quinta-feira, janeiro 21, 2016

"Ausência"




O garoto Serginho (Matheus Fagundes) com seus 14 para 15 anos, não tem uma adolescência comum. Sua mãe é alcoólatra e mantém o apartamento fazendo bolos por encomenda, além de cuidar ainda do irmão menor. O jovem se vira na feira, onde ajuda um tio em sua barraca de vegetais, para ajudar em casa.

“Ausência”, direção de Chico Teixeira, não é um filme fácil. Pois mostra a vida de Serginho, que sofre, como diz o título, com a ausência do pai, que abandonou a família e encontra-se em lugar incerto e não sabido. E também com uma vida comum, própria para a sua idade.

Enquanto se vira para ajudar em casa com os trocados que ganha na feira – ele sonha que o tio assine a sua carteira -, Serginho começa a conhecer o amor com uma japonesinha que também trabalha na feira. E encontra no professor Ney (Irandhir Santos), um cliente para quem Serginho faz entregas, o substituto para seu pai. Ele é um homem paciente, solitário, que escuta as lamúrias do garoto, sempre com um conselho.

Porém tanta carência cobrará um preço para a amizade de Serginho e Ney, em cena tensa e angustiante. O garoto Matheus Fagundes é um achado, dando força a este filme, que mostra uma São Paulo melancólica, vazia. Gilda Nomacce, que vive a mãe de Serginho, também está muito bem, reforçando nas cenas em que aparece bêbada ou deprimida, o buraco que é a vida do garoto. Um ótimo filme realista.

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=SmoJh9bwtNY

Duração: 1h27min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

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