quinta-feira, março 31, 2016
"Voando Alto" (Eddie The Eagle)
Para começar, faltou imaginação paar a distribuidora, ao titular o filme, pois houve outro com o mesmo título, em 2003, protagonizado por Gwyneth Paltrow e dirigido por Bruno Barreto. Este "Voando Alto" (Eddie The Eagle), com direção de Dexter Fletcher, trata de superação e que todos podem alcançar seus sonhos, mesmo que tudo indique o contrário. E baseia-se em uma história real.
O desajeitado inglês Michael Edwards, mais conhecido como Eddie, (interpretado na fase adulta pelo galês Taron Egerton, de Kingsman – Serviço Secreto), desde criança (interpretado pelos irmãos iniciantes Tom e Jack Costello) deseja tornar-se um atleta olímpico. Porém é míope, usa aparelho ortopédico e tem tiques nervosos no rosto. Porém, ele é incentivado pela mãe, Janette (Jo Hartley), enquanto que o pai, Terry (Keith Allen), não acredita nem um pouco e só o joga para baixo, enquanto quer que o filho seja um operário da construção civil, assim como ele.
Após ser expulso da equipe olímpica que disputaria os Jogos em 1984, Eddie descobre que pode disputar os Jogos de Inverno de Calgary, em 1988, no Canadá, praticando o salto de ski, já que não há nenhum outro inglês na modalidade. Ele então decide deixar a Inglaterra para treinar na Alemanha em busca do seu sonho olímpico. E é lá que encontrará o turrão treinador Bronson Peary (Hugh Jackman), que na realidade nunca existiu, mas é uma liberdade poética para mostrar que dois loosers podem formar um belo time. O personagem de Hugh Jackman é alcoólatra e solitário, pois teria fracassado em uma Olimpíada passada e se isolado. No início, ele se mostra contrário a ajudar Eddie, mas ao ver a dedicação do rapaz, decide encarar a empreitada.
Uma das curiosidades do filme é que é citado em determinado momento a presença da equipe jamaicana de bobslead nos Jogos de Calgary, que se transformaria na divertida comédia "Jamaica Abaixo de Zero".
"Voando Alto" é um filme simpático, assim como seu protagonista: a atuação de Egerton pode parecer por demais caricata e exagerada, mas quando aparece o verdadeiro Michael Edwards nos créditos finais, fica evidente o bom trabalho do ator. Eddie the Eagle disputou os Jogos de Inverno em 1988, não levou medalha nenhuma, mas superou suas dificuldades, levando ao máximo o lema do idealizador dos Jogos Olímpicos, Barão de Coubertin: “O mais importante não é vencer, mas competir. O mais importante na vida não é conquistar, mas lutar com dignidade”.
Duração: 1h45min
Cotação: bom
Chico Izidro
"Zoom"
"Zoom", direção de Pedro Morelli, é um filme que mistura animação em rotoscopia (processo no qual se desenha a partir da imagem filmada do ator) e tem a particularidade de ser uma obra brasileira falada quase toda em inglês, devido a presença de vários atores hollywoodianos.
Ele traz três histórias estão intrinsecamente ligadas: uma modelo, Michelle (Mariana Ximenes) que sonha em ser escritora e escreve uma história sobre uma garota, Emma (Allison Pill), que quer ter seios maiores, mas nunca está satisfeita com sua própria imagem. Ela, por sua vez, desenha uma história em quadrinhos sobre um arrogante diretor de cinema, Edward (Gael García Bernal), que acaba tendo problemas porque seu pênis fica minúsculo, e cujo filme que dirige é protagonizado exatamente por Michelle. Mas ele pretende fazer um filme de arte e a produtora quer um filme de ação.
Como consequência, "Zoom" é uma grande decepção, pois se propõe inovador, divertido e inventivo, mas falha na sua experimentação, pois torna-se confuso e com um final que não traz nada de novo. Decepcionante.
Duração: 1h36min
Cotação: ruim
Chico Izidro
"Visões do Passado" (Backtrack)
A maldição do Oscar caiu sobre Adrien Brody, que depois de ganhar o prêmio como melhor ator pelo “O Pianista” em 2003, nunca mais conseguiu fazer nada que prestasse. E a praga chegou até 2016, com este péssimo filme de terror: “Visões do Passado” (Backtrack), com direção do australiano Michael Petroni.
A história fala sobre um psicólogo, Peter Bower (Adrien Brody, que passa o filme arregalando os olhos), que vive traumatizado com a esposa depois que a filha deles, de 12 anos, morreu atropelada por um caminhão. Determinado a retomar a rotina, ele aceita uma lista de pacientes indicados por um amigo, o Dr. Duncan (Sam Neill). Lá pelas tantas, Bower descobre que todos eles estão mortos, mas o procuram para que ele tente resolver um mistério que perdura há 30 anos, e que teve a sua participação.
Então, "Visões do Passado", que já vinha dando sono, se perde completamente, transformando-se num filme num de terror convencional, com a aparição de fantasmas desfigurados tentando assustar o protagonista e também a plateia, que passa a se perguntar: o que se passa aqui? No final, não passa de um trabalho burocrático, com roteiro cheio de falhas.
Duração: 1h30min
Cotação: ruim
Chico Izidro
"O Jovem Messias" (The Young Messiah)
"O Jovem Messias"(The Young Messiah), direção de Cyrus Nowrasteh, é feito para um público específico, aqueles que acreditam na figura de Jesus, mesmo que aqui ele seja mostrado aos sete anos de idade, em passagens que não se encontram na Bíblia. O filme, então, está mais preocupado em catequizar o público do que discutir se ele esteve ou não na Terra há dois mil anos atrás.
A história mostra Jesus, aos sete anos, vivendo com sua família em Alexandria, no Egito. Eles foram para lá fugindo do massacre das crianças patrocinado pelo rei Herodes. O garoto, interpretado por Adam Greaves-Neal, é vítima de bullying e vive cercado de proteção por seus pais, Maria e José, que sabem que ele é especial, mas escondem a verdade de seu nascimento e o porque dele ter determinados poderes, como ressuscitar os mortos. Com a morte de Herodes, a família decide voltar para Israel, mas sem saber que o novo rei mantém a determinação de matar Jesus.
Então cria-se um anticlimax, com os centuriões romanos caçando o menino e sua família - mas sabemos de antemão que ele viveu até os 33 anos de idade. O roteiro é fraco e lacrimoso e as atuações dos atores são fracas, com quase todos só fazendo caras de tristes ou pensativos. O que salva um pouco é a presença do ator Sean Bean, que vive com dignidade o centurião Severus, que caça Jesus.
Já o ator que vive Jesus, o garoto Adam Greaves-Neal é totalmente desprovido de recursos cênicos. E não ajuda ainda a caracterização dos personagens, todos com cortes de cabelos modernos, dentes perfeitos. Sem contar que o ator que vive o Diabo aparece de cabelo tingido de loiro!!!
Duração: 1h51min
Cotação: ruim
Chico Izidro
quarta-feira, março 23, 2016
"Batman vs Superman - A Origem da Justiça" (Batman vs Superman: Dawn of Justice)
Um herói atormentado por causa da perda dos pais quando ainda era um moleque. E o outro se sentindo um rejeitado pelo povo que ele costuma ajudar com suas ações.
"Batman vs Superman - A Origem da Justiça" (Batman vs Superman: Dawn of Justice), direção de Zack Sneider, tem por objetivo contrapor os dois super-heróis. Porém a forma como acontece o choque entre eles não tem muito sentido. Mas deixemos passar este detalhe.
A história começa reproduzindo os acontecimentos mostrados em "O Homem de Aço", nos quais a cidade de Metrópolis foi quase destrupida, e fazendo uma referência quase explícita ao 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque, sob a visão do bilionário Bruce Wayne (Ben Affleck). Ao ver a devastação da cidade, ele chega a conclusão de que o Superhomem (Henry Cavill) é uma ameaça aos seres humanos, e decide que irá acabar com ele. Ao mesmo tempo, o kriptoniano começa a sofrer acusações falsas, forjadas pelo milionário Lex Luthor (Jesse Eisenberg), que também sonha em eliminar o Superhomem, fazendo com que este acabe duelando com Batman.
Ben Affleck, que vive Bruce Wayne e Batman, é que acaba sendo a grande surpresa. Muitos temiam sua presença como o herói mascarado, depois de sua participação no malfadado "Demolidor". Affleck faz um Batman já quarentão, violento, que não pensa duas vezes quando tem de matar os inimigos. Outra atuação de destaque fica com Amy Adams no papel da jornalista e par amoroso do Superman, Lois Lane. Já o personagem de Gal Gadot, a Mulher-Maravilha, é mal aproveitado, porém sua aparição no climax faz o espectador/fã vibrar. O ponto negativo é o Lex Luthor vivido por Jesse Eisenberg, exagerado até passar dos limites, totalmente fora da sintonia com as outras atuações, que beiram o sombrio.
Mas no final "Batman vs Superman - A Origem da Justiça" (Batman vs Superman: Dawn of Justice) é um filmaço, com aquele clima de quadrinhos - e vale citar as armaduras usadas por Batman, muito semelhantes as dos quadrinhos criados por Frank Miller nos anos 1980.
Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=Hp8loK5YuUE
Duração: 2h33min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Cinco Graças" (Mustang)
"Cinco Graças" (Mustang), direção da turca Deniz Gamze Ergüven, critica intensamente o conservadorismo da religião muçulmana. A história centra na vida de cinco irmãs, que são criadas pela avó e por um tio, depois que os pais delas morreram num acidente. Tudo começa no último dia de aulas de uma escola numa pequena cidadezinha no litoral da Turquia.
As irmãs aproveitam o bom tempo e vão à praia, onde ficam brincando com alguns garotos, colegas delas. É o ponto de partida para a atitude delas seja vista como um escândalo. Ao chegar em casa, levam uma surra da avó que não consegue aceitar a falação no vilarejo. As meninas passam a ser vistas como devassas e acabam aprisionadas em casa.
As garotas, porém, com espírito livre, não aceitam as imposições e sempre tentam burlar os castigos - e cada vez que elas escapam, os parentes cerram mais e mais a casa. E elas, com idades entre 16 e 8 anos, começam a ser entregues para casamentos na tradição muçulmana - ou seja, sem poder escolher com quem irão se casar.
O filme mostra como costumes arraigados podem ser nocivos, com regras que fogem ao entendimento de pessoas com pensamentos livres. E fica ainda mais assustador ao se verificar que a trama transcorra nos anos 10 do Século XXI. Em determinado momento, a irmã caçula quer assistir a um jogo de futebol no estádio, mas o tio acredita aquele não ser ambiente para uma mulher. E mesmo que a tal partida vá ter somente público feminino.
Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=9uXzgYYBCHY
Duração: 1h33min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Mundo Cão"
Um filme que trata de vingança e mais vingança. "Mundo Cão", direção de Marcos Jorge, traz um ótimo embate entre Lázaro Ramos, em seu primeiro papel de vilão, e Babu Santana, que viveu Tim Maia na cinebiografia lançada em 2015. A história se passa em 2008, antes de ser sancionada uma lei em São Paulo proibindo o sacrifício de animais abandonados.
Santana (Babu Santana) é um funcionário do Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo que tem como trabalho recolher cães perdidos pelas ruas. Um dia, ele e seus colegas atendem um chamado, pois um enorme cão está no pátio de uma escola. Ele recolhe o bicho, que três dias depois é morto. Instantes depois, aparece o dono do animal, o ex-policial e psicopata Paulinho (Lázaro Ramos), que enlouquece ao saber do ocorrido. E promete vingança.
Qual será ela? Paulinho decide sequestrar João (Vini Carvalho), um dos filhos de Santana, casado com a evangélica Dilza (Adriana Esteves). Disposto a fazer o mesmo que ocorreu com seu cachorro com o garoto, Paulinho acaba simpatizando com o filho de Santana, ao descobrir que ele também é palmeirense, ao contrário do pai, um corintiano. O rapto de João irá gerar vários efeitos colaterais.
Marcos Jorge, que já havia dirigido o ótimo "Estômago", faz de "Mundo Cão" um belo filme de suspense e drama, contando ainda com atuações excepcionais de Lázaro Ramos, Babu Santana, Adriana Esteves e da surpresa Thainá Duarte, como Isaura, a filha surda-muda de Santana e Dilza. O diretor também se baseia em "O Segredo dos Seus Olhos" para recriar o famoso plano-sequência do estádio em Buenos Aires, aqui travestido de Pacaembu, quando Paulinho leva João a um jogo do Palmeiras. Uma bela homenagem.
Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=loIOaH966wg
Duração: 2h02min
Cotação: bom
Chico Izidro
"Que Viva Eisenstein! 10 Dias Que Abalaram o México" (Eisenstein in Guanajuato)
O diretor Peter Greenaway errou a mão neste filme que conta de modo jocoso a viagem do cineasta russo Serguei Eisenstein, criador do "O Encouraçado Potemkin", "Outubro", entre outras obras, no começo da década de 1930. Em "Que Viva Eisenstein! 10 Dias Que Abalaram o México" (Eisenstein in Guanajuato), Eisenstein (Elmer Bäck) se muda para Guanajuato, no México, para dirigir o projeto "Que Viva México!".
Logo na chegada, ele é apresentado ao casal Frida Kahlo e Diego Rivera, e sofre uma bronca no hotel onde se hospeda após uma camareira encontrar em suas malas fotos pornográficas.
Mas a trama, contada de forma brincalhona, com a câmera rodando por entre os atores, de forma nervosa, quase caótica, faz quase uma caricatura do cineasta, um quase bufão, exagerado. Eisenstein é mostrado como um russo encantado com as facilidades do Ocidente, como por exemplo, descobrir que existe chuveiro de água quente no hotel ou que ele pode ter os sapatos engraxados.
Greenaway também apela com os momentos íntimos de Eisenstein com seu guia mexicano Palomino Cañedo (Luis Alberti), que o desvirginou. No final, o espectador não fica sabendo o que é real e o que é imaginário nos momentos de Eisenstein in Guanajuato.
Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=2FxlvEDHCHI
Duração: 1h50min
Cotação: regular
Chico Izidro
quinta-feira, março 17, 2016
"Ressurreição" (Risen)
Este filme foi feito especialmente para pessoas religiosas. "Ressurreição" (Risen), direção de Kevin Reynolds, mostra uma história fictícia onde ocorre a transformação de um centurião romano à época de Jesus Cristo. A história contada aqui traz uma reflexão sobre acreditar ou não nos eventos bíblicos.
Joseph Fiennes vive o soldado romano Clavius, que após a crucifixação de Jesus Cristo (Cliff Curtis, do seriado Fear of Walking Dead), é convocado por Pôncio Pilatos para investigar a ressurreição e localizar o corpo desaparecido do Messias, e caçar os seus seguidores. Mas conforme Clavius vai aprofundando sua investigação, mais e mais ele vai sendo absorvido pela doutrina cristã pregada pelos apóstolos.
O filme, de certa forma, se assemelha em muita a uma trama policial, pela forma com que Clavius investe em sua investigação. Pena que Joseph Fiennes esteja fraco no papel, sempre com uma cara de "oh, como sou descrente". Mas vale pelas fortes cenas da crucifixação e construções da época - são fortes ainda os momentos que mostram cadáveres insepultos e em decomposição. Mas no geral, "Ressurreição" (Risen) é para crentes. O resto quase dorme.
Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=zBVdHfPf3_E
Duração: 1h48min
Cotação: ruim
Chico Izidro
"Nossa Irmã Mais Nova" (Umimachi Diary)
Talvez tenha faltado maior intensidade ao diretor japonês Hirokazu Koreeda em "Nossa Irmã Mais Nova" (Umimachi Diary). O filme foca na história de três irmãs, que moram sozinhas numa cidade do litoral do Japão. Elas foram deixadas pelo pai, que casou com outra mulher há 15 anos, e quando ele morre, Sachi (Haruka Ayase), Yoshino (Masami Nagasawa) e Chika (Kaho) decidem ir ao funeral dele.
Lá conhecem a adolescente Suzu Asano (Suzu Hirose), que é meio-irmã delas. Encantados com a garota, as três convidam Suzu para morar com elas. A história, então, passa a mostrar o dia a dia das quatro. O problema é que é tudo muito bonitinho, não existindo nenhum conflito entre elas. E isso poderia ter sido explorado, pois Suzu, afinal, é a filha da mulher que fez com que o pai as deixasse.
Já as três irmãs são o supra-sumo do estereótipo, indo da mais velha e responsável, que trabalha em um hospital e é amante de um médico, a festeira, que passa as noites na casa do namorado e é empregada de um banco e a tontinha, que trabalha em uma loja de material esportivo. Todas muito fofinhas e sem nenhum rancor.
Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=Y92jn90beSM
Duração: 2h08min
Cotação: regular
Chico Izidro
quinta-feira, março 10, 2016
"Boa Noite, Mamãe!" (Ich seh, Ich seh)
"Boa Noite, Mamãe" (Ich seh, Ich seh), direção dos austríacos Veronika Franz e Severin Fiala, é um filme angustiante, tenso e que deixa o espectador se mexendo sem parar na poltrona. A história acompanha a volta para casa de uma apresentadora de tevê, cujo personagem não tem nome, apenas é chamada de mãe (Susanne Wuest), após uma cirurgia plástica.
No local, estão apenas ela e os dois filhos gêmeos de nove anos, Lukas (Lukas Schwarz) e Elias (Elias Schwarz). Os garotos passam o tempo todo brincando, mas começam a apresentar um comportamento perturbador quando a mãe tira as bandagens do rosto. Porque simplesmente eles não a reconhecem. E passam a acreditar que ela não é a mãe deles.
Isso gera um processo de nervosismo na mulher, que do nada passa a ser torturada pelos garotos. "Onde está a nossa mãe?", perguntam eles, enquanto a submetem a todos os mais variados tipos de sofrimento. O filme tem uma pegadinha ao melhor estilo M. Night Shyamalan, que se prestarmos atenção, dá para sacar logo no início. Aliás, os garotos Lukas e Elias Schwarz dão um show a parte, ambos com excelente atuação. Assustadora, até.
Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=rIDEgaO2tqA
Duração: 1h40min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Tudo Vai Ficar Bem" (Every Thing Will Be Fine)
"Tudo Vai Ficar Bem" (Every Thing Will Be Fine), direção de Wim Wenders, mostra que o diretor alemão de 70 anos está longe de sua melhor forma. Ele é o autor de obras como "Paris, Texas", “As Asas do Desejo” e "O Amigo Americano". Mas agora faz um filme que não vai para lugar nenhum, com uma interpretação quase burocrática de James Franco.
O ator de "127 Horas" vive o escritor Tomas, que entra em processo de depressão ao, num dia de inverno, atropelar uma criança e matá-la. Ele não teve a intenção, mas sua vida entrou em parafuso. Tomas já não estava bem com a esposa Sara, interpretada por Rachel McAdams. A única válvula de escape para não pensar no ocorrido é escrever, e ele acaba obtendo um sucesso.
A história foca num período de 12 anos na vida de Tomas. Que talvez obtenha a resposta para seu sofrimento ao encontrar o irmão do garoto que ele atropelou e que é seu fã, pretendo seguir seus passos como escritor.
O problema é que a história não flui, se arrastando por quase duas horas, com seus personagens deprimidos e entediados.
Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=ex8DgTPkUng
Duração: 1h58min
Cotação: regular
Chico Izidro
"A Série Divergente: Convergente" (The Divergent Series: Allegiant)
"A Série Divergente: Convergente" (The Divergent Series: Allegiant), é o terceiro longa-metragem da série passada num futuro distante, onde a sociedade é dividida em castas. O filme é baseado no livro escrito por Veronica Roth e tem como protagonista Shailene Woodley como Tris, uma rebelde, que não aceita o caminho que a sociedade seguiu.
Esta terceira parte se encerra exatamente onde finalizou "Insurgente", que mostrou a queda da antiga líder, Jeanine, vivida por Kate Winslet. Agora, Tris, Quatro (Theo James) não estão satisfeitos com os rumos da mudança da sociedade fechada de Chicago, que põe em confronto as novas líderes Evelyn (Naomi Watts) e Johanna (Octavia Spencer). Assim, Tris e vários amigos decidem sair da cidade e descobrir o que existe além dos muros. Eles vão acabar se deparando com uma sociedade mais evoluída e que é liderada por David, vivido por Jeff Daniels.
Shailene Woodley até se esforça, mas seu personagem vive de caras e bocas de espanto. Os personagens coadjuvantes também não ajudam muito. Uma variedade incrível de estereótipos presentes - especialmente o vivido por Jeff Daniels, que interpreta aqueles dirigentes de duas caras, tendo chiliquinhos quando seus atos são contestados.
"A Série Divergente: Convergente" acaba sendo um filme fraco, quase entediante, que até traz efeitos especiais decentes, mas nada que já não tenha sido mostrado antes. Divergente, Insurgente, Convergente...Detergente...
Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=GDh3SK6BYQk
Duração: 2h01min
Cotação: ruim
Chico Izidro
"Meu Amigo Hindu"
"Meu Amigo Hindu" é uma versão cinematográfica da vida de seu diretor, o argentino Hector Babenco, que vive no Brasil desde os 18 anos de idade. A história foca principalmente em um câncer que ele teve de enfrentar no começo dos anos 1990 e que afetou profundamente a sua vida.
Babenco é interpretado aqui por Willem Dafoe, que ganhou o nome de Diego. O ator americano, como sempre, está bem em cena, passando por uma transformação corporal para as cenas de quimioterapia e pós-transplante de medula óssea. Mas devido a sua presença no filme, todo os atores, a maioria deles brasileiros, tiveram de atuar falando em inglês - com o objetivo, também, de entrar no mercado internacional. Mas o estratagema acabou se mostrando fraco, pois deixou as interpretações de Reinaldo Gianechini, Maria Fernanda Cândido, Dan Stulbach, entre outros, engessadas.
E os erros persistem. Apesar de o filme se chamar "Meu Amigo Hindu", este aparece lá pela metade e fica pouco tempo em ação, não justificando o título. Talvez o único acerto de Babenco ocorra quase em seu final, quando o personagem de Diego está curado e encontra a futura esposa, interpretada Bárbara Paz, que interpreta ela mesma, fazendo ainda uma bela homenagem ao clássico "Cantando na Chuva".
Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=Lf9u3rs1RXc
Duração: 2h04min
Cotação: regular
Chico Izidro
quinta-feira, março 03, 2016
"A Bruxa" (The Witch)
Primeiro, "A Bruxa" (The Witch), direção de Robert Eggers, não é um filme de terror, mas sim um suspense psicológico. Esqueçam cenas de monstros abrindo a bocarra, ou mulheres com narizes grandes e com verrugas e voando em vassouras.
Pelo contrário, o longa se passa por volta de 1630, na Nova Inglaterra, impregnada pelo fanatismo religioso. A família de William (Ralph Ineson) é expulsa da comunidade, por incrível que pareça, ser mais rigorosa religiosamente do que os outros moradores. William leva, então, a mulher Katherine (Kathe Dickie) e os cinco filhos para morar em um terreno à beira de uma assustadora floresta. No local, eles vão sofrer muito, principalmente em relação à alimentação, escassa, e o isolamento.
Então uma tragédia acontece, quando o bebê da família, que estava sob os cuidados da filha mais velha, Thomison (Anya Taylor-Joy) desaparece. Quem o levou? Um lobo, uma bruxa. A jovem, então, passa a ser vista com desconfiança pelos irmãos e pelos pais. Seria ela uma bruxa? Ou a floresta que cerca a casa da família é assombrada por fantasmas?
O filme não tem cenas para assustar o público. Tudo é construído pela sugestão, pelas longas cenas da floresta, de onde algo possa ou não surgir. A tensão é crescente, com um final totalmente diferente daquilo que estamos acostumados a ver. E com atuações ótimas, em especial a dos atores mirins, com destaque para a protagonista Anya Taylor-Joy.
Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=FE-u6RznkGQ
Duração: 1h30min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Zoolander 2"
O mundo da moda é ridicularizado ao extremo em "Zoolander 2", direção de Ben Stiller. Ele mesmo interpreta o übermodel Derek Zoolander, um pateta com QI baixíssimo, que quinze anos depois do primeiro filmes, está afastado das passaraelas por causa da morte da mulher e da perda da custódia de seu filho. Ele recebe, então, uma proposta para voltar a desfilar e assim vê a oportunidade de recuperar o filho. Com ele retorna o seu amigo e ex-rival, Hansel (Owen Wilson).
Os dois, porém, se vem envolvidos numa trama que envolve a morte de várias personalidades, como Justin Bieber, que esconde uma conspiração para encontrar a fonte da juventude. Mas atrás de tudo está um plano de vingança de Jacobim Mugatu, vilão interpretado por Will Ferrell, que sem dúvida é a melhor coisa do filme.
"Zoolander 2" tem uma penca de participações especiais, que aceitaram a brincadeira de serem zoados: vai de Sting (que tem várias citações de clássicos do The Police nos diálogos), Billy Zane, Katy Perry, Kiefer Sutherland, Naomi Campbell, Benedict Cumberbatch, Justin Bibier, além de vários estilistas famosos.
O filme tem uma certa graça, por causa das citações e das caras e bocas de Ben Stiller, e até de Kristen Wiig, que vive a estilista Alexanya Atoz, que devido ao excesso de intervenções cirúrgicas mal consegue mexer os lábios.
Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=UnyqYT6m3Wc
Duração: 1h42min
Cotação: bom
Chico Izidro
"Um Homem entre Gigantes" (Concussion)
Baseado em fatos reais, "Um Homem entre Gigantes" (Concussion), direção de Peter Landesman, mostra a luta de um médico contra a poderosa NFL, a liga de futebol norte-americana. Em meados da década passada, o dr. Bennet Omalu (Will Smith), neuropatologista forense, após constatar a morte de um ex-esportista, descobre que os jogadores do esporte sofrem reações tardias com os choques produzidos durante uma partida - muitos deles acabam se suicidando.
Mas como vencer um forte conglomerado como a NFL, cujos executivos não aceitaram o diagnóstico de Omalu, que além de tudo era um estrangeiro e nem um pouco interessado no esporte predileto dos americanos? E nisso o filme se perde um tanto. A história é contada de forma burocrática, com Will Smith, que sem dúvida é um bom ator, fazendo caras tristes e voz doce, e seu envolvimento com a futura esposa é muito pouco desenvolvido, não provocando nenhuma empatia com o público.
"Um Homem entre Gigantes" abusa do didatismo, do bom-mocismo do médico e do mau-caratismo dos dirigentes da NFL. E apesar de Omalu ser negro, o racismo não se faz presente. Num mundo real, alguém diria: "o que este negro quer fazer?". Aqui nada. E Omalu, por seu estilo de vida e atitudes, merecia ser comparado a madre Tereza de Calcutá.
Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=GitHn6b_v8c
Duração: 2h03min
Cotação: regular
Chico Izidro
"Kung Fu Panda 3"
No primeiro Kung Fu Panda (2008) era contada uma história de superação, com o panda gordinho fazedor de macarrão cumprindo seu sonho, que era dominar as artes marciais. No segundo, de 2011, o panda Po tinha de derrotar uma ameaça à China. E a premissa é a mesma para "Kunf Fu Panda 3", direção de Jennifer Yuh e Alessandro Carloni. Agora, Po é transformado num desastrado professor e tem de enfrentar o violento touro Kai, O Coletor.
Em paralelo, ocorre o encontro de Po com seu pai de sangue, Li. E isto faz crescer o antagonismo com o pai adotivo de Po, o ganso Sr. Pi, uma das coisas mais divertidas do filme, com seu humor, por muitas vezes, involuntário, devido as suas caras e bocas.
"Kung Fu Panda 3" ainda traz um visual caprichado, com ótimas cenas de luta. Mas a história perdeu muito em qualidade em relação a seus antecessores, com muitas piadas repetidas. Ficou cansativo.
Veja o trailer: http://www.foxfilm.com.br/kung-fu-panda-3
Duração: 1h35min
Cotação: regular
Chico Izidro
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