulo das Bermudas (sim, de expedidor ele vira repórter! desculpem-me os expedidores). E após uma tempestade, acaba parando em Lilliput, onde no início é visto como uma aberração, afinal os moradores são minúsculos, até conquistar a todos depois de salvar a ilha de uma invasão.
Em Lilliput, passa a ser tratado como um rei. E utiliza elementos da cultura pop para cativar os pequeninos, como criar uma ópera, onde são encenadas peças baseadas em Titanic, Guerra nas Estrelas e até mesmo um show do Kiss - como se ele tivesse criado as músicas do grupo e vivido realmente as histórias dos filmes. Claro, até ser desmascarado por um transformers...E então ser obrigado a dar a volta por cima.
As viagens de Gulliver é feito para Jack Black desfilar seu festival de bobagens e caretas. No início de carreira, ele chegou a ser considerado uma grande promessa de humorista norte-americano, e hoje é um verdadeiro pastiche. Não consegue variar seu modo de atuar e tem tiques visíveis, chegando a beirar o irritante.
Para piorar, a versão dublada é mal-feita, com direito a destruição da canção Kiss, de Prince.
cotação: ruim
Chico Izidro

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