quarta-feira, outubro 07, 2015
“A Travessia” (The Walk)
Em 1974, o francês Phillipe Petit protagonizou, talvez, a maior peripécia já feita por um ser humano em toda a história. Nada de subir ao cume do Monte Everest ou pular nas Cataratas do Niágara. Ele cruzou os mais de 60 metros que separavam os dois prédios do World Trade Center, em Nova Iorque, sob um fio de aço, a mais de 400 metros do solo.
Este feito, que já havia gerado o documentário oscarizado “O Equilibrista” (The Man on Wire), dirigido por James Marsh em 2008, agora vira filme no estonteante “A Travessia” (The Walk), dirigido soberbamente por Robert Zemeckis, de “De Volta Para o Futuro” e “O Náufrago”. E o longa segue passo a passo a trajetória de Petit, vivido por Joseph Gordon-Levitt, de “Como Não Perder Esta Mulher” e do seriado “3 Rock From The Sun”, e que levou anos para fazer o trajeto. Petit teve a ideia aos 17 anos, quando folheava uma revista na sala de espera de seu dentista, e viu uma matéria sobre as obras do World Trade Center. Cruzar aqueles prédios passou a ser o projeto de vida de Petit. Antes, ele cruzaria as torres da Igreja Notre-Dame e também a ponte da Baia de Sydney, na Austrália (este feito não é mostrado no filme).
Para cruzar as torres do WTC, Petit contou com a ajuda de vários amigos, franceses e americanos, estes recrutados em cima da hora. Eles tinham de fixar os cabos entre um prédio e outro. No dia da travessia, foi feita uma verdadeira ação de guerra – como entrar nos prédios e preparar os equipamentos, já que o ato era ilegal e não tinha autorização das autoridades. E logo no início da manhã de 7 de agosto, após vários contratempos, o equilibrista começou o trajeto, que levaria mais de 45 minutos, pois alertada pelo grande número de curiosos que observavam o evento, a polícia logo apareceu e tentou prendê-lo. Então Petit ficou indo e voltando, se equilibrando com um cabo de aço. Ele faria o percurso por 8 vezes, inclusive deitando, dançando e se ajoelhando no espaço vazio.
“A Travessia” é para ser visto em 3D em toda a sua magnitude – as cenas são de arrepiar, por vezes fazendo o espectador não conseguir encarar a tela, tal o incômodo que provoca, ainda mais para aqueles que sofrem com o medo de altura. Ficamos pensando “por que um cara resolve fazer isso?” ou então “deu, você já fez o percurso duas vezes, desce logo daí”. Impactante.
Cotação: excelente
Chico Izidro
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