quinta-feira, fevereiro 16, 2017

“Toni Erdmann”



“Toni Erdmann”, direção de Maren Ade, tem um humor meio estranho, e por isso fascinante. Filme alemão, foge da armadilha de ser histriônico, e de forma analítica, mostra os tempos atuais, onde a instantaneidade e individualidade tomam conta das pessoas.

Tudo começa quando o aposentado Winfred (Peter Simonischek), que adora fazer piadas e usar disfarces, encontra a filha Ines (Sandra Hüller) na casa de parentes. Ela é uma advogada que trabalha em uma empresa corporativa em Bucareste, na Romênia. Ele então decide fazer uma visita surpresa à Ines, mas não sabe o mal-estar que vai gerar. Sentindo-se rejeitado e vendo como Ines rege a sua vida, ele ressurge como Toni Erdmann, uma espécie de guru de auto-ajuda e também como diplomata alemão. Para completar o disfarce, uma peruca de vasta cabeleira e uma dentadura postiça, que deixam os dentes bem salientes.

Toni passa a se infiltrar nos trabalhos de Ines, que começa a se sentir desconfortável com as atitudes do pai. Afinal, ele é completamente sem noção, invasivo, mestre em piadas que só ele entende e acha graça. E Ines é uma executiva que se pretende séria, sem tempo a perder com besteiras. E é isso do que trata o filme: um pai que pretende fazer com que a filha amada volte a viver, ter uma vida, e não apenas vegetar num trabalho sem coração e cruel.

Duração: 2h40min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

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