sexta-feira, novembro 02, 2012

"Possessão"


Natasha Calis, que interpreta a garotinha Em é o grande achado do terror "Possessão", dirigido por Ole Bornedal. Seus olhares ora desesperados, ora satânicos, impressionam. "Possessão" não é feito para dar sustos, mas sim causar tensão. Por isso se diferencia um pouco dos últimos filmes do gênero. Claro que estão lá o corpo retorcido, as vozes sussurradas, os objetos voando pela casa, alguém entrando num ambiente escuro e disparando a frase: "Quem está aí?".

Em é a filha mais nova de pais recém separados, Clyde (Jeffrey Dean Morgan) e Stepanhie (Kyra Sedgwick, de Nascido em 4 de Julho). Ela se encanta e ganha de presente de Clyde uma caixa com dizeres em hebraico. Mal sabe que o objeto serve para prender um espírito maligno, um dibuk. Ao abrir a caixa, ela será possuída aos poucos pela alma penada, para desespero de seu pai e incompreensão da mãe, que acha ela estar sendo maltradada por ele. Morgan, o super-herói Comediante, de "Watchmen", está muito bem no papel de pai rejeitado pela ex-esposa e tentando se entender com as filhas adolescentes, mas Kyra é só caras e bocas, parecendo não entender o que faz num filme de terror, apesar de protagonizar ótima cena na cozinha, tentando salvar a filha possuída, ao mesmo tempo que pisa em vidros quebrados e corre o risco de ser esfaqueada.

O jeito de salvar a menina é procurar alguém que realize o exorcismo, e ele é encontrado na figura do judeu ortodoxo Tzadok (o rapper Matiyahu), personagem com algumas das melhores tiradas de "Possessão". O espectador só vai se perguntar no final: "Tá, cadê o susto?".

Cotação: regular
Chico Izidro

Nenhum comentário:

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...