domingo, novembro 25, 2012

"Curvas da Vida"

O octagenário Clint Eastwood havia garantido, após "Gran Torino", que só atuaria a partir dali atrás das câmeras. A promessa é quebrada em "Curvas da Vida", direção de Robert Lorenz. Aqui o ator e diretor interpreta um decadente olheiro de beisebol, o esporte por excelência dos americanos, ranzinza, nem um pouco afetuoso e que está ficando cego. Por isso está em vias de ser colocado de lado, pois a nova geração de olheiros se investe de estatísticas e computadores para cooptar as novas promessas da modalidade. Numa missão derradeira, Gus Lobel tem de avaliar as qualidades de um arrogante rebatedor de uma liga menos, que se aprovado, integrará o elenco do Atlanta Braves, da Major League Baseball (MLB).

Ao mesmo tempo que percorre os poerentos vilarejos do sul dos Estados Unidos e seus campinhos, Gus entra num embate com a filha Mickey (Amy Adams), batizada assim em homenagem ao astro do beisebol Mickey Mantle. Ela é advogada, mas também expert no esporte, e não sendo levada a sério pelo meio machista. Nesta excursão, a garota tenta extrair do pai o por que de ter sido desde sempre rejeitada. Discute-se em "Curvas da Vida" o amor entre pai e filha, e o novo e o antigo. Legal. As atuações são boas, principalmente Amy Adams, extremamente sexy, John Goodman, como o dirigente dos Braves e amigo de todo o sempre de Gus, e até mesmo Justin Timberlake mostrando mais uma vez sua evolução, e que não é apenas um cantor de música pop medíocre - e aqui não falo de seu sucesso como cantor, mas de sua música pouco trabalhada e facilmente assimilável por ouvidos pouco exigentes.

Clint Eastwood repete o mesmo personagem de "Gran Torino", um velho ranzina, preconceituoso, intransigente e insensível. Repetitivo, mas com certo charme. A atração, porém, é o ator o gordinho Joe Massingill, que interpreta o rebatedor Bo Gentry. Sabe aquele personagem asqueroso e arrogante que ganha a nossa antipatia imediata? O problema de "Curvas da Vida" é sua extrema previsibilidade e de tratar de um esporte chato em demasia. Cada cena entrega mastigadinho o que acontecerá na sequência, deixando tudo meio óbvio e entediante.

Cotação: regular
Chico Izidro

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