quarta-feira, janeiro 21, 2015

"Ida"

A jovem Ana será sagrada freira no convento onde foi criada desde criança. Mas semanas antes do evento, a Madre Superiora aconselha Ana a visitar sua única parente viva, Wanda Cruz. Ao chegar na casa da tia, na Polônia do começo dos anos 1960, Ana é maltratada por Wanda, que lhe revela: "Seu nome é Ida Lebenstein, e você é judia. Seus pais morreram no Holocausto". E era isso. Logo Ana está na rodoviária esperando o ônibus para voltar ao convento, quando Wanda, com remorso, vai busca-la.

Isso é o começo de "Ida", direção de Pawel Pawlikowski. As duas, então, começarão uma peregrinação pelo interior da Polônia, onde Wanda irá ajudar Ida/Ana a descobrir a total verdade sobre seu passado e o destino trágico de seus pais. "Ida" chega num tom monocromático, típico dos filmes das décadas de 1950 e 60, mostrando uma Polônia quase rural, paupérrima. E não deixa de ter seu momento road-movie.

O antissemitismo está no ar e no desconfonto das pessoas em falar sobre o que ocorreu com os judeus dujrante a ocupação nazista na II Guerra Mundial. Ida/Ana é vivida por Agata Trzebuchowska, que tem um olhar desolado, triste, desesperançoso. Uma personagem tímida, quase solitária. Já Agata Kulesza tem uma atuação primorosa como Wanda Cruz, uma mulher também solitária, alcoólatra e fumante inveterada, mas sem medo do machismo presente.

E o que fará Ida/Ana ao descobrir sua origem judaica? Voltar às raízes ou se manter na religião que, ela como criança, foi obrigada a abraçar?

Cotação: ótimo
Chico Izidro

Nenhum comentário:

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...