quinta-feira, outubro 27, 2016
"Trolls"
"Trolls", dirigido por Mike Mitchell, lembra e muito os Smurfs. São criaturinhas que vivem na floresta, tentando escapar de seus predadores. Mas os trolls são mais fofinhos, estão sempre irradiando felicidade, cantando, se abraçando. E esta felicidade é a causa de seus problemas, mesmo que eles não entendam isso.
É que os ogros bergens, feios e infelizes, acreditam que só conseguem descobrir a alegria, a felicidade, se devorarem um troll. Vinte anos antes, os trolls conseguiram escapar de um cerco dos bergens. Passadas estas duas décadas, eles têm seu esconderijo descoberto e vários deles são aprisionados e levados para a terra dos ogros, onde servirão como banquete.
A princesa Poppy decide salvar seus companheiros e parte em sua missão, levando junto o mal-humorado Tronco, que não ri, não abraça, e que sempre alertou para os perigos das festas que os trolls faziam.
Todo o filme é embalado por uma trilha sonora pop, que vai de Cyndi Lauper, Bonnie Tyler, Lionel Richie, até os artistas mais atuais, como Gorillaz. O ator e cantor Justin Timberlake é o produtor musical, além de emprestar sua voz para dar vida a um dos personagens. Ah, tirando a canção "Can't Stop the Feeling", do próprio Timberlake e que é apresentada em inglês, todas as outras são dubladas. Mas não se assuste, pois a dublagem é boa.
Mas o que atrapalha um pouco a animação é o excesso de otimismo dos pequenos duendes - chegando à beira da irritação com sus fofice extremada. E o previsível desfecho, quando todos acabam se entendendo, trolls e bergens. E o romance forçado de Poppy e Tronco.
Duração: 1h33min
Cotação: bom
Chico Izidro
"A Garota do Trem" (The Girl On The Train)
Rachel (Emily Blunt) é mulher de seus 30 e poucos anos, alcoólatra, deprimida e desempregada por causa de seu divórcio recente. E todas as manhãs ela pega o trem de Ashbury a Londres, observando o que se passa no trajeto da viagem, principalmente um jovem casal em uma das casas das cercanias. Até que seu mundo fica mais abalado ao descobrir que a jovem que ela observava, está desaparecida. Em "A Garota do Trem" (The Girl On The Train), direção de Tate Taylor, Rachel vai virar detetive e tentar desvendar o mistério.
O filme é baseado no livro de sucesso literário de Paula Hawkins, o homônimo "A Garota no Trem". Eé um thriller que prende o espectador do começpo ao fim. A história acompanha três mulheres, a própria Rachel, Anna e Megan. Todas elas possuem conexão entre si; Rachel é ex-mulher do marido de Anna, que tem Megan como babá de sua filha, com a última observada todos os dias por Rachel através do trem que passa em frente a sua casa.
Tate Taylon consegue construir uma atmosfera tensa e envolvente, principalmente com uma grande atuação de Emily Blunt. Sua personagem mostra uma fragilidade tremenda, sofrimento constante e sem conseguir saber a quem pedir ajuda. Pode ser considerado um dos grandes suspenses do ano.
Duração: 1h53min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Fora do Rumo" (Skiptrace, 2016)
Nos anos 1990, o ator chinês Jackie Chan se destacou com seus filmes, que apesar de roteiros fracos, eram repletos de cenas de lutas e humor. Nos últimos anos, ele perdeu um pouco de espaço e agora volta em "Fora do Rumo" (Skiptrace, 2016), dirigido por Renny Harlin (Duro de Matar 2), tentando seguir a mesma fórmula de sucessos como "A Hora do Rush" e "Bater ou Correr".
No filme, Bennie Chan (Chan) acaba se juntando, sem muita escolha, com um parceiro, o vigarista norte-americano, Connor Watts (Johnny Knoxville), para resolver um crime e salvar a afilhada de Chan, Samantha (Bingbing Fan), que se envolveu com mafiosos chineses.
"Fora de Rumo" poderia ser um divertido road movie, e até apresenta algumas piadinhas engraçadas, mas é muito pouco. E a trama é meio sem pé nem cabeça. E as reviravoltas também são que meio mágicas.
As cenas de luta, então, beiram o constrangimento de tão fakes. Chan já passou dos 60 anos e não tem a mesma elasticidade de outrora e elas parecem algo pastelão, lembrando aquelas lutas dos Trapalhões. Jackie Chan e Johnny Knoxville até tem uma química razoável, mas muito pouco para o que se apresenta.
Duração: 1h51min
Cotação: ruim
Chico Izidro
"O Mestre dos Gênios" (Genius)
O Mestre dos Gênios” (Genius), direção de Michael Grandage, apresenta a história real de um editor de livros que apresentou ao mundo Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald e Thomas Wolfe. O longa é baseado em um livro de A. Scott Berg que relata a relação do editor Maxwell Evarts Perkins com Thomas Wolfe iniciada em 1929. No ano da quebra da bolsa, Wolfe entregou a ele centenas de páginas que se transformariam no best-seller “Look Homeward, Angel”.
Maxwell Evarts Perkins é vivido por Colin Firth. E ele fez um verdadeiro trabalho de garimpagem com a obra de Wolfe, que tinha mais de cinco mil páginas. Assim, o filme mostra como é o ofício de um editor, mostrando como ele também é um um processo criativo árduo e difícil quanto a própria escrita.
Os dois trabalharam tão arduamente durante anos, que quase arruinou o casamento de Maxwell com Louise Perkins (Laura Linney) e de Wolfe com a figurinista Aline Bernstein (Nicole Kidman), que bancou a profissão do namorado - sustentando-o enquanto ele apenas escrevia seu livro, para depois, quando chegou o sucesso, ser abandonada. O filme ainda traz dois outros escritores privilegiados por Maxwell, Ernest Hemingway (Dominic West) e F. Scott Fitzgerald (Guy Pearce).
"O Mestre dos Gênios" é um filme de diálogos e atuações impecáveis, trazendo ainda uma excepcional reconstituição de época.
Duração: 1h44min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Terra Estranha" (Strangerland)
"Terra Estranha" (Strangerland), dirigido por Kim Farrant, conta a história da família Parker, formada pela dona de casa Catherine (Nicole Kidman), pelo farmacêutico Matthew (Joseph Fiennes) e seus dois filhos, Tom e Lilly. Eles vivem em uma cidade interiorana da Austrália, onde sempre faz muito calor e sempre a ameaça de tempestades de areia.
A vida da família vira de cabeça num dia quando Lilly e Tom saem de casa durante a madrugada e simplesmente desaparecem no ar. Ao começar a procurá-los, Catherine descobre que os seus filhos há muito não apareciam na escola. E a jovem vivia envolvida com jovens problemáticos das redondezas.
Todo o filme gira em torno da busca pelo paradeiro dos dois adolescentes, com os pais pouco a pouco começando a enlouquecer, podendo colocar em risco o casamento, e a também descobrir questões sexuais da jovem Lilly. O suspense, porém, deixa de apresentar respostas, com personagens que aparentam estar mais perdidos do que os dois sumidos.
Duraçãso: 1h52min
Cotação: regular
Chico Izidro
"Demônio de Neon" (The Neon Demon)
Em "Demônio de Neon" (The Neon Demon), direção de Nicolas Winding Refn, vemos o mundo da moda de modo quase canibalesco. A trama trama gira em torno da jovem Jesse (Elle Fanning), que chega a Los Angeles para tentar a vida de modelo e para começo de conversa tem de falsificar a idade, pois tem apenas 16 anos, mas deve dizer que tem 19 anos.
Mas a sua beleza desperta ciúmes e ódios nas mulheres mais rodadas, além de despertar o interesse de outras mulheres e homens. Uma delas é a maquiadora vivida por Jena Malone e um deles é o dono do hotel onde Jesse mora, interpretado por Keanu Reeves.
O problema é que tentando passar um ar de modernidade, o longa se mostra tedioso, sem inspiração. As cenas são arrastadas e as interpretações são de chorar, de tanta inexpressividade dos atores. Um filme sem conteúdo e superficial.
Duração: 1h57min
Cotação: ruim
Chico Izidro
quinta-feira, outubro 20, 2016
"O Contador" (The Accountant)
Filmes mostrando personagens autistas costumam ser interessantes, vide o hoje clássico "Rain Man" ou a primorosa animação "Mary and Max". Agora coloque uma arma na mão de um personagem com esta característica e temos "O Contador" (The Accountant), dirigido por Gavin O’Connor ratifica essa tese, e realiza o interessante O Contador.
Estrelado por Ben Affleck, vemos a história de Christian Wolf, um autista com síndrome de Asperger brilhante com números e contas, mas impossibilitado de conseguir socializar. Assim, se transformas num bem sucedido contador, sendo contratado por organizações criminosas de todo o mundo, já que devido a suas características, nunca mantém vínculo com seus clientes.
A história é mostrada de dois ângulos. Numa temos Wolf investigando um rombo financeiro dentro de uma grande corporação e a outra vemos dois agentes do tesouro nacional, Raymond King (J.K. Simmons) e a agente Medina (Cynthia Addai-Robinson), que procuram descobrir quem é aquele misterioso contador.
"O Contador" coloca seu protagonista no limite entre o bem e o mal, já que ele não consegue diferenciar entre seus atos - ao mesmo tempo que trabalha para organizações criminosas, também age como um assassino profissional, possuindo incrível habilidade com armas. Durante o filme, é mostrado em flash-back como Wolff, uma criança intratável devido a sua doença, foi criado pelo pai - um militar - a se defender do mundo hostil.
Ben Affleck realiza um ótimo trabalho, fazendo um personagem gélido e sem emoções. "O Contador" acaba sendo um filme que se sai muito bem, com ótimas cenas deiroteios, perseguições e lutas, surpreendendo o espectador a cada momento.
Duração: 2h10min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Ouija: A Origem do Mal" (Ouija: Origin of Evil)
"Ouija: A Origem do Mal" (Ouija: Origin of Evil), direção de Mike Flanagan, é a continuação do fraco "Ouija: O Jogo dos Espíritos", lançado em 2014. A ideia agora foi voltar no tempo, começando tudo do zero. Mais exatamente em 1967. Mudou tudo, diretor, elenco. Só restou a mesma casa mal assombrada. Mesmo assim, parece que não funcionou. Muitas cenas são inspiradas em outros filmes de terror, mostrando uma total falta de imaginação.
Muitos momentos sofrem com o clichê presente em filmes de terror. Não tenta inovar e desliza terrivelmente. O roteiro também se parece muito com obras do terror, como "O Chamado", "O Grito". O que funciona é a excelente reconstituição de época.
Na Los Angeles de 1967, uma mãe, Alice Zander (Elizabeth Reaser) trabalha como vidente para sustentar as duas filhas após a morte de seu marido. Doris é a caçula, enquanto que Paulina é a mais velha. Sem conseguir pagar as contas, Alice decide inovar e adquire o tabuleiro diabólico Ouija. Claro que os personagens tomam conhecimento das regras do jogo e fazem tudo diferente do que deveriam.
O jogo começa a possuir a pequena Doris, que ao contrário da mãe picareta, consegue entrar em contato com o mundo sobrenatural. E a garotinha passa a ser perseguida pelos espiritos, mas colocando em cena o pior dos filmes de terror, como caras, caretas, voz de adultos...e de repente lá está Doris subindo as paredes...e nada assusta ou incomoda.
Apesar disso, a atriz mirim Lulu Wilson que vive Doris consegue convencer, ainda mais na sequência em que explica a um garoto como é dolorosa a morte por enforcamento. Mas enfim, "Ouija: A Origem do Mal" é reciclagem total. Nada é memorável, nada é marcante. E olha que o início prometia.
Duração: 1h30min
Cotação: ruim
Chico Izidro
“Romance à Francesa” (Caprice)
No longa “Romance à Francesa”, do diretor Emmanuel Mouret, acompanhamos a atrapalhada história do professor Clément (vivido pelo próprio Mouret) e seu relacionamento com duas atrizes, a já celebrada Alicia (Virginie Efira) e a iniciante Caprice (Anaïs Demoustier).
Clément é professor de crianças numa escola parisiense e fã da atriz Alicia. Que um belo dia aparece por lá, pois precisa de um monitor para seu sobrinho. Ele acaba realizando o desejo de muitos fãs, ou seja, conhecer e ter uma relação amorosa com seu ídolo. Mas Clément acaba por se envolver também com Caprice, uma jovem atriz, que ainda busca o estrelato. E que passa a perseguí-lo de forma quase obsessiva. Assim, o tímido professor abre uma brecha para que seu diretor, Thomas (Laurent Stocker), possa se aproximar de Alicia.
A história vai divertindo, até certo ponto. E então passa a irritar, com personagens se mostrando inseguros. E de certa forma fica incompriensível porque Caprice se interessa pelo insosso e apalermado Clément, que demonstra uma passividade absurda. O filme acaba se perdendo e ficando cansativo.
Duração: 1h40min
Cotação: regular
Chico Izidro
quinta-feira, outubro 13, 2016
"Kóblic"
No genial "O Segredo de Seus Olhos", onde a trama percorrida em grande parte era nos anos sangrentos da ditadura militar argentina nos anos 1970. Pois agora em "Kóblic", dirigido por Sebastián Borensztein, temos mais uma vez em cena Ricardo Darín, mas agora vivendo do lado dos militares. Ou quase.
A história se passa em 1977, o segundo ano da ditadura militar que duraria até 1983 e um dos mais sangrentos da história argentina. Tomás Kóblic (Ricardo Darín) é um piloto do Exército, que atormentado pelos assassinatos cometidos por seus colegas - eles jogam dos aviões os prisioneiros diretamente no mar, para fazê-los sumir do mapa. Kóblic toma uma decisão drástica, decidindo desertar, indo se refugiar no interior do país, mais exatamente em Colonia Elena - localidade fictícia.
Abrigado na casa de um amigo, Kóblic passa a ser investigado pelo chefe da polícia local, Velarde (Oscar Martinez). E o perigo passa a rondar Kóblic e seus conhecidos. O filme fica tenso, com Ricardo Darín entregando uma atuação soberba. Seu personagem não é um herói. É um arrependido, e um fugitivo. Sabe que não tem muito lugar para onde se esconder.
Outro ponto de destaque de "Kóblic" é a fotografia e a reconstituição de época. Acreditamos realmente a obra ter sido filmada nos anos 1970. As filmagens foram realizadas em grande parte na localidade argentina de San Antonio de Areco, que parece ter parado no tempo. Enfim, "Kóblic" mostra a crueldade de uma das piores ditaduras que já ocorreu.
Duração: 1h55min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Inferno"
"Inferno", dirigido por Ron Howard, é o terceiro filhote da obra do escritor Dan Brown a ir para as telonas, sucedendo "O Código da Vinci" e "Anjos e Demônios". E não acrescenta nada de novo na franquia. Mais uma vez o herói da trama é o professor especializado em símbolos Robert Langdon (Tom Hanks), que desta vez acorda dememoriado em um hospital em Florença, sendo ajudado pela dra. Sienna Brooks (Felicity Jones). Logo os dois passam a ser perseguidos por uma policial, que deseja matá-los.
Os dois passam a seguir pistas deixadas por Bertrand Zobrist (Ben Foster), um bilionário que defendia que a raça humana estava em perigo devido a superpopulação. Para entender as pistas, Langdon tem de traduzir a obra de Dante Alighieri, principalmente a obra Inferno. E descobrir que existe um vírus fabricado para dizimar metade da raça humana.
"Inferno" conta com os mesmos elementos dos dois filmes anteriores, evidenciando a falta de criatividade, tranformando a perseguição que Langdon e Sienna sofrem em uma jornada enfadonha, cansativa. Enfim, desinteressante. O filme não acrescenta nada de novo. Não diverte, trazendo atuações que não convencem e uma história completamente previsível.
Duração: 2h02min
Cotação: ruim
Chico Izidro
quinta-feira, outubro 06, 2016
"No Fim do Túnel" (Al Final del Túnel)
Já escrevi isso, mas reafirmo. A qualidade do cinema argentino é espetacular. Claro que nem tudo que eles lançam é primoroso, mas o que chega ao Brasil é de tirar o chapéu. E "No Fim do Túnel" (Al Final del Túnel), de Rodrigo Grande, é mais um destes destaques.
A história foca no paraplégico Joaquín (Leonardo Sbaraglia) é um cadeirante e técnico de informática, que vive numa enorme casa em Buenos Aires, e que fica ao lado de um banco. Ele passa os seus dias no porão, consertando computadores. Até que certo dia, ele recebe a visita de Berta (Clara Lago), uma stripper e sua filha pequena Betty. Berta quer alugar um dos quartos da casa. Joaquín é meio quietão, mas aos poucos vai tendo empatia com a dançarina e a garotinha.
Numa noite, Joaquín ouve sons vindos de atrás da parede do porão, e descobre que se trata de uma quadrilha de ladrões. Eles estão fazendo um túnel debaixo de sua casa para roubar o banco. Não bastasse isso, descobre que Berta é namorada do líder da quadrilha e que ela está na casa dele para distraí-lo. Joaquín começa a bolar um plano para sabotar o roubo.
O filme então ganha um clima de suspense fenomenal, de tirar o fôlego mesmo. Ficamos ali, tensos, esperando pelo pior. E como Joaquín vai se livrar da encrenca em que se meteu? Uma das cenas, em que ele se arrasta pelo túnel é de arrepiar. Outro destaque é o elenco, e principalmente Leonardo Sbaraglia. Todos estão afiados e os bandidos são um primor de caras assustadores.
Duração: 2h
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"12 Horas Para Sobreviver - O Ano da Eleição" (The Purge: Election Year)
A cinesérie "Uma Noite de Crime" chega agora a sua terceira parte, com o título de "12 Horas Para Sobreviver - O Ano da Eleição" (The Purge: Election Year), dirigido por James DeMonaco. Protagonista do segundo longa, "Uma Noite de Crime: Anarquia", Leo Barnes (Frank Grillo) retorna agora, como segurança de uma candidata a presidente dos Estados Unidos.
A candidata, Charlene Charlie Roan, vivida por Elizabeth Mitchell, é uma sobrevivente de uma daquelas noites, há 18 anos, e que agora tem como plataforma de campanha acabar com a lei - uma noite por ano todos os cidadãos podem cometer qualquer crime, que não serão punidos por ele. E isso inclui assassinato, tortura. Assim, Charlene passa a ser visada pelo governo, que deseja a sua morte. Ela e Leo passam a fugir pela capital Washington D.C., fugindo de neonazistas e soldados do governo.
Durante a fuga, eles se deparam com gangues de outras etnias e classes. E o filme utiliza subtramas, como o dono de uma dono de mercearia, que tem de defender seu negócio, após a seguradora cancelar a sua apólice. E uma garota, vivida por Betty Gabriel, que se regenerou e faz um trabalho social pelos bairros, tentando salvar vidas em uma ambulância. E tem ainda um grupo de negros, que de forma clandestina, planejam a morte do candidato da situação à presidência, visando terminar com a noite de crimes, de forma mais radical.
O filme lembra bastante aqueles onde um grupo de pessoas, que não tem nada em comum, mas se reúne para tentar se salvar, seja de zumbis, monstros ou criminosos. E até não ficou ruim. Vemos muita ação, suspense, tensão.
Duração: 1h49min
Cotação: bom
Chico Izidro
"A Maldição da Floresta" (The Hallow)
"A Maldição da Floresta" (The Hallow), dirigido por Corin Hardy, até dá alguns sustos. Porém, é um longa repleto de clichês, não trazendo nada de novo. Na trama, uma família inglesa se muda para um vilarejo na Irlanda, cercado por um bosque.
Adam (Joseph Mawle) é um biólogo pesquisador, que começa a estudar a vegetação locval, mas é alertado por um agricultor local a não continuar a pesquisa. De acordo com as crenças locais, o bosque é habitado por seres perigosos. Adam, no entanto, ignora o aviso, e só vai ver que sua família corre perigo depois que seu filho recém-nascido sofre uma tentativa de ataque numa noite.
"A Maldição da Floresta" (The Hallow), no entanto, é todo desenvolvido utilizando os mais habituais clichês de terror. A casa mal-assombrada, a floresta que parece ter vida própria, os lugares escuros que despertam curiosidade dos personagens, a luz como arma para espantar os seres da noite. Aliás, não existe uma explicação plausível para o surgimento dos monstrinhos, que atacam a família de Adam.
O filme até pode ser interessante para quem deseja sofrer alguns sustos. Mas na parte final, o que vemos é apenas correria, numa escuridão da qual mal dá para se ver alguma coisa.
Duração: 1h37min
Cotação: regular
Chico Izidro
"Assassino à Preço Fixo 2: A Ressurreição" (Mechanic: Resurrection)
O ator britânico Jason Statham é até um cara simpático e seus filmes têm um certo charme, pois se parecem com aquelas coisas dos anos 1980. Porém, a impressão que ele passa é que está sempre no mesmo papel, no mesmo filme. E "Assassino à Preço Fixo 2: A Ressurreição" (Mechanic: Resurrection), dirigido pelo alemão Dennis Gansel (de A Onda) não foge muito disso. Além de ser completamente inverossímel.
O filme começa com o assassino de aluguel Bishop (Statham) aposentado e vivendo no Rio de Janeiro, após ter forjado sua morte. Mas ele é logo descoberto por asseclas de seu maior inimigo, Riah Crain (Sam Hazeldine), que quer obrigá-lo a cometer assassinatos. A sua fuga do bondinho do pão de açúcar é uma das coisas mais risíveis e absurdas dos últimos tempos.
Então, ele se esconde na Tailândia e de novo é descoberto, e o plano estapafúrdio de Crain: fazer com que Bishop se apaixone por Gina (Jessica Alba). Aí ele a sequestra e obriga a Bishop a voltar a ativa e cometer três assassinatos: as vítimas são traficantes que atrapalham os negócios de Crain.
O assassino deve matá-los invadindo uma cadeia de segurança máxima; entrar num arranha-céu e penetrar uma fortaleza do período da URSS na Bulgária. O filme acaba não se levando a sério e o herói desafia as leis da física - e como os capangas dos vilões são péssimos de tiros.
Jason Statham segue no modo automático, apenas se repetindo. Jessica Alba é só bonitinha e apresenta uma personagem insonsa. Enfim, é difícil achar algo de bom neste filme, que tem tantos outros semelhantes por aí. E de melhor qualidade.
Duração: 1h39min
Cotação: ruim
Chico Izidro
"Festa da Salsicha" (Sausage Party)
Para começar, esta animação não é para crianças, que devem passar longe. É um desenho completamente adulto, com piadas de duplo sentido e outras muito, muito pesadas. "Festa da Salsicha" (Sausage Party), dirigido por Conrad Vernon e Greg Tiernan, tem aquelas tramas que lembram "Pets - A Vida Secreta dos Animais" e "Toy Story", mostrando o que acontece quando os humanos não estão por perto. No caso aqui, os alimentos são seres vivos e racionais, vivendo nos supermercados à espera de serem comprados. Eles acham que se levados de lá, irão para o paraíso. Só que não.
O sentido deles muda quando um pote de mostarda com mel é devolvido, trazendo uma revelação: os alimentos não irão para o paraíso e sim devorados pelos seres humanos. A partir daí, tudo vira uma confusão. E a salsicha Frank, que queria só entrar dentro de um pãozinho - que tem os lábios em forma de vagina, peitos e bunda, vai em busca da verdade, mas é desacreditado pelos outros alimentos. Mais ou menos como aconteceu no Holocausto, quando alguns judeus acreditavam que os nazistas estavam ali para eliminá-los e outros não conseguiam aceitar isso.
"Festa da Salsicha" (Sausage Party) tem muita comédia, piadas sujas ou cenas de duplo (até triplo) sentido. E ainda apresenta homossexualidade, cenas de sexo grupal entre alimentos, um pão sírio terrorista, racista, que se envolve com um pãozinho judeu. O filme tem roteiro e produção de Seth Rogen, Evan Goldberg e Jason Hill, três atores maconheiros de primeira viagem e totalmente politicamente incorretos.
Duração: 1h29min
Cotação: bom
Chico Izidro
"Um Dia Perfeito" (A Perfect Day)
"Um Dia Perfeito" (A Perfect Day), do diretor Fernando León de Aranoa, mostra os absurdos da guerra. E traz reflexão, em meio a muito humor negro. A história mostra um grupo de ajuda humanitária, formado por Mambrú (Benicio Del Toro) e B (Tim Robbins) e Sophie (Mélanie Thierry), durante a Guerra da Bósnia em meados dos anos 1990. Eles trabalham ajudando comunidades a não sofrer tanto com os efeitos do conflito.
Até que em um certo dia, um corpo é jogado dentro de um poço, acarretando a contaminação da água e interrompendo o abastecimento local de uma localidade nos Balcãs. Parece ser tudo muito simples. Apenas tirar o cadáver do poço, mas esta tarefa se mostrará quase um martírio para a equipe. Eles precisam de uma corda, mas ninguém quer ajudá-los nesta empreitada: um vendedor quer usar suas cordas para fazer cortinas, um patriota não quer separá-la de sua bandeira, e por aí vai.
A jornada se mostra cansativa, extenuante e absurda. Além do perigo de guerrilheiros croatas nas proximidades, buscando as vítimas bósnias para exterminá-las. E o grupo encontra dificuldades até mesmo com os soldados da ONU. O incidente, que se passa na Bósnia, poderia se passar em outros locais, como o Afeganistão, a África...
Duração: 1h46min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
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