sexta-feira, novembro 09, 2012

"Marcados Para Morrer"


Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça, pregava Glauber Rocha. A máxima
nos últimos 12 anos tem sido fortemente utilizada nos filmes de terror
como "A Bruxa de Blair" e "Atividade Paranormal", onde um personagem
registra tudo à sua volta com uma câmera. O seriado "Cops", sucesso nos
States é outro exemplo, copiado aqui no Brasil com "Polícia 24h", ganha
uma versão cinematográfica em "Marcados Para Morrer", de David Ayer.

Nele, os policiais Taylor (Jake Gyllenhaal e Zavala (Michael Peña) fazem
ronda pelos bairros pobres de Los Angeles, principalmente os habitados por
negros e mexicanos. Toda a rotina dos dois é filmada por Taylor, que estuda
Direito e em uma das cadeiras opcionais é Cinema. Então por que não filmar
ele e o colega, quase irmão, pelas perigosas ruas? Sem filtros e sem
censura, Taylor não desperdiça nada. Agressões a perturbadores da ordem,
apreensões de drogas, tiroteios e prisões de assaltantes. A dupla não é
certinha, mas também não é corrupta. Violentos quando devem ser, amáveis
na hora certa, os dois acabam jurados de morte, como antecipa o título do
filme, após atrapalhar os negócios de um cartel mexicano, que está
traficando seres humanos.

"Marcados Para Morrer" remete ao revolucionário "Colors", clássico de
1988, com Sean Penn e Robert Duvall, onde dois policiais se encontram no
meio da guerra das gangues angelinas Bloods e Creeps, que aqui reaparece, desta vez como inimiga mortal dos mexicanos. Apesar de filmado no esquema câmera subjetiva, não em sua totalidade, e mostrar a correria e as loucuras de Los Angeles, não temos aquelas imagens
distorcidas e rápidas, que deixam o espectador com um nó no estômago.

Cotação: bom
Chico Izidro

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