Thursday, October 04, 2012

"Hotel Transilvânia"


A animação "Hotel Transilvânia", direção de Genndy Tartakovsky, traz uma total falta de empatia dos personagens com o público. A filha do Conde Drácula, Mavis, vai completar 118 anos, ou seja, chegar a maioridade, e ganhará uma festa de aniversário que será comemorada no tal hotel, um castelo medieval gerenciado por seu pai e para onde os monstros costumam passar as férias.

A vampirinha deseja muito mais do que uma festa. Mavis quer conhecer o mundo. Porém seu pai não quer isso, pois o mundo evoluiu e os humanos não têm mais medo dos monstros. Pelo contrário, estes acham que os vivos são perigosos e que "roubam os doces" de seres como eles. No festerê, surgem todos os monstros famosos, como Frankstein, Lobisomem, Múmia, Ciclope, entre outros. Só que aparece também um humano, o mochileiro Jonathan, que evidentemente vai se apaixonar por Mavis, para desespero de Drácula.

E o Conde Drácula é, nos dias de hoje, um ser politicamente correto, que não bebe sangue humano, mas sim sintético, a exemplo de seus pares do seriado "True Blood". E ao contrário de outras animações, que vem privilegiando o público adulto em seus roteiros, este filme é prioritariamente infantil.

E os diálogos, dublados, são adaptados para a cultura brasileira - o que é uma pena. Um dos personagens fala, e determinado momento, já ter comprado os ingressos para um festival de funknejo - mais mau gosto impossível. E má educação, né.

Além disso, "Hotel Transilvânia", deixa escapar furos de roteiro facilmente. Um exemplo é o Conde Drácula estar isolado do mundo há décadas, vivendo como estivesse no Século XIX, mas sabe o que é o politicamente correto. Quasímodo, para os leigos, apesar de ser considerado um monstro, é humano. Seu defeito é a corcunda. E o personagem humano, Jonathan, é um dos mais chatos dos últimos tempos - usando um linguajar que se pretende "moderninho" - e completamente alucinado (como Mavis se apaixona por ele é um mistério).

Cotação: ruim
Chico Izidro

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