Thursday, September 18, 2014

"Era Uma Vez Em Nova Iorque"

Como esta bela Marion Cotillard em "Era Uma Vez Em Nova Iorque", direção de James Gray. Tirando o péssimo título nacional para o original "The Immigrant" e o erro histórico logo no começo: a estátua da Liberdade é mostrada na cor verde, que só iria ter a partir dos anos 1950, e a história transcorre em 1921. Nela, a jovem polonesa Cybulska (Marion Cotillard) chega a Ilha Ellis, ponto de entrada para quem desejava morar nos Estados Unidos, com a irmã tuberculosa. As duas acabam separadas, sendo que a irmã é encaminhada para tratamento e Eva para a expulsão, pois segundo testemunhas do navio em que viajou, ela é uma mulher de má reputação. Até que surge o jovem judeu Bruno (Joaquim Phoenix), que decide ajudá-la, obtendo permissão para que ela possa entrar em Nova Iorque.

Só que o preço a pagar por Eva será caro - a garota terá de se prostituir. Bruno tem uma personalidade âmbigua - quer ajudar Eva, mas ao mesmo tempo viver do que ela e outras garotas obtiverem na prostituição. Eva quer juntar dinheiro para tirar a irmã do sanatório. E começa a ver uma luz no final do túnel ao conhecer um mágico, o gentil Emil (Jeremy Renner), que apaixonado por ela, decide ajudar, a revelia de Bruno - as coisas não irão terminar bem.

"Era Uma Vez Em Nova Iorque" mostra um belo retrato de uma época miserável na América, onde sobreviver as intempéries estava na ordem do dia - o país ainda não era a superpotência que é hoje. Os imigrantes chegavam aos milhares e encontrar ocupação para todos não era fácil. O filme tem uma luminosidade escura, passando mais uma imagem de desesperança. Está sempre frio e nebuloso. O personagem de Joaquim Phoenix é daqueles tipos que o ator está acostumado a fazer, soturno, triste, em ótimo contraponto com o mágico Emil, vivaz e cheio de vida. E o que dizer de Cotillard, aqui tão arrebatadora, com seus grandes olhos tristes, mostrando a cada olhar a tristeza de uma vida.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

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